─── ❝ Você é só um estranho ❞
𝐉𝐔𝐍𝐄 𝐃𝐄𝐋𝐈𝐋𝐀𝐇 𝐇𝐀𝐑𝐑𝐈𝐒, uma corvina qualquer, a menina havia passado sua vida inteira sem realmente ter amigos, só conhecidos.
Sua família não era de se considerar pessoas amorosas, acabou que...
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𝐉𝐔𝐍𝐄 𝐎𝐁𝐒𝐄𝐑𝐕𝐀𝐕𝐀 Malia comendo na mesa dos sonserinos, seu sorriso, sua risada, a forma como fazia parecer que eram amigos de longa data.
Olhou para sua comida, vendo o resto de tudo que deveria ser delicioso mas que no momento só sentia enjoo. Ao virar sua cabeça para a menina novamente, viu a expressão nos sonserinos, como se estivessem pensando em algo perverso.
Seu estômago se embrulhou, e se levantou rapidamente de sua mesa e saiu as pressas do Great Hall, chegando ao primeiro banheiro que viu.
Ela correu até um dos compartimentos, se ajoelhando no chão frio, e abriu a tampa do vaso, vomitando tudo que tinha comido antes.
Lágrimas saiam de seus olhos, sentindo um vazio em sua barriga. Sua garganta se fechava e tudo que conseguia lembrar era da forma como os sonserinos tinham feito bullying com ela todos esses anos.
Seus sorrisos falando com Malia a deixavam enjoada, a fazendo vomitar mais, engasgando. Quando sentiu uma mão em suas costas, reconhecia o toque, sabia que era o único que faria seu corpo relaxar.
Regulus segurou seu cabelo com uma mão enquanto a outra fazia círculos em suas costas, esperando a menina parar de vomitar pacientemente.
Após alguns minutos, June criou coragem para sair dessa posição, seus joelhos pedindo socorro, e se sentou no chão, suas costas apoiadas na parede, e limpou sua boca com a parte de trás de sua mão.
Regulus se sentou ao seu lado, olhando para a mesma com preocupação, e não forçando mais contato físico por não querer criar mais desconforto.
Mas tudo que June sentia era solidão, e tudo que precisava era de alguém que sabia que se importava com ela, então ela virou sua cabeça para o encarar, seu rosto cansado, olheiras profundas embaixo de seus olhos, esses vermelhos, com lágrimas ao redor deles e em sua bochecha.
Regulus franziu a boca para baixo, seu sentimento de querer a proteger do mundo o tomando conta, e segurou seu rosto em suas mãos e limpou suas lágrimas com o dedão.
- O que foi? - sussurrou, com medo de que se falar mais alto iria a assustar.
- Malia - disse simples, seu olhar transmitindo todos seus sentimentos - Eu achei- - engoliu seco sob o olhar do Black - Eu achei uma carta de alguém que mandou para ela dizendo que eles concordavam que eu deveria me extinguir - seu lábio inferior tremeu.
Regulus fechou sua mandíbula com força, sentindo raiva por ela, que quem pensava ser de confiança tinha a traído dessa forma.
- É minha culpa - sussurrou June, sua garganta entalada de choro.
- Que? - perguntou o menino confuso - Claro que não, Lilah - disse gentil.
- É minha culpa sim - fechou os olhos, se inclinando na direção de seu toque - Eu que fui idiota todos esses anos, eu afastei ela, eu fui grossa com ela - sentiu sua garganta fechar - Agora ela me odeia - sua voz quebrou.
- Ela não te odeia - disse ele tentando ser acolhedor.
- Querer me matar não é me odiar? - riu triste, olhando para baixo, tentando engolir o bolo em sua garganta.
- Ah Lilah.. - fechou a boca em uma linha reta, sentindo raiva de quem a deixou se sentir assim - Não é a sua culpa - repetiu.
June olhou para cima, encontrando seu olhar, e seu rosto todo desmoronou, lágrimas começando a cair, suas bochechas vermelhas.
- Eu não deveria ter tratado ela assim - falou chorosa - Eu não deveria ter sido tão ruim - fechou os olhos com força - É tudo culpa minha - sussurrou.
Regulus não sabia o que dizer, e então ao invés de palavras, ele trouxe sua cabeça para seu peito, colocando um braço em volta de sua cintura, apertando de leve para mostrar que estava aqui.
Com isso June chorou mais, suas lágrimas molhando a camisa do menino, seus dedos apertando suas roupas com força.
- Você realmente acha que eu deveria morrer por ser uma nascida trouxa? - olhou para cima, procurando confirmação.
- Não Lilah, você não merece morrer por conta do jeito que nasceu - repetiu firme, uma parte dele tendo que repetir isso outra vez para o seu eu interior, a parte que pertencia mais a sua família do que de quem era.
Regulus beijou sua testa gentilmente, tentando acalmar a menina, tentando mostrar que ele sabia o que ela sentia.
- Eu não quero morrer - sussurrou, como se estivesse revelando um segredo.
- Eu sei - o Black sussurrou de volta - Eu sei, Lilah - repetiu, mostrando compaixão.
- Eu só queria uma amiga verdadeira - colocou seus braços ao redor do torso do menino, se apoiando mais em seu abraço.
O menino, emocionado, repetiu a ação de June e a apertou com força, descansando sua bochecha na cabeça da menina, e fazendo carinho em suas costas com a esperança dela se acalmar.
E com os minutos passando, a respiração de Delilah foi ficando mais e mais lenta, seus músculos começando a desistir, e sua cabeça cansada.
O Black sentiu seu corpo pesar e contato com o dele e suspirou de alívio vendo ela ficar mais calma e com a respiração controlada.
Ele beijou a cabeça dela novamente, um sinal de que seus sentimentos por ela ainda eram reais, mesmo que fosse a única coisa verdadeira em sua vida no momento.
Ela fechou os olhos por um momento, tentando esquecer por um momento como seus sentimentos se sentiam uma bagunça.
Tentando focar no Black, em seu toque, sua respiração, o carinho que tinha com ela, seus dedos em sua cintura, a leveza de seu beijo.
E mesmo sentindo seu coração despedaçar, sabia que poderia contar com o Regulus para ser sua âncora, e com esse pensamento, levantou a cabeça para o encarar e sorriu levemente.
O menino sentiu seu coração bater rápido quando viu seu sorriso, como amava aquele sorriso, fazia todo o mundo ao redor desaparecer e a única coisa que enxergava era June.