𝟎𝟐𝟔. 𝗁𝖾𝗋 𝖼𝗈𝗉𝗒

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𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐒𝐄𝐈𝐒
𝖼𝗈́𝗉𝗂𝖺 𝖽𝖾𝗅𝖺

𝐇𝐀𝐕𝐈𝐀 𝐃𝐈𝐀𝐒 que June ignorava sua melhor amiga, não conseguia chegar perto dela sem se sentir traída, brava, com toda a raiva de seu coração

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𝐇𝐀𝐕𝐈𝐀 𝐃𝐈𝐀𝐒 que June ignorava sua melhor amiga, não conseguia chegar perto dela sem se sentir traída, brava, com toda a raiva de seu coração. Todos os seus pensamentos se remetiam a ódio, porque sabia que se parasse de ter raiva, iria chorar, e não sabia quando o choro pararia.

Malia estava se sentindo culpada da forma que tratou June da última vez que se falaram, e pensou que a menina estava com raiva por isso, tinha esquecido completamente a carta de sua mãe, querendo que sua família inteira desaparecesse.

E mesmo tentando falar com ela múltiplas vezes na semana, June sempre fingia não ouvir, ou simplesmente a ignorar, mesmo no dormitório, onde elas eram obrigadas a dormir no mesmo lugar toda noite.

As duas sabiam o quão tenso estava, o que Malia não entendia era porque estar tão irritada por algo bobo, ela foi grossa? Sim, mas Lilah não era de se chatear por coisas assim.

As duas estavam andando nos corredores, indo em direções opostas, quando uma trombou na outra, Malia definitivamente fez isso de propósito, não sabendo outra forma de chamar sua atenção.

June olhou para ela irritada, e se preparou para seguir seu caminho quando a Brown pronunciou um feitiço de congelar a menina no lugar.

- Deja vu? - Lilah comentou com um sorrisinho sarcástico.

E, bufando, revirou os olhos, sentindo sua garganta se fechar, querendo gritar mil coisas para ela.

Mas Malia esperou pacientemente até todas as pessoas do corredor saírem para a descongelar, June começou a andar, mais irritada do que tudo.

- Espera! - gritou Malia - Qual o seu problema? - correu atrás dela.

- Meu problema? - gritou de volta - Você é a porra do meu problema!

- Eu? - abaixou a voz, confusa - Eu sei que fui grossa mas você está exagerando! - afirmou, a olhando chateada.

- Grossa? Você foi muito mais que grossa! - seu olhar transmitia todo o fogo que tentava conter em suas palavras, não querendo ir longe demais.

- Eu sei que não fui muito educada! - gritou, começando a se irritar - Mas desde quando você liga para essas coisas? - revirou os olhos.

June sentiu uma vontade imensa de chorar com essas palavras. Desde quando ela ligava para ser extinta? Desde quando ligava para sua melhor amiga querer sua morte? Por ser simplesmente a merda de uma sangue ruim?

- Por que você se importa?! - exclamou - Não é como se você fosse minha amiga!

- Não sou sua amiga?! - falou, chateada - Eu sempre te apoiei! Desde sempre! Você que foi babaca comigo e agora eu faço um pequeno erro uma vez e você me marginaliza?! - franziu a testa.

- Pequeno erro - ela desdenhou - Pequeno erro - falou mais alto, irônica.

- Sim! A merda de um erro pequeno! Quantos erros você não cometeu comigo que eu te perdoei? - jogou as mãos para o alto, estressada.

- Você não tem direito de falar isso - apontou o dedo para ela.

- Ah e por que? - respondeu sarcástica.

- Você sabe muito bem quais eram suas intenções verdadeiras desde o começo! - gritou.

- Do que você está falando? - perguntou genuinamente confusa.

- Agora vai tentar se fingir de sonsa? - revirou os olhos - Sabe, para uma corvina eu esperava que você fosse inteligente - engoliu em seco.

- E eu pensei que depois de tudo que a gente passou, isso não importaria tanto - bufou.

- Não importaria? - riu - Você acha mesmo que a minha vida não importa? - seu olho ficando vermelho, um índice de que iria chorar a qualquer hora.

- É claro que importa! - gritou.

- Você claramente pensa o contrário! - franziu a sobrancelha - Sempre sussurrando com sonserinos, sendo amiguinha deles, querendo ser uma - disse, irritada.

- Você sabe que eu tenho que fazer isso pelos-

- Seus pais?! É, eu sei - a cortou grossa - Mas não é como se você fosse verdadeira comigo, aposto que mente tanto que nem sabe quem você é! - falou, querendo a machucar.

- Como se você fosse a melhor pessoa em auto conhecimento? Né, garota coração de pedra? - riu, triste.

June deu um passo para trás, chateada, como se tivesse recebido um tapa, e respirou fundo, fechando os punhos e se impedindo de demonstrar qualquer mínima fraqueza que fosse.

- Você deveria ter caído na sonserina, junto com sua perfeita família, de perfeitas cobras venenosas - cuspiu as palavras.

- E você nem deveria ter vindo a Hogwarts! Seus pais nem são bruxos! - gritou, e na hora que essas palavras saíram, se arrependeu, seu rosto se contorcendo em arrependimento.

June sentiu seu coração enfraquecer, se tudo isso não fosse prova o suficiente de que ela a queria morta, essas palavras foram tudo que precisava ouvir.

- Eu pensei que você era diferente - falou, com a voz baixa - Eu pensei "Nossa! Finalmente uma pessoa vai fazer diferente do que sua família de idiotas! Que só reclamam de coisas idiotas porque não têm coisas para reclamar!" - torceu o nariz.

E assim, toda a vontade de pedir desculpas sumiu, seu arrependimento continuava lá, mas queria que ela percebesse que estava sendo babaca por motivo nenhum.

- Você acha que minha vida é perfeita? - deu um passo para frente.

- Você acha que eu me importo? - disse, chateada - Você disse que era diferente, Brown - falou seu sobrenome como se fosse uma estranha.

- Acho que nós duas nos enganamos sobre quem éramos, Harris - repetiu o sobrenome, fazendo June estremecer, sabendo o quão odiava seu sobrenome.

- Tomara que você consiga ser igual a eles, Senhora e Senhor Brown - a olhou irritada.

Malia simplesmente saiu andando de lá, chateada demais para falar alguma coisa, sua tentativa de reconciliação foi pior do que esperava.

E o sentimento de tristeza a corroía, sua amiga de tantos anos, será que era uma pessoa tão ruim assim? Será que mesmo tentando agradar a todos, o tempo todo, nunca conseguiria um amigo de verdade?

E tudo que vinha em sua mente era sua mãe, e ela, lado a lado, com a mesma expressão no rosto, as mesmas cores de roupa.

Talvez eram mais similares do que pensava, talvez realmente seu destino era se tornar uma cópia dela.

𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐀 𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 ʳᵉᵍᵘˡᵘˢ ᵇˡᵃᶜᵏOnde histórias criam vida. Descubra agora