[Beijo]

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~》ONDE o Jão beija o Pedro no final de seu show.

~ Totalmente autoral.

Jão Romania Balbino.
São Paulo, Brasil.

Quando o elevador trava no chão e eu estou debaixo do palco, ainda sinto meu corpo transbordando emoção.

A euforia por um segundo show inexplicável e completamente lindo, os sentimentos a flor da pele, meu coração em um ritmo frenético, assim como a minha respiração.

Tudo isso é surreal demais para ser verdadeiro. Como pode?

Minha equipe rápida e eficaz tira meu microfone e ponto rapidamente, antes mesmo que, a batida de Alinhamento Milenar, pare por completo.

Logo em seguida, sou surpreendido com o peso de Pedro contra meu corpo, em um abraço mais que apertado.

Sorrio e o aperto ainda mais contra mim, sentindo todo o esforço que eu estava fazendo para voltar ao normal, ir embora.

Seus lábios grudam nos meus, quase igualmente como eu fiz a poucos minutos. A única diferença é que, agora, podemos aprofundar um pouco mais isso.

- Eu te amo! - Pedro murmura, grudado na minha boca. - Eu te amo, seu louco!

Sorrio largamente, banhado na mais pura das felicidades.

- Eu te amo, eu te amo, eu te amo! - Grito, cuidadoso para que não fosse alto demais.

Minhas mãos cercam seu rosto, enquanto encaro seus lindos olhos, brilhantes e cheios de vida. Os meus devem estar iguais.

- Caralho, o que foi aquilo, João?! - Ele me pergunta, claramente referindo-se ao beijo ao vivo.

Balanço a cabeça, em negação.

- Eu não sei! Ai, Pedro... Foi tão natural. Eu só te vi ali, ao som de Alinhamento Milenar e eu tava tão feliz! Eu só precisava ir lá e beijar o meu namorado. - Esclareço de uma vez só.

Então, Pedro agarra meus lábios novamente.

Infelizmente, eu ainda tinha coisas a fazer e precisava sair dali.

Assim, desfaço o beijo e sigo com ele, até a parte de trás do palco. Pedro segue até meu camarim, enquanto eu vou para a minha última entrevista.

[...]

Acompanhado de Gio e outras pessoas, sigo acelerado até meu camarim.

Outra parte deliciosa dessa experiência: encontrar todos que eu amo, prontos para se jogar em mim e me parabenizar por tudo!

E assim acontece.

Minha família, amigos íntimos, parceiros de trabalho. Todos que estão presentes naquela sala.

- Ai, gente, muito obrigado! - Agradeço, já sem ar, novamente.

Pedro se mantém mais quieto, talvez por já ter falado comigo. Porém, nossos olhares se cruzam e brilham, refletindo nossos rostos com uma luz dourada.

- Que loucura tudo isso, meu Deus! - Exclamo.

- Você merece, a gente merece. - Renan diz e todos concordam.

É, todos concordam.

A gente merece muito.

[...]

Após tomar banho e estar mais calmo, sentei-me no sofá e me acomodei ali.

Aqueles momentos de gratificação, comemoração e felicidade.

A realização de um sonho sempre merece alguns brindes. Hoje em dia eu tenho essa consciência.

Mantenho minha visão a minha frente e vejo Pedro vindo até mim. Abro um sorriso e ele faz o mesmo.

O moreno senta ao meu lado e eu viro-me para ele. O mesmo toma minha mão.

- Eu tenho tanto orgulho de quem você se tornou. De quem você é! - Pedro assume.

- Eu me orgulho de você! Nada disso seria possível sem ter você aqui, comigo. Do meu lado.

Ele se aproxima e, pela primeira vez na noite, toma meus lábios de maneira lenta.

Apesar do ritmo frenético que o órgão pulsante entre as minhas costelas faziam, eu tinha noção do quão contido estávamos.

Toda nossa intensidade muito bem reservada para um outro momento, que eu espero que não demore muito!

Nosso beijo esbanjava delicadeza e o mais puro do nosso amor. Era quase como um holograma da nossa alma, limpa e cintilante.

Como é bom poder amá-lo!

As mãos do garoto deslizam em minhas costas, até meus quadris; já eu seguro sua nuca, o trazendo para mim.

Quando o ar acaba, nos afastamos lentos, deixando selinhos na boca um do outro.

- Acho que não tem palavras, mas eu tenho tanto para te dizer! - Pedro fala, até mesmo um pouco chateado.

Eu nego. Me aproximo dele.

- Você não precisa falar. Eu já sei. Você já sabe. Esse sempre foi o nosso jeito, não é? - Ele assente. - Então tudo bem, eu já sei!

Ele sorri.

- Eu já sei. - Repete.

Trago o corpo de Pedro para mim, o pousando em meu tronco. Beijo sua cabeça.

- Eu te amo. - Reforço.

- Eu te amo mais! - Rio.

- Ah, não. Jamais!

Esse momentos.
Nossos pequenos momentos.

Desde o primeiro momento que esbarrei nesse menino, eu sabia o que seria de nós. Talvez não como eu sei agora, mas eu sabia, lá no fundo, eu sabia.

Tão novos, tão loucos. Apaixonados.

O processo de cura de todas as feridas que nos foi aberta, pelos erros do passado, foi importantíssimo.

Sem que todo o tempo e amadurecimento necessário acontecesse, o que nos garantiria, além da nossa morta fé no amor, que iríamos nos manter?

Cada pequeno degrau importou. E eu amo saber de tudo o que sei agora. Amo ter tudo o que eu tenho agora.

Ele.

A confiança que tive hoje, em sair do palco e beijá-lo no meio de todas aquelas pessoas, é prova de que hoje há mudanças significativas.

Ainda mais quando passa-se tempo o suficiente para novas vidas.

E é assim que aconteceu. Assim que tudo mudou.

No fim do dia, nosso amor é eternizado, pela nossa certeza no certo.

Notas:

Que horror de cap!

Mas é feito com
amor e compaixão,
totalmente inspirado
nos nossos pais.

É tão oficial que chega
a parecer loucura:
Eles estão juntos.

Bjos, até!♡

ONE SHORT, pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora