Insistindo no Amor

38 - Simon

Entrei no meu apartamento me sentindo exausto, a noite foi bem cansativa, tive duas cirurgias de emergência e a noite no hospital foi bem agitada, não tive energia pra dar bom dia para Olívia. Joguei minha mochila no sofá, segui para o quarto e fui tomar um banho, depois deitei na cama e adormeci rapidamente. Acordei quando passava do meio dia, meio desorientado, não gosto de ter os horários desregulados mas em plantões assim, não consigo vencer o cansaço.

Laventei e fui para a cozinha, me surpreendi ao ver café feito e duas panquecas com frutas na bancada, dei um sorriso, Olivia deve ter passado aqui antes do trabalho, peguei o celular e mandei uma foto minha tomando café, agradecendo.

"Que bom que gostou, passei pra te ver mas você estava dormindo tão bem que não quis te acordar."

Desejei estar com ela agora e poder encher seu rosto de beijos até Olivia não conseguir respirar e me afastar enquanto ri. Quando entendi que os meus sentimentos por Olivia é amor, me senti como na beira de um penhasco, apesar da felicidade e do desejo de ser tudo o que ela quer, o medo de cair e me destruir ainda é grande e não sei como confessar que para mim agora não tem mais volta, só vai existir Olivia e mais ninguém. Assim que terminei de comer as panquecas, lavei a louça e fui me trocar para ir até a academia.

O dia foi mais tranquilo, treinei com meu personal Justin, foi bom voltar ao ritmo de treino, gosto da minha vida organizada e sob controle. No final da tarde, Jasper mandou uma mensagem avisando que tinha ingressos para ver o jogo no estádio e até que fiquei animado, fazia tempo não que não via um jogo in loco com meus amigos. À noite, me arrumei e desci até o apartamento de Olívia, entrei e a encontrei deitada no sofá com uma compressa quente  na cintura, ela ficou de pé assim que me viu, usava uma camisola azul e os cabelos soltos e não havia maquiagem em seu rosto, tão linda que me coração acelerou dentro do peito, Olivia não faz ideia do impacto que me causa quando estou perto dela.

- Oi... - ela falou e sorriu.

- Oi, meu amor.

Olivia me abraçou e eu segurei sua cintura, ela enlaçou suas pernas no meu quadril, eu beijei seus lábios e a carreguei de volta para o sofá, continuei beijando sua boca até ficarmos sem ar. Coloquei minha mão por baixo da camisola e apertei sua bunda, ela suspirou e depois me olhou.

- Não estou muito no clima hoje... Estou menstruada. - Olívia disse e corou.

- Tudo bem.

Deitei no sofá e puxei seu corpo para junto do meu, ela me abraçou, era bom sentir Olivia assim também.

- Me conta sobre o seu dia. - pedi.

- Recebemos uma medicação nova contra câncer de estômago, vamos saber se é eficaz, espero que seja. Também estamos desenvolvendo uma pesquisa sobre o câncer de mama, parece promissor... Almocei com a Sarah e tive consultas durante a tarde.

- Estou tão orgulhoso de você, Liv. - falei com sinceridade e beijei sua testa.

- E como foi o seu dia? - ela perguntou.

- Não fiz nada produtivo, dormi muito e senti sua falta na maior parte do tempo.

- Você vai enjoar de mim em breve.

- Não vou não... Nunca senti nada parecido com isso. - confessei e alisei suas costas.

- Eu também não... Mesmo tendo sido noiva, ter tido um relacionamento de anos, nunca me senti tão em paz e confortável quanto agora com você.

Beijei mais uma vez a testa de Olivia e a abracei, ficamos em silêncio um tempo, eu me sentia feliz.

- Vamos sair pra jantar amanhã... Temos que comemorar, agora você é coordenadora de pesquisa da oncologia, temos que brindar a isso.

- Eu adorei a ideia... Ainda não usei o vestido preto que você me deu.

- Estou com medo de ter me arrependido de ter comprado. - brinquei e ela riu.

- Você vai poder arrancar ele depois do jantar.

- Ah, com certeza eu vou fazer isso. - respondi sorrindo.

- Está com fome?

- Não, estou bem.

- Que horas você vai ver o jogo?

- Daqui a pouco.

- Você está tão bonito. - ela elogiou baixinho e eu apertei seu corpo.

- Obrigado... Mas se fosse pra escolher, ficaria aqui com você.

- É bom manter nossa individualidade, Simon... Você tem livre acesso pra fazer coisas sozinho, sair com seus amigos e essas coisas.

- Eu sei, mas eu adoro nossos momentos.

- Eu também.

Beijei Olívia de leve, depois passamos um longo tempo em silêncio, estava quase adormecendo quando meu celular vibrou no meu bolso, era uma mensagem do Steven, avisando que me esperava.

- Tenho que ir...

- Certo... Bom jogo. - Olivia disse sonolenta e eu dei um sorriso.

- Posso vir pra cá mais tarde? Dormir com você?

- Você tem a chave não tem? Vou deixar a luz do corredor acessa.

- Está bom.

Beijei a cabeça de Olivia e ela sorriu ainda sem abrir os olhos, passei a ponta dos dedos em seu rosto e levantei do sofá. Ao chegar no estádio, fui para o camarote e encontrei meus amigos.

- Até que fim cara! - Jasper me abraçou - Steve e eu estávamos apostando pra saber se você vinha mesmo.

- O quê? Isso não foi legal... Eu nunca vou deixar de ver vocês. - respondi e Steven também me abraçou.

- Nosso amigo foi enlaçado Jasper! - Steven brincou e tomou um gole de cerveja.

- É bom ver vocês também, amigos. - retruquei.

- Vem pra cá que o jogo já vai começar.

Foi divertido ficar com meus amigos, nosso time perdeu mas valeu a pena assistir o jogo. Steven como sempre animado, quis ir até um bar mas estava tarde e Jasper também quis ir para casa, ainda assim, comemos um cachorro quente na rua, relembrando os tempos da faculdade.

- Ainda não acredito que Simon está namorando e está caidinho pela Olívia. - Jasper comentou rindo.

- Ei, eu já namorei antes. - me defendi.

- Mas agora você está diferente, parece mais feliz e parece mais comprometido.

- E eu estou mesmo.

- Mas também, com uma gata como a Olívia não tem como não ficar caidinho. - Steven falou.

- Bom... Eu a amo... Quero muito que dê certo dessa vez.

- Uuhhh... Olha o Simon todo apaixonado! - Jasper riu e empurrou meu ombro.

Continuamos conversando e eu percebi que essa foi a primeira vez que admiti em voz alta que amo a Olívia, só preciso reunir coragem para dizer isso a ela, espero muito que ela sinta o mesmo por mim.

Quando entrei no seu apartamento, a luz do corredor estava acesa, apaguei e entrei no quarto e Olívia dormia tranquila, comecei a me despir até ficar de cueca, deitei ao seu lado e para minha surpresa Olívia se virou na minha direção e me abraçou, colocando a cabeça no meu peito.

- Você está gelado. - ela resmungou e eu ri.

- Então me esquenta, meu amor.

Olívia puxou o cobertor, colocou suas pernas entre as minhas e me abraçou, a abracei de volta e adormeci sentindo seu cheiro doce.