( ISABELLA)
De um dia pro outro me vi próxima demais da Alice. Há dias atrás mal estávamos nos falando e hoje estou aqui, na casa da família dela, a acompanhando em meio a problemas pessoais. Que loucura! Eu nem mesmo parei pra pensar nisso tudo direito, foi tudo rápido. Tê-la na minha casa aquele dia foi simplesmente irresistível, eu não poderia ignorar e desde lá tudo mudou. Quanto mais eu vou me aproximando, mais eu quero ficar mais perto. Eu até fiz a maluquice de chama-la pra dormir comigo várias vezes e, confesso, tá sendo maravilhoso. Não sei como será daqui pra frente, talvez uma luta interna pra não sabotar isso tudo, mas, não consigo mais me enganar, eu quero ficar com ela. Por enquanto é o que consigo admitir e viver, o restante o tempo e as ações dirão. No momento, na verdade, nem temos como pensar em nada disso, a hora é de atenção aos problemas pessoais dela.
Estou bem deslocada aqui, é normal, mas tentando ser o menos inconveniente possível e ficar quietinha. O pai dela parece ser gente boa, embora extremamente preconceituoso, se é que uma pessoa pode ser uma coisa mesmo sendo a outra. Ontem ele conversou muito comigo sobre o trabalho dele, o quanto se empenha pra trazer Alice pra empresa da família, o quanto se sente chateado por ainda não ter netos e, o pior, o quanto sonha em ver Alice casada com o André, um antigo namorado dela e filho do melhor amigo dele. Essa parte foi bem desconfortável, não vou mentir. Só de pensar em Alice casada com qualquer André da vida já me sinto irritada.
Pela manhã, enquanto olhava meu celular e respondia as mensagens da Priscila, ainda deitada na cama, ouvi duas batidas na porta do quarto
- Oi, já vou! - Me levantei rapidamente, arrumei o cabelo no espelho que ficava ao lado da cama e abri a porta.
- Bom dia - Foi Alice que eu vi assim que abri. Estava com um sorriso lindo no rosto enquanto me dava bom dia.
- Bom dia - Também sorri - Não aguentou de saudade?
- Na verdade não, por isso vim logo te acordar
- Então entra aqui rapidinho, preciso te contar uma coisa urgente.
- Isso tem cara de uma armadilha que eu quero cair. - A puxei pela mão para que entrasse no quarto.
Assim que ela entrou a abracei, beijei seu rosto e seu pescoço. Sua risada baixinha em meu ouvido fazia passar qualquer desconforto.
- Vou tomar um banho, vai me esperar?
- Eu vou descendo, minha mãe já estava me chamando, com certeza está me esperando pra tomar café. Ela gosta dessas coisas.
- Então vou bem rapidinho, tá?
- Sem pressa. Te espero lá então. Você está bem?
- Eu estou sim e você? Seu avô está melhor, né?
- Está tudo ótimo, ele está bem melhor, assim que acordei liguei para a minha avó. E com você aqui - Se aproximou de mim novamente, me abraçando pela cintura e beijando meu ombro esquerdo - me sinto segura e super bem. - Me deu um selinho demorado - Vou lá pra mesa. Te espero!
Alice desceu para tomar café e fui tomar o bendito banho. As acomodações são lindas e de extremo bom gosto. Tudo super confortável e, com toda certeza, caro demais. Me vesti já com a roupa para ir embora após o café, imaginei que a Alice não fosse querer passar o dia ali, fosse preferir ir pra casa descansar. Fui descendo as escadas e me deparei com todos à mesa. Alice, seu pai, sua mãe e um casal de senhores.
- Bom dia, menina - O pai da Alice tratou de me chamar - senta aqui. Esse é meu amigo Afonso e minha amiga Joana. Essa é a Isabelle...desculpa, Isabella, amiga da minha filha.
- Bom dia. Prazer! - Acenei para todos com um pouco de vergonha, confesso que não estava nada confortável. Essas situações com famílias alheias não é a minha praia. Só depois que tenho intimidade.
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Improvável - Isabella e Alice (Romance Lésbico)
RomantizmQuando uma jovem advogada que vive para o trabalho e não acredita mais em relacionamentos se vê totalmente envolvida e encantada por sua colega de trabalho, uma jovem executiva que acredita em pessoa certa e no amor, grandes sentimentos podem surgir...