Joshua colocou o fae platinado sobre o lombo de Kmry, que estava em sua forma híbrida. A kaemera estava ferida e cansada, assim como Noktu, por isso o príncipe decidiu levar os dois, junto com Zayan, para as curandeiras da tribo, no território das oréades. Estava irritado e preocupado.
Primeiro a irmã de Olívia falou mentalmente com Freesia, pedindo ajuda para curar Violet, então eles voltaram para a fronteira antes mesmo de chegarem à sala do trono, e Korst decidiu ir junto para ver Olívia. Depois apareceu uma alcateia de blums para interceptá-los no meio do caminho, o que ele sabia que era muito fora do comum antes, mas agora parecia de praxe encontrar esses monstros em qualquer lugar. E para completar, sua kaemera estava ferida e ele sentia que tinha algo errado com Freesia.
Estava dividido entre levar Kmry para ser curada e voltar para ver como Freesia estava, mas Korst decidiu por ele e foi ao encontro de Freesia, Olívia e suas irmãs, por isso Josh agora estava atravessando a trilha do território dos carvalhos pretos e logo chegaria ao centro.
Noktu deu uma forte bicada na mão do rapaz, que resmungou. O kaemera estava em forma de gavião, carregado como um filhote nos braços do príncipe, pois teve uma pata quebrada e uma asa deslocada enquanto ainda estava na forma de hipogrifo, isso fora as lacerações profundas feitas pelos blums. Foi sorte ele ter conseguido assumir a sua menor forma para facilitar a cura, no entanto, desde que se apoiou no colo do dríade real, Noktu não parava de dar bicadas e arranhões nele, sempre grasnando com irritação por não poder ir até sua protegida.
— Eu sei, Noktu. Também estou preocupado — ele murmurou, desviando da bicada que o animal tentava acertar no seu nariz. Kmry rosnou em aviso, porém estava com pouca energia para sequer tentar atacar o macho irritante. — Precisamos trabalhar esse temperamento. Eu serei rei em alguns meses, e em bem menos que isso estarei conectado com a Free... Ai! — Joshua olhou para o seu dedo que sangrava depois de outro ataque do kaemera negro. — Para com isso, eu só estou cuidando de você, seu ingrato! Quando vai se acostumar comigo?
Noktu grasnou e Kmry grunhiu, falando em sua linguagem com o macho, que bufou e finalmente se acomodou nos braços do feérico.
— Eu queria tanto entender o que vocês falam...
— Príncipe Joshua, eu estava procurando vo... — Ele ergueu a cabeça ao ouvir a voz de Kol, que ofegou ao ver Kmry em sua forma natural enorme e carregando um fae desmaiado. — O que aconteceu?
— É uma longa história, majestade. Podemos conversar no território da Invta? Outro grupo vai chegar a qualquer momento e o senhor vai querer falar com eles.
— Certo, certo... E por que tem um gavião em seus braços? Ei! — Ele recuou ao tentar acariciar a cabeça do pássaro e receber uma bicada no dedo.
Joshua suspirou por causa da agressividade do kaemera.
— Esse é o Noktu, imagino que o senhor já o tenha conhecido, mas com outra forma.
— Noktu? Ah, o kaemera que escolheu minha filha. E por falar nela, onde está?
— Na fronteira de Grradhy com Craobhan. Como eu disse, longa história, e é melhor não revelar a todos ainda. Acho que o senhor deve chamar a rainha, é do interesse dela também. Ah, e mantenha a calma, mas tem onze blums abatidos no meio do caminho da fronteira, a leste. É melhor mandar um grupo de caçadoras recolhê-los para não desperdiçar alimento.
Kol arregalou os olhos. Eles passavam em frente à sala do trono, onde estavam dois guardas. Todos os dias eles mudavam, divididos em dois turnos de oito horas cada dupla. Ao todo eram cinco guerreiros e cinco ninfas que trabalhavam nessa função. Kol chamou um deles e disse para avisarem à Grande Mãe que o Líder Guerreiro solicitava sua presença na sala de cura.
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No Coração do Bosque Proibido
FantasyJoshua Wood cresceu ouvindo que jamais deveria entrar no bosque que delimitava o quintal de sua casa. Aos nove anos ele teve uma experiência que o fez viver sem saber se aquilo realmente aconteceu ou se foi sua imaginação de menino. Muitos anos depo...