[Não sei explicar]

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~》Onde Jão olha demais para Pedro.

~ Totalmente autoral.

Pedro Tófani Palhares.
São Paulo, Brasil.

As vezes, acho esquisito o poder de João em mim. Sinceramente, é meio inexplicável.

Ele sempre mexeu comigo, desde a faculdade. Quando namoramos, consegui ter liberdade para tê-lo para mim do jeito que quisesse.

E quando terminamos... Tudo foi ridiculamente difícil. Por vezes, eu mal conseguia levantar da cama.

Em todas as vezes que as situações nos colocavam no mesmo lugar, era quase impossível ter controle de mim mesmo.

Eu queria beijá-lo, tocá-lo, tê-lo para mim, queria abracá-lo, sentir seu cheiro único, segurar sua mão.

Mesmo após o fim, todos os nossos sentimentos não haviam acabado.

Nunca foi por isso que a gente terminou.

Quanto aos dias de hoje, bom... Não sei explicar o que eu e João temos.

Nesse instante, ele está de costas para mim, servindo dois copos de Whisky. Ele usa apenas uma blusa branca, que cobre até quase metade de suas coxas.

Ah, eu estava usando essa blusa a, mais ou menos, uma hora atrás.

Eu estou deitado na cama, usando apenas uma samba canção, enquanto enrolo o lançou em mim.

João se vira para mim, trazendo os dois copos para nós.

Ele me entrega um e senta-se sobre uma das suas pernas. Eu sento-me um pouco.

Tomamos um gole de Whisky puro, estava forte. Era gostoso, combinava com o clima que estávamos.

O moreno deixou nossos copos ao lado da cama e voltou-se para mim.

Seus olhos caminham por meu rosto, analisando-me como se eu fosse a mais bela das obras de arte.

João toca meu queixo e me beija. Lento e calmo.

- Você é muito lindo. - Sussura, com sua boca tocando a minha.

Sinto um arrepio na espinha.

- Não mais do que você. - Puxo ele pela cintura.

Jão senta em meu colo, passa os braços por meu pescoço e volta a me beijar.

Suas mãos embaralham os fios de meu cabelo, enquanto eu passo as minhas por toda sua costa.

Era um beijo lento, porém intenso. Nossas línguas dançavam em um ritmo perfeito.

Éramos como as melodia perfeitas, para os nossos próprios versos.

Quando nossos pulmões estão implorando por um pouco de ar, desgrudamos apenas nossas bocas. Devagar, em total desgosto por esse ato.

- Continua... Continua me beijando. - Peço, ainda sem ar e ele faz sem exitar.

Os beijos de Vitor são viciantes. Como a mais deliciosa das drogas.

Nossos corpos, mesmo cansados, reagiam aos toques um no outro.

João me deita na cama, sem parar de me beijar.

Ele segurava a lateral de meu rosto e o trazia para si. Eu mantia minhas mãos em seus quadris, por debaixo da minha camisa.

Quando o ar falta, paramos os beijos e finalizamos com alguns selinhos.

Jão me olha de cima, passa a mão por meu rosto. Me admira.

- Você me olha demais... - Digo, baixinho.

Ele solta um riso nasal.

- Como eu poderia não te olhar? - Sua resposta vem no mesmo tom.

Não contenho meu sorriso.

- Você precisa parar de me fazer sentir essas coisas...

- "Essas coisa" o que?

- Você sabe... - Ele sorri e nega.

- Não sei, não. Me fala, que coisas? - Ele fala, tranquilamente.

Ele sabia, óbvio que sabia.

Sorrio e desvio nossos olhares.

- Não! - Ele ordena. - Vamos, olhe para mim e diga! - Romania carregava um sorriso divertido nos lábios.

Na verdade, em todo seu rosto. Ele estava brilhando.

Eu olho em seus olhos por alguns instantes, tentando achar palavras para explicar.

Não consigo.

Não existem palavras o suficiente pra explicar o que sinto.

- Não sei explicar. - Digo, claro e fácil.

Ele ri.

- Não consegue, ou não quer?

- Não consigo! - Toco seu rosto, delicado.

Passeio meu polegar por sua bochecha. Ele fecha os olhos, sentindo o toque.

- Você não pode ser tão lindo assim. - Digo e João ri, abrindo os olhos.

- Você está me proibindo de muitas coisas.

Acabo rindo também.

- É. Acho que não posso pedir tantas coisas assim... - Os olhos de Jão fitam os meus novamente.

Meu Deus, ele ainda não percebeu que eu não sei lidar com isso?

- Você fala tanto assim, mas não sabe as coisas que sinto quando você me olha. - Ele assume.

- E o que são "essas coisas", hein?

- Não sei explicar. - Ele responde.

Acabo sorrindo. Ele faz igual.

- Somos um belo par de idiotas.

- É, nós somos sim. - Ele concorda.

João deita em mim, com a cabeça em meu peito. Eu o abraço.

O moreno começa um carinho em minha orelha e eu ofereço-o um cafuné.

Quando percebo, Jão está de olhos fechados.

Eu o deito ao meu lado e ele se aconchega em mim.

- Eu amo você. - Vitor murmura.

Sua fala tira meu mundo instável ainda mais dois eixos.

- Eu amo você mais. - Respondo.

Sinto seu sorrio.

- Ah, temos que discutir isso!

ONE SHORT, pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora