𝔦𝔫𝔡𝔦𝔢𝔱𝔯𝔬

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De volta

Luna Biancchi

Aos poucos nosso paraíso particular parecia estar sendo invadido.

Com as dúvidas, medos, incertezas, inseguranças...

Saber que Harry usou drogas não muda absolutamente nada do meu carinho por ele, inclusive o admiro ainda mais pela força de conseguir sair, o que é muito mais difícil do que entrar.

Eu queria passar segurança então mostrava calma e serenidade para o britânico, mas por dentro eu estava colapsando, estava deveras preocupada com a crise que Harry teve e minha vontade era embala-lo em meus braços para sempre.

Meus sentimentos em relação à este homem estão uma bagunça, principalmente depois dos dias incríveis que passamos aqui.

Seu questionamento em Florença não deixava minha cabeça uma noite sequer; "O que nós somos?" Pergunta complexa demais para uma resposta rasa, que foi a que dei.

A verdade é que não sei o que somos, não sei o que quero ser junto dele, só sei que não quero estragar tudo, então ignorei.

Mas vê-lo ali tão sensível e vulnerável despertou algo em mim que ainda não soube identificar.

Minha mãe sempre me disse do meu cuidado para com as pessoas, que queria abraçar o mundo inteiro em meus braços pequenos, que queria ajudar e cuidar do problema de todos.

E com o britânico não seria diferente, ainda mais sendo alguém tão especial quanto é para mim.

Na noite anterior depois de todos segredos compartilhados comigo, Harry finalmente dormiu, parecia se sentir seguro em meus braços e adormeceu ali mesmo, já eu, por outro lado, fiquei apenas admirando seu rosto sereno e sono calmo, enquanto ressoava baixinho e seu peito subia e descia, estava completamente angelical.

E assim perdi uma noite de sono, embolada ao seu corpo e em meus pensamentos completamente desorientados.

Como se o clima italiano sentisse, nos nossos últimos momentos aqui, antes de irmos para o carro, começou um temporal.

O sol havia se escondido em meio às nuvens cinzas e carregadas, o mar estava agitado e o frio se instaurou.

Porém, de uma coisa eu garanto, o mar não estava mais agitado que eu.

Mesmo com o temporal deu tudo certo para voltarmos para a praia e seguirmos - na chuva - até o carro.

Embora a noite anterior juntamente com o clima de hoje fossem ambos caóticos, nossa manhã foi o mais tranquila possível, Harry não tocou no assunto de ontem e eu não fiz questão de fazê-lo também, não queria ser inconveniente ou constrangê-lo. Acredito que o britânico tenha aberto tudo o que deveria abrir naquele momento.

O som da chuva me relaxou, e a noite mal dormida me fez dormir mais uma vez no carro, acordei apenas ao chegarmos ao aeroporto, horas depois, Harry não parecia estar chateado com isso, muito pelo contrário, se mostrava completamente atencioso ao me acordar para descer do carro, já que um dos funcionários do local em que o mesmo foi alugado estava esperando para buscar o automóvel.

Não quero nem imaginar o quanto custou toda essa mordomia.

Antes de irmos até nossos assentos no avião, mandei mensagem para minha mãe e Kenia, avisando que estava embarcando e que ligaria em breve para ambas.

É, e como um soco no estômago, a realidade vinha à tona; meu celular havia diversas mensagens de Oliver que não fiz questão de ler agora, meu trabalho poderia esperar, já esperou alguns dias, o que seriam mais algumas horas?

dangerous love | HSOnde histórias criam vida. Descubra agora