~》Onde Jão e Pedro tem uma caso repleto de sentimentos intensos.
~ Totalmente autoral.
• Créditos de cenas e citações:
A Canção de Aquiles,
Madaline Miller.Eu o reconheceria
apenas pelo toque,
pelo cheiro;
eu o reconheceria cego,
pelo modo como exalava
o ar e como seus pés
batiam na terra.
Eu o reconheceria na morte,
no fim do mundo.- Pátroclo
◇
Jão Romania Balbino.
Atenas, Grécia.◇
A trilha de beijos molhados que o moreno deixara por meus ombros era prazerosa.
Pedro cheira meu pescoço e então sela os lábios ali, afastando sua face de mim.
Estávamos na cama do hotel, tendo um merecido descanso, após um dia todo de caminhada.
- Acha que eles sabem? - Ele me pergunta.
- Nossos amigos? - Questiono, descansando as costas em seu peito. Sinto ele assentir. - Não sei... Talvez.
O silêncio cai sobre o lugar.
- Se importa se sim? - Nego com a cabeça. Ele assente novamente. - Também não.
- Ótimo.
Fecho os olhos, sentindo seus lábios tocarem o topo de minha cabeça.
- Seu cabelo é tão cheiroso... - Sorrio.
Viro-me para ele, que me olha com fascínio.
Pergunto o que havia em mim para receber tal olhar.
- Me beija? - Ele pede e eu faço.
Não aguento ficar muito tempo sem sentir sua doce boca.
Quando o ar acaba, nos afastamos.
Olho o relógio. 19:35hs. Sairemos as 20hs.
Decido me movimentar.
☆
Quando são 23:40hs, meus amigos estão bêbados em um bar em Atenas. Eu, Pedro, Bruno e Malu, claramente, estávamos alterados. Sobravam apenas: Renan e Lucas, que nos levariam para o hotel a salvo.
Se o grupo ainda não estava a parte do que rolava entre eu e Pedro, agora eles claramente sabem.
Isso porquê eu e o moreno não estávamos ligando muito para os arredores, nem se os lugares que iamos eram escuros o suficiente para desaparecermos.
Pedro roubava-me beijos a todo momento e puxava-me para os extremos do lugar, apenas para conseguirmos nos beijar mais e mais.
Afasto minha boca da sua, puxando o ar com força; precisava que ele voltara logo, para que pudesse beijar o moreno novamente.
- Eu espero... - Pedro começa, com a voz oscilando com a falta de ar. - Que você esteja bem acordado.
Um sorriso maquiavélico brota em meus lábios e sou acompanhado do mesmo.
- Acho que preciso voltar para o hotel, urgente!
- Concordo. Vamos apressar eles? - Assinto.
Quando estou me desvinculado dele, sinto sua mão puxar minha jaqueta de leve, me colando ao mesmo novamente.
- Só mais alguns beijos... - Ele diz e eu sorrio.
E ele toma meu sorriso para si.
☆
Chegamos no hotel faltando 20 minutos para as duas da manhã.
Eu e Pedro andávamos bem e seguimos juntos, sem precisar do zelo maior do grupo.
Nossos quartos ficavam do último andar, lado a lado.
Entramos os dois no meu.
Jogo meu corpo na grande cama e olho para Pedro, que me encarava.
Ele se aproximou lento e debruçou-se em mim.
- Você tem uma marca avermelhada na clavícula... - O moreno se atenta. Ele toca o lugar. - Já lhe disso o quanto gosto dela?
Nego com a cabeça.
- Deveria ter dito, então. - Pedro afirma e eu o beijo.
Puxo seu corpo e o grudo em mim.
Ele arranca minha roupa e eu faço igual com ele; ele me toma para sim com as mãos; acho que digo seu nome, soa como uma súplica; ele me beija forte. Faço o mesmo com ele.
Deitamos de peito para cima, encarando o teto, em silêncio.
Meu fôlego estava voltando ao normal; assim começo a perceber o brilho em nossos corpos, o cheiro de sua pele, a cama molhada.
Olho para ele e ele para mim.
Pedro levanta-se e leve-me para o banho. Eu sigo.
Ele me beija. Eu retribuo.
☆
N
a madrugada - não sei dizer a hora - desperto para ir ao banheiro.
O quarto está em meia luz, apenas com o baixo abajur na cabeceira da cama, ao lado de Pedro.
Cambaleio novamente para cama, um pouco mais esperto do que quando acordara.
Deito meu corpo ao lado de Pedro, que dorme de peito para cima.
Apoio minha mão em meus rosto e o analiso.
Sua respiração tranquila, seu cabelo caído no rosto, seus cílios. Havia em Pedro uma beleza enterna, seu rosto fora esculpido pelo melhor dos escultores.
Desço meu olhar para seu peito, que subia e descia tranquilamente. Lembro-me de quando nos conhecemos. Havíamos mudado muito desde então. Seu corpo era outro, ainda mais belo.
Puxo o lençol que lhe cobria o ventre, para analisar o restante de seu corpo.
Pedro desperta com um selar demorado meu em seu peito. Ele me reconhece.
O moreno vira-se para mim, com um sorrisinho.
- Isso é um ótimo jeito de acordar... - Sua voz rouca e baixa me ascendem algo.
Nossos membros se tocam, como em outras milhares de vezes; isso não deixa a sensação menos corrente.
Eu selo nossos lábios e ele me envolve em si.
E o mundo para; reseta. Somos apenas nós dois no cosmo, traçando nosso jeito, nossos sons, nossos gostos. Pedro me beija como ninguém, me toca como ninguém.
Quando fecho os olhos sendo tomado pelo ápice do prazer, minha mente grita únicas três palavras:
Eu te amo.
Caímos juntos e cansados.
Talvez seja coisa de outro mundo; outras vidas. Eu só sei que se for, seríamos assim em todas elas. Todas.
Seríamos assim para sempre, pelo tempo que ele desejar. Eu não o deixaria nunca.
Assim, adorcemo ao seu lado, sentindo seus braços ao meu redor.
Notas:
Amores!
Retornei aqui depois
de um lapse de criatividade.
Li A Canção de Aquiles e a
finalizei ontem. Leiam!Talvez eu volte mais...
Até, lindos!💞