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O calor corporal do moreno rebatia contra o da jovem, não ao ponto de se encostarem mas ao ponto de senti-lo próximo a ela, não podia negar, era maravilhoso sentir novamente aquela sensação, por mais que sua vontade seria de esfolar o corpo de Kaulitz, vivo.
— Quanto tempo, Kaulitz.

Bill se aproximava aos poucos, ele sabia que aquele reencontro não acabaria bem, ainda mais por saber a pessoa que seu gêmeo havia se tornado, não que antes ele fosse uma pessoa boa, mas nesse tempo, o pouco de alma que lhe restava se perdeu.
— Eu quero conversar com você, em particular.
— Eu não acho uma boa ideia. — Bill chamou a atenção de seu irmão.
— Qual o seu problema? — E agora, o olhar de Tom se dirigiu ao gêmeo.
— Eu não estou com nenhum problema, mas você está, ou já esqueceu o que aconteceu quando ficou sozinho com ela?

Os dois se aproximavam e se encaravam como dois leões disputando por um território que ambos não tinham posse, ainda.
— Eu acho que é você que se esqueceu quem manda nessa merda.
— Desde que sumiu, quem assumiu toda essa merda, fui eu.
— Eu estou bem na sua frente agora.
— Chega. — Mahya decidiu intervir na disputa.
— Eu estou tentando te prot..
— Eu não preciso que ninguém me proteja.

Bill abaixou o olhar lentamente, mordeu o interior de suas bochechas e se retirou, por mais que seu coração o impedisse de sair e deixar Petrova nas mãos de seu irmão, ele não iria contra a vontade da mulher.
— Gustav, Georg, venham comigo. — Bill ordenou a retirada dos rapazes, que olhavam para Mahya com desaprovação pela escolha.

A mulher acompanhou os três se retirarem e assim que se viu sozinha com Kaulitz, voltou seu olhar a ele.
— O que quer?
— Eu disse o que quero, conversar com você.
— Se quer conversar comigo, é por que quer alguma coisa Tom, então para de enrolar e abre logo essa boca.
— Antes, o que está acontecendo com vocês dois?
— Bill? — Ela não retirava seus olhos dele, era notável o desdém em seu olhar.
— Não se faça Mahya.
— Desde o dia que você desapareceu, ele que me cuidou, era óbvio que nos tornaríamos mais próximos.
— Agora é você que está enrolando.
— Isso não é da sua conta.

A menor é rapidamente agarrada pelo pescoço e empurrada contra a parede, a batida de suas costas fizeram-na sentir uma leve ardência sobre as cicatrizes o que a fez resmungar.
— Vocês dois estão tendo alguma coisa?!
— Me solta. — A mão da jovem apertava as do moreno tentando o fazer soltá-la.
— Me responde caralho.
— Eu já disse que isso não é da sua conta. — Mesmo depois de toda a experiência que teve, ela não cansava de provocá-lo, ela não tinha medo.
— Eu mato você, e depois mato ele.

Um sorriso se formou nos lábios da ruiva que resultaram em uma força ainda maior contra seu pescoço, suas bochechas rubras indicavam a dificuldade em respirar, e isso a fez acabar com o joguinho.
— Eu não...tenho...nada com seu irmão.

Ele não demorou para soltá-la, mas também não se afastou.
— Se eu descobrir alguma coisa, eu já deixei avisado o que vai acontecer. — Ele descia seu olhar diversas vezes para os lábios os quais desejava brutalmente atacar.
— Eu estava ocupada demais tentando curar os cortes em meu corpo. — Ela o afasta um pouco e levanta dua perna o chutando para longe de sí. — Para pensar em transar com alguém, seu merda.

O corpo de Tom se chocou contra a bancada de mármore clara, os dois poderiam se matar a qualquer momento, mas ele não conseguia parar de pensar no quanto sentiu falta daquela mulher.
— Eu me deitei com muitas enquanto estive longe.
— Me diz uma novidade.
— Mas nenhuma delas, é como você.
— Espero que se contente em continuar comendo as vagabundas que você encontra em qualquer beco.

Ele sorri, gostava de vê-la daquela forma, ele realmente sentiu falta, mas não dizia nada, então Petrova decide acabar com o silêncio.
— Agora pode dizer o que queria conversar comigo?
— Se ainda se lembra, a tatuagem que está gravada em seu braço indica que trabalha para mim.
— Eu esfrego ela com uma esponja de aço se for preciso, mas eu não trabalho para você.

Ele se desencosta da bancada e caminha até a pia, abre o pequeno armário o compartimento inferior e de lá, retira uma esponja de aço, entregando a ela em seguida.
— Então esfregue.

Com o objeto em mãos, Petrova o amassa e joga no rosto do mais velho, ela realmente não tinha medo das consequências que suas ações poderiam vir a acontecer pela falta de noção do que Tom poderia fazer com ela, mais uma vez, afinal, as cicatrizes eram a prova mais viva disso.
— O que você quer?
— Você vai ser bem remunerada por isso.
— Pode me dizer logo o que quer que eu faça?!
— Você vai roubar.
— Quem? — A desconfiança toma seu olhar.
— Seu pai.

𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐀𝐅𝐈𝐀 𝐖𝐎𝐌𝐀𝐍Onde histórias criam vida. Descubra agora