45 - Olívia

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Acordei meio desorientada, olhei de lado e Simon dormia, dei um suspiro lembrando dessa madrugada, Simon é muito bom de cama e com certeza têm tornado minha experiência sexual ainda melhor. Estou feliz por termos nos entendido, é importante que ele saiba que estou demonstrando do meu jeito o quanto gosto dele. Levantei da cama e fui para a cozinha, vi que passava das duas da tarde, então coloquei os grãos de café na máquina e enquanto esperava, fiz um omelete e panquecas, quando tudo ficou pronto, enchi duas canecas de café e voltei para o quarto. Sentei na cama e acordei Simon, ele sorriu ao me ver.

- Bom dia...

- Boa tarde, na verdade... - respondi e dei um sorriso.

- Que horas são?

- Quase três da tarde.

- Que cheiro bom.

- Trouxe café.

Ele se sentou e se recostou na cabeceira, tomou um gole do café quando eu entreguei a caneca.

- Como está se sentindo? - ele perguntou.

- Estou bem... Quer dizer, estou contente por termos nos acertado.

- Eu também... Liv, falo sério quando digo que não gosto de brigar com você, não consigo me concentrar nas coisas e me sinto ansioso.

- Eu também me sinto assim, Simon... De verdade... Você faz muito bem pra mim.

- Que bom... Então estamos bem não é?

- Estamos... - ele segurou minha mão e deu um beijo - Meus pais ligaram ontem, querem saber se você vai comigo na sexta para São Francisco para o ação de graças.

- Claro que vou... Vai ser uma honra conhecer onde você nasceu.

Me inclinei e beijei seus lábios, me afastei e lembrei do presente que comprei.

- Eu tenho um presente pra você.

- Tem? - ele perguntou curioso.

- Não se mexe, eu já volto.

Corri para o escritório e peguei o presente, ao voltar para o quarto, Simon estava imóvel, dei um sorriso toda boba, sentei do seu lado e entreguei a caixa, ele abriu o pacote em um segundo e analisou a luminária, ele me olhou sorrindo.

- É linda, Liv... Eu adorei.

- Assim poderá me escrever seus recados.

- Isso foi muito atencioso, obrigado... - beijei sua boca de novo - Mas como você vai guardar o que eu escrevo?

- Como você sabe que eu guardei todos os seus bilhetes? - perguntei surpresa.

- A gaveta estava entreaberta outro dia e eu acabei vendo.

Simon começou a escrever na luminária, ele fez um desenho de cachorro que ficou estranho, comecei a rir, depois ele desenhou uma árvore e ficou torta, Simon parecia um garoto que ganhou o presente de natal que mais desejava, suas covinhas aparecendo me deixando toda boba e contente por ter acertado no presente.

- Você desenha muito mal. - falei rindo.

Ele então apagou tudo e escreveu "Eu te amo", derreti ao ler, dei um sorriso.

- Eu ainda vou escrever bilhetes para você. - ele disse e me olhou.

- Eu vou adorar isso.

- Estou com fome.

- Eu fiz panquecas e omelete.

- Então vamos comer.

Simon me beijou lentamente nos lábios e então levantou da cama me levando junto. O resto do dia foi tranquilo, gosto de dias assim tranquilos, onde me sinto confortável em ser eu mesma com Simon, onde sinto o seu amor e seu carinho por mim. Eu não queria me afastar dele e Simon percebeu, ficou o tempo todo comigo, planejamos a semana e nossa ida para a casa dos meus pais, sei que ele gosta de tudo organizado e foi divertido planejar com ele e até reservamos as passagens.

A noite, Simon encheu a banheira e tomamos banho juntos, um delicioso banho relaxante. Estava encostada em seu peito, com muita espuma entre nós e Simon alisando minha pele com a ponta dos dedos quando relembrei algo que ficou em minha mente o dia todo.

- Você disse ontem que queria ficar comigo para sempre... O que quis dizer?

- Você sabe o que significa.

Senti um arrepio pelo corpo e meu coração ficou gelado.

- Simon...

- Não faça perguntas se não consegue ligar com as respostas. - ele falou seco.

- É só que eu me pergunto se você não tem medo...

- É claro que tenho... Você é a primeira mulher por quem eu senti algo tão forte assim, eu amo você, amo ficar com você e ficar pertinho assim... Você me estragou para qualquer outra... Outra mulher não teria o seu cheiro, não teria o seu colo e nem o seu abraço, não teria o mesmo corpo macio ou o mesmo cabelo que eu adoro segurar entre meus dedos... - Simon me abraçou e sussurrou no meu ouvido - Quero muitos outros banhos como esse, quero nossa casa, quero nossa vida juntos.

- É muito cedo...

- Estamos no ação de graças, falta pouco para o ano acabar, dois meses... Vou esperar e ano que vem voltaremos a ter essa conversa, mas farei uma pergunta importante.

Senti meu corpo gelar de novo, imaginar me preparar para um casamento de novo me deixou enjoada, fechei os olhos e tentei esquecer a ideia de ser pedida em casamento por Simon. Ele sentiu minha mudança de humor e respirou fundo.

- Por favor, não surta... Só esquece o que eu disse, são planos futuros Liv.

- Eu sei... - falei baixo e respirei fundo - É só que me pegou de surpresa.

- Tudo bem... Eu entendo que você tem traumas com relação a casamento, mas quero que saiba que vejo um futuro para nós... Na verdade, eu quero muito um futuro com você Olivia.

- Certo...

Eu comecei a me sentir pressionada com essa conversa de futuro e casamento, estava com dificuldade de respirar e resolvi sair da banheira, Simon me olhou e vi a decepção em seu olhar por eu não conseguir conversar a respeito.

- Desculpa, agora não é uma boa hora para falar sobre isso... Mas não quer dizer que não penso em como seria bom ficar ao seu lado para sempre, só me dá um tempo.

- Tudo bem, você tem todo tempo do mundo, mas em algum momento você vai ter que ceder Olivia, não só sou eu que preciso ser compreensivo com tudo, uma hora ou outra você também vai precisar ceder e enfrentar tudo o que está aí dentro.

Simon falou e eu senti o peso de suas palavras, mais uma vez ele está certo. Peguei o roupão e vesti, Simon saiu da banheira também e não consegui evitar de olhar para o seu corpo másculo e lindo, todo molhado, ele deu um meio sorriso e pegou uma toalha.

- Não quero que fique chateada, não estamos brigando, estamos apenas conversando.

- Tudo bem. - falei e desviei o olhar.

- Vem cá.

Simon me puxou para um beijo, abracei sua cintura juntando nossos corpos, sua língua entrou na minha boca e eu soltei um gemido baixinho, e então ele se afastou sorrindo.

- Que tal se a gente comer alguma coisa antes?

- Certo... - falei ainda aérea do beijo.

- Você ficou muito monossilábica de repente.

- Muita coisa para pensar.

- Relaxa... Conversas assim faz parte de um relacionamento.

- Eu sei... - respirei fundo e tentei mudar de assunto - Vou me vestir e pedir algo para comer, o que você quer?

- Uma massa seria bom... Pizza talvez?

- Eu acho ótimo... Vou fazer o pedido.

Sai do banheiro tentando não pensar demais no que Simon disse sobre me pedir em casamento em um futuro próximo.

Insistindo no AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora