𝟎𝟐𝟓. 𝖺 𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋

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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐂𝐈𝐍𝐂𝐎
𝗎𝗆𝖺 𝖼𝖺𝗋𝗍𝖺

𝐌𝐀𝐋𝐈𝐀 𝐋𝐈𝐀 𝐀 carta de sua mãe com a testa franzida, estava no dormitório que compartilhava com June, suas mãos tremendo, ouvindo a voz de sua mãe em sua cabeça, ouvindo o tom de voz, o quão brava deveria estar

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𝐌𝐀𝐋𝐈𝐀 𝐋𝐈𝐀 𝐀 carta de sua mãe com a testa franzida, estava no dormitório que compartilhava com June, suas mãos tremendo, ouvindo a voz de sua mãe em sua cabeça, ouvindo o tom de voz, o quão brava deveria estar.

Ela sentiu seus olhos encherem de lágrimas, ela rapidamente apertou seus olhos com força, ela não deveria chorar, sua mãe ficaria envergonhada de vê-la dessa forma, fraca, vulnerável.

Seu pai provavelmente nem olharia para seu rosto, a ignorando até que mostrasse comportamentos dignos de uma Brown, ou simplesmente mandar sua mãe para resolver.

De qualquer forma, nenhum dos dois conseguiriam fazê-la se sentir melhor, sentir que importava, que não estava sendo idiota em chorar, em se preocupar com June.

Ah Deus, June. Pensou em como ela ficaria chateada, como agora que estavam sendo mais amigas, ela iria estragar tudo, tudo iria desmoronar e a culpa seria sua.

Seus olhos se fecharam por um momento, tentando expulsar esses pensamentos e voltar a ler a carta de sua mãe, tudo que queria era ter nascido em uma família normal, com pais normais, que não ligavam tanto para essas coisas de sangue.

Ela olhou para seu pulso, imaginando como seria se tivesse a marca, pensava que tentaria cortar sua pele fora junto com o símbolo, lavar até sangrar.

Seus olhos estavam fixos no seu braço, não se mexendo um centímetro, seu coração acelerando rapidamente, sua mente um turbilhão de pensamentos.

Os gritos de June em sua cabeça, as lágrimas, as cicatrizes. De repente o quarto parecia pequeno demais, as janelas fechadas demais, suas mãos geladas demais.

Largou a carta no chão, não se importando se iria estragar, e abriu a janela com força, ofegando, sentindo o ar gélido em seu rosto, os pássaros fazendo barulho.

E o que esperava se acalmar, pareceu que tudo ficou mais agitado, suas roupas pinicando seu corpo todo, seu cabelo em sua boca, tudo estava errado.

Ela sentia errada. Tudo isso não deveria estar acontecendo, seu último ano em Hogwarts, seu último ano sendo uma estudante.

Sabia que iria ter um futuro infeliz, mas preferiria um marido ruim do que isso.

Preferiria tudo do que isso, pensou enquanto saía da janela, colocando seus pés de volta ao chão, o desespero não sumiu, mas olhar para Hogwarts a deixava mais ansiosa ainda.

Seu olhar percorreu o quarto, parando na parte de June, sua cama perfeitamente arrumada como sempre, nenhuma foto nas paredes, diferente da de Malia que tinha milhares com seus amigos ao lado de sua cama.

June sempre foi alguém discreta, fechada, Malia chegava a rir do quanto obcecada com organização era.

Delilah entrou no quarto calma, mas o barulho fez a Brown se sobressaltar, e quando foi olhar para o rosto dela, viu sua cara de desespero e seu coração deu uma batida mais rápida.

- Malia? O que aconteceu? - perguntou June, sabendo que tinha algo de errado.

- Não é da sua conta - respondeu na defensiva, fazendo Lilah arquear suas sobrancelhas, sabendo que tinha algo de errado.

- Eu sei que você não me deve nada - falou seca - Eu sei - sua voz quebrou - Mas eu estou aqui para você - tentou dar um pequeno sorriso.

- Não é da sua conta - repetiu, mais firme dessa vez, fazendo June dar um passo para trás.

Malia saiu correndo do quarto, não olhando para onde estava pisando e acidentalmente movendo a carta de sua mãe que estava debaixo de seu pé, a dobrando e a amassando, e deixou o quarto sem se importar.

June, curiosa, mesmo sabendo que não deveria, olhou para a carta sem encostar, vendo as seguintes palavras:
"Concordamos que sua sangue ruim deveria se extinguir"

Sua garganta fechou, seu olhos se arregalando, não acreditava que Malia concordava com essas coisas, não acreditava que tinha mentido para ela esse tempo todo, que mesmo depois de tudo que passaram juntas, não adiantava nada.

Sua melhor amiga nunca existiu, nunca foi sua amiga, trabalhava com sua mãe pelas costas para acabar com todos de seu tipo.

Ela sentiu vontade de vomitar, cobriu sua boca com a sua mão, não sabendo se queria chorar. ou sentir raiva. Tudo foi uma mentira.

Ela olhou para a parede da parte de Malia, vendo uma foto das duas no primeiro ano, como era inocente, pensou June, como foi fácil enganada.

Em um impulso, pegou a foto e rasgou no meio, separando as duas, uma rindo, a outra emburrada, como foi idiota de abrir seu coração.

Sem se importar com o que ela veria, deixou a foto rasgada em cima da cama de Malia, encarando sua versão criança.

E riu amargamente, sentindo uma lágrima descer por sua bochecha, e colocou sua máscara de sempre, mesmo sentindo seu coração despedaçando.

Era por isso que se fechou, pensou, era para não sentir essa dor de novo, para não ser traída, para não se sentir sufocada em seu próprio ar.

Todas as memórias do bullying vieram a sua cabeça, todos os meninos da sonserina que a atormentou, todas as vezes que ouviu Malia dizendo que precisava ser mais parte da sonserina, que precisava de ter amigos sonserinos, que precisava de se encaixar.

Seus pais precisavam de orgulhar dela, ela sempre disse, eles não eram pessoas muito legais, não deixavam qualquer um entrar em sua casa, não deixavam qualquer um falar com eles.

Como pôde ter sido tão burra? Tão idiota?

Não de novo, por favor não, implorou para o nada, mesmo sabendo que não adiantaria, afinal, implorar nunca a salvou de nada, e nunca iria.

Malia a queria morta, sempre quis.

𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐀 𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 ʳᵉᵍᵘˡᵘˢ ᵇˡᵃᶜᵏOnde histórias criam vida. Descubra agora