14 - Simon

2.7K 157 9
                                    

A segunda-feira começou conturbada, pouco tempo depois que cheguei ao hospital fui chamado pra uma cirurgia de emergência, havia acontecido um acidente e as vítimas vieram para o Chicago Med. Eu mal tive tempo de pegar no celular, estava adquirindo um péssimo hábito: esperar mensagem de alguém, ou melhor, da Olívia.

Eu sabia que nosso combinado é sexo casual, mas depois de sexta, fiquei esperando um sinal de vida dela, uma mensagem ou algo que fosse. O final de semana na casa dos meus pais foi ótimo, eu precisava de ficar um pouco com eles e recarregar a bateria, mas uma parte de mim desejou estar com Olívia e isso não era nada bom. Ao meio dia, andei para o refeitório do hospital, não queria ter que me deslocar, já que teria muito trabalho a tarde, assim que entrei avistei Olívia almoçando com uma colega, após me servir, peguei minha bandeja e peguei uma mesa no canto e me permiti observá-la.

Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e ela usava um blusa de gola alta azul que se destacava em sua pele clara, ela além de linda é elegante, seu modo de se portar e falar demonstra isso, eu poderia passar horas olhando para ela mas comecei a comer antes que a comida esfriasse. Pouco tempo depois Peter sentou na minha frente.

- E aí cara... Nem tinha te visto hoje. - ele falou.

- É, cirurgia de emergência.

- E o final de semana?

- Foi tranquilo... Noite de jogo amanhã? - perguntei e olhei de relance para Olivia.

- Com certeza... Pode ser na sua casa de novo?

Olhei novamente para Olívia, ela me olhou também e deu um meio sorriso, quis me levantar e ir até ela mas me contive, tomei um gole do meu suco.

- Olha, você sempre deixa minha casa uma bagunça, não pode ser na sua?

- Você é tão chato com esse negócio de limpeza... - ele resmungou e eu reivirei os olhos - Mas é que na sua casa a sala é melhor e a televisão também.

- Tudo bem... Pode ser na minha casa.

Ficamos conversando mais um pouco, quando terminei meu almoço, levantei e Peter fez o mesmo, ao sair do refeitório, Olivia nos acompanhou.

- Oi, Olívia... Soube que você saiu com a Lina no sábado. - Peter falou.

- É... Foi muito divertido.

- Pensei que fôssemos amigos Olívia... - Peter começou e ela o encarou - Você saiu com aquela recepcionista gata e não me convidou, fico até ofendido.

- Sinto muito Peter, mas acho que você não faz o tipo dela.

- Como assim? Eu faço o tipo de todas. - meu amigo falou convencido.

- Digamos que ela gosta do mesmo tipo que você. - Olivia falou baixo e corou.

- Nossa... Então... Está perdoada, não perdi muita coisa.

Olívia deu uma risada adorável e meu coração disparou um pouco. Continuamos conversando até chegarmos na sala dos médicos, Olivia se virou para nós.

- Eu tenho que ir... Preciso atender alguns pacientes... - ela me olhou - Você poderia passar na minha sala quando tiver um tempinho? Preciso falar com você, sobre a paciente da cirurgia do estômago.

- É claro... Passo lá até o fim do dia.

- Obrigada, Simon... Tchau Peter.

Olívia se afastou de nós e continuou seu caminho, quando ela sumiu de vista Peter me olhou.

- Ela é gata.

- Sim, é... - respondi tentando manter o tom neutro.

- Você acha que eu teria chance?

Senti um incômodo no peito, a ideia de Peter ou qualquer outro com Olivia me deixou ansioso de repente e isso não é um bom sinal.

- Não sei... Mas ela não me parece que sai com caras do seu tipo.

- O quê? Você acha que ela também é...? - ele perguntou e eu dei risada.

- Não, ela não sai com caras do tipo bobão como você.

- Sai pra lá! - ele me empurrou e começamos a rir.

Fui até a sala de Olívia lá pelas três, mandei uma mensagem perguntando se poderia ir, era meu único tempo livre e sendo bem sincero, estava com muita vontade de vê-la. Bati na porta e quando entrei, fiquei surpreso ao ser agarrado por ela, seus lábios pressionaram os meus e eu levei alguns segundos para reagir, mas então eu fechei a porta atrás de nós e abracei seu corpo esguio e macio, sua língua entrou na minha boca e eu aproveitei para sugá-la, nos beijamos até ficarmos sem fôlego.

- O que foi isso? - perguntei.

- Lembrei que não te agradeci pelas tulipas. - ela respondeu corando, olhei para as flores e dei um sorriso.

- Bom, acho que vou encher sua sala de flores da próxima vez... Talvez eu ganhe mais do que beijos. - falei e ela sorriu - O que quer falar sobre a Júlia?

- Nada... Só não queria deixar nada evidente para o Peter.

Dei um sorriso, pelo visto ela também sentiu minha falta, me aproximei do seu rosto de novo, ela estava usando uma blusa de gola alta, então beijei sua mandíbula, depois beijei, cada um dos seus olhos, bochechas, testa, nariz, queixo e por último seus lábios de novo, fiz tudo de forma lenta para provocá-la e também para que eu pudesse apreciá-la.

- Quero te ver hoje... - falei e então ela abriu os olhos.

- Mas você já está me vendo. - ela brincou.

- Quero te ver nua, de preferência na minha cama hoje a noite.

Olhei para Olivia e vi suas pupilas dilatarem, a tensão sempre presente entre nós ficou ainda mais pesada.

- Que horas? - ela perguntou baixinho.

- Lá pelas oito, é quando eu chego da academia.

- Certo...

Ela respondeu ainda baixinho e corando, apertei sua cintura por baixo do jaleco, ela parecia paralisada, sua mão tocou meu rosto e eu me inclinei e beijei seus lábios novamente, dessa vez de forma um pouco mais lenta.

- Agora eu tenho que ir... Te vejo mais tarde, minha flor.

Falei e passei a mão delicadamente pelo seu rosto, Olivia estava vermelha e ainda meio aérea.

- Você está bem? - perguntei rindo.

- Estou... É só que... Isso é...

- Eu sei... Eu também sinto essa química Olívia, sinto que eu poderia te jogar em cima dessa mesa agora mesmo, mas eu realmente tenho que ir.

- Certo, até mais tarde.

Me afastei de Olívia e saí de sua sala, respirei fundo algumas vezes para voltar meus pensamentos ao trabalho. A cada minuto que passo com essa mulher sinto que estou perdendo o controle do que quer que seja que eu esteja sentindo, só espero que eu não seja o único.


Insistindo no AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora