𝐂𝐀𝐏𝐈́𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐒𝐄𝐈𝐒
𝖺𝗎𝗅𝖺𝗌𝐒𝐄𝐔𝐒 𝐎𝐋𝐇𝐎𝐒 𝐀𝐑𝐃𝐈𝐀𝐌 de sono, querendo descansar de ler o livro de poções que tanto precisava para seu NEWT. June estava com vontade de se bater por odiar tanto uma matéria, que não conseguia se concentrar nela direito.
E depois de seu simulado do dia anterior, ela precisa estudar muito se quisesse tirar uma nota boa. O problema era que ela precisava de ajuda, mas era muito orgulhosa para pedir.
E toda vez que a palavra poções entrava em sua mente, vinha junto da palavra "Regulus". Mas não sabia se preferia pedir ajuda e ir bem ou ir mal mas continuar com seu orgulho intacto.
E obviamente, ela teria escolhido a segunda opção, se não fosse pelo garoto entrando na biblioteca no mesmo instante. E ela pensou que fosse destino, e que era um sinal para ela ir bem na prova.
E uma coisa que ela não desperdiçava, eram chances, mas mesmo assim, tinha umas que faltava, só se aparecerem em sua frente, ai ela as agarra, mas se tiver uns metros longe, ela deixava para depois.
Como se o universo estivesse gritando em sua cara, caiu um papel em sua frente, e assim que pousou os olhos nele, viu que era uma atividade, que no topo tinha o nome "Regulus Black".
Seu interior gritava para ela não entregar para ele, para não se levantar, e nem andar. E ela simplesmente ignorou, pela primeira vez em sua vida tinha ignorado seu cérebro e caminhou até ele, e sem falar uma palavra cuidadosamente colocou a folha em sua frente.
O menino sem levantou a cabeça para olhar, mesmo sabendo quem era, e ela não fez questão de chamar atenção dele, mas precisava de ajuda.
- Black - Chamou June fazendo seus olhos encontrarem - Conhece alguém que é bom em poções e está disposto a dar aulas? - Perguntou como quem não quer nada.
- Não - Respondeu friamente.
- Não era você que tinha me oferecido ajuda outro dia? - Exclamou irritada.
- Exato, e você recusou, consequentemente a oferta acabou - Sorriu debochadamente.
- Eu preciso disso - Falou mordendo os lábios com força.
- Cadê a palavrinha mágica? - Piscou.
- Sabia que iria concordar! - Fingiu um sorriso.
- Harris.. - Falou baixo com sua voz rouca cheia de provocação.
- Por favor - O olhou sério - Eu realmente preciso disso.
- Já que insiste... - Riu fraco - Toda quarta e sexta, depois do jantar, torre de astronomia - Falou firme.
- Eu tenho que ver se posso esses horários - Revirou os olhos.
- É pegar ou largar, não vou mudar minha escolha - Se levantou da mesa ficando mais alto que ela.
- Que seja - Bufou.
- Nem um obrigado? - Perguntou com um sorriso travesso vendo que ela recolheu sua coisas e já caminhava para a saída.
- Menino insolente! - Sussurrava para si mesma tentando se lembrar do porquê de ter feito aquilo mesmo.
E mesmo que por fora estivesse parecendo estar com raiva, ela realmente não estava, irritada talvez, mas ela nunca realmente sentia um sentimento profundo, do tipo que as pessoas odeiam ou amam sentir aquilo, sempre era só neutro.
Como se ela não fosse capaz de sentir, e provavelmente ela não queria sentir nada mais que o necessário. Mas por algum motivo, ela ficava irritada com sigo mesma por não conseguir sentir.
E desde sua conversa com Malia, não queria ser um robô. Ela se olhava no espelho uma vez ou outra, sempre encarando seus olhos, esperando que demonstrem uma reação, um sentimento, uma expressão, qualquer coisa.
Se batia até seu rosto ficar vermelho e mesmo assim não sentia seus olhos lacrimejarem. Só sentia o ardido em sua bochecha, queimando, e isso era a única coisa que a lembrava que ela sentia.
Só não sabia como fazer seu coração sentir, seu cérebro controlava seu corpo, suas ações, seus pensamentos e até seus sentimentos.
- Harris? - Perguntou um aluno aleatório da Sonserina, que nunca tinha visto na vida.
- O que? - Perguntou friamente fazendo o garoto estremecer.
- Só queria saber como é ser uma vadia sangue-ruim! - Gargalhou sozinho, e ela apenas o encarou, sem emoção nenhuma, e com o tempo ele parou de rir e ficou encarando de volta, esperando a frecha que ele entraria para a atacar.
Mas esse momento não chegou, eram só dois alunos no corredor se encarando como numa competição de quem pisca primeiro.
E assim que June deu um passo para frente, ela viu o rosto do menino perder a cor, e ela queria sentir aquilo, queria conseguir sentir medo.
Mas tudo que sentia era só um vazio, como se nunca tivesse existido nada lá.
- Buu! - Gritou um menino por trás a fazendo pular de susto.
E ela sorriu, o que era para ser um sorriso alegre, ficou um sorriso macabro, de quem estava lá para te matar, fazendo os dois garotos se afastarem.
Mas tudo que ela pensava, era a adrenalina que sentiu, seu coração batendo rápido, seus sentidos atentos, seus olhos arregalados.
Isso era tudo que ela queria, uma emoção, mas não foi suficiente, o efeito passou em minutos, fazendo ela implorar para que alguém assustasse ela novamente, que a fizesse sentir algo.
Então raciocinou, qual lugar que ela conseguiria esse sentimento novamente? Qual lugar que ninguém precisaria vê-la para fazê-la sentir isso?
E então um clique veio em sua cabeça, como uma lâmpada se acendendo igual aos filmes, seu corpo se animando de repente.
Ela precisava pular, e era exatamente isso que iria fazer. Dar um salto no escuro.
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𝐋𝐈𝐊𝐄 𝐀 𝐒𝐓𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐑 ʳᵉᵍᵘˡᵘˢ ᵇˡᵃᶜᵏ
Fantasía─── ❝ Você é só um estranho ❞ 𝐉𝐔𝐍𝐄 𝐃𝐄𝐋𝐈𝐋𝐀𝐇 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐈𝐒, uma corvina qualquer, a menina havia passado sua vida inteira sem realmente ter amigos, só conhecidos. Sua família não era de se considerar pessoas amorosas, acabou que...