Insistindo no Amor

58 - Simon

Uma semana depois

Me aproximei da janela do meu quarto e fiquei observando a movimentação no jardim, vi quando Liv pegou a taça de vinho na mesa e virou de uma só vez, as coisas deviam estar tensas lá embaixo, soltei um suspiro longo e saí do quarto. Fui na cozinha e preparei uma cesta de piquenique e fui ao encontro da minha noiva. Estamos na casa dos meus pais, vamos nos casar amanhã e a minha mãe e a mãe de Liv estão empolgadas até demais com a cerimônia, estava na hora de resgatar minha noiva, me aproximei dela que agora estava sentada observando as duas mulheres conversando.

- Oi querida... - falei e beijei o seu ombro.

- Oi amor.

Me sinto orgulhoso quando ela me chama de amor, fico tão feliz que é difícil acreditar que Olivia está comigo.

- Vem comigo. - pedi e ela me olhou.

- Onde?

- Dar um passeio, ou você vai sair correndo daqui a pouco.

Olivia ficou de pé e saímos juntos do jardim, entramos no meu carro e eu dirigi até o parque onde tínhamos vindo na primeira vez que Olivia veio em Geneva. Escolhi um local mais reservado perto do lago, estendi a toalha e comecei a tirar os lanches da cesta.

- Você pegou uma garrafa de champanhe da festa? - Liv perguntou surpresa, dei um sorriso.

- Eu sou o noivo, posso pegar o que eu quiser e acho que você está precisando.

- Ai... Elas não concordam com nada e não me deixam opinar em quase nada. - ela falou e bufou.

- Meu amor... A partir de agora você não vai ter que se preocupar com nada, a não ser vestir o seu lindo vestido e dizer sim pra mim... Deixe que nossas mães façam a decoração, no fim, seremos apenas você e eu que vai importar.

Ela sorriu quando eu entreguei a taça com champanhe, depois tomou um longo gole, fiz o mesmo.

- Agora vem aqui... - chamei e Liv sentou entre minhas pernas com as costas encostadas no meu peito.

- Obrigada... Por me tirar de lá, eu estava precisando.

- Eu sei... Agora apenas relaxe.

Ficamos um tempo em silêncio apenas apreciando a vista e a brisa.

- Vamos nos casar amanhã... - ela comentou e eu dei um sorriso.

- E vai ser pra sempre...

- Promete?

- Prometo... Eu consigo imaginar tanta coisa pra gente...

- Como o quê?

- Nós dois viajando... Daqui uns anos teremos filhos...

- Quantos?

- Acho que dois é suficiente... Continuar trabalhando perto de você para te levar flores todos os dias... Poder ter você todas as noites...

- Você vai enjoar do sexo comigo toda noite.

- Não vou não... Vamos continuar nos comunicando como agora e nunca ir dormir brigados ou longe um do outro... Preciso dormir com você todas as noites, isso é inegociável... - dei um suspiro - Nunca achei que fosse te encontrar e não quero perder de jeito nenhum, você é tudo pra mim Olivia, minha alma gêmea... Te amo, te amo demais.

Olivia se virou para mim, reabasteci sua taça com mais champanhe, quando olhou para mim estava chorando.

- Quando o hospital me ligou dizendo que a vaga de oncologista era minha, fiquei com medo do que iria acontecer comigo em Chicago, uma cidade nova, emprego novo, era a primeira vez que iria morar longe dos meus pais... Quando eu cheguei amei tudo, a cidade, o hospital, a Sarah e você... amei seu jeito meigo, sua bondade e sua empatia, amei a nossa química, de eu mal conseguir me conter perto de você, mas eu comecei a viver como se tudo fosse temporário, como se de uma hora para outra eu fosse embora de Chicago, e quando eu me apaixonei por você, só conseguia pensar que você iria me deixar... Como já tinha acontecido antes. - ela respirou fundo e tomou um gole de champanhe - Não valorizei você como deveria e tive medo de me entregar mas, você me conquistou de verdade e eu te amo, não consigo me imaginar sem você, tentar pensar nisso já me causa uma dor, e agora eu quero muito viver essa vida com você, casada e feliz... Eu te amo.

- Vem aqui...

Pedi, emocionado demais para falar qualquer coisa, puxei Olivia para cima de mim e ela me beijou, passei os braços ao redor do seu corpo e retribui colocando minha língua dentro de sua boca, ela tinha um gosto de champanhe, coloquei minha mão por dentro de sua blusa para sentir sua pele, ela segurou meu rosto e sentiu as lágrimas que haviam escorrido, ela ergueu o rosto e me olhou.

- Você está chorando?

- Eu não... Foi só um cisco... - respondi e ela riu - Podemos continuar?

- Não, não podemos, estamos em um parque, a não ser que queira ser preso na véspera do seu casamento.

- É melhor não. - respondi rindo.

Olivia se deitou ao meu lado com a cabeça no meu ombro e ficamos ali tomando champanhe, desfrutando da companhia um do outro e fazendo planos para o futuro. A brisa tocava em nós, ouvíamos as vozes de pessoas ao nosso redor mas nada mais importava para mim, a não ser ela e eu. Perdemos a noção do tempo e só quando minha mãe ligou, foi que percebemos que passamos quase o dia inteiro no parque, voltamos para casa e nossos amigos haviam chegado, Olívia segurou minha mão antes de sairmos do carro.

- Obrigada por ter me tirado daqui mais cedo, amei nosso dia e foi ótimo para minha mente, estou mais relaxada agora.

- Não precisa agradecer, sempre estarei aqui para resgatar você.

Olivia me beijou e saímos do carro.

Tivemos um jantar de noivado, Olívia estava com um vestido de cetim branco longo mas com uma fenda lateral e os cabelos presos pela metade, estava lindíssima, comecei a ficar ansioso, em horas ela vai ser minha esposa. Rimos com nossos amigos e familiares, brindamos e eu dancei com Liv, foi divertido e ficará marcado para sempre.

Quando todos decidiram que era tarde e que precisávamos dormir, acompanhei Olivia até o quarto de Patrick onde ela vai dormir essa noite.

- Sabe, o quarto do hotel que eu reservei já está pronto, poderíamos ir até lá. - falei sugestivo.

- Nem pensar... Você vai ter que esperar até amanhã.

- Mas eu quero você. - ela me olhou e sabia que também me queria.

- Eu sei... Passou a noite me olhando desse jeito safado.

- Não tenho como evitar... - puxei sua cintura - Amanhã a essa hora você será a senhora Olivia Clarckson, não é incrível?

- É inacreditável... Mal posso esperar para estarmos em Nice, na praia, você e eu.

- Eu também... - beijei seus lábios - Preciso ir para o meu quarto.

- Tudo bem... Sonhe comigo. - ela pediu e eu dei um sorriso.

- Faço isso sempre... Te vejo amanhã.

- Tá bom.

Puxei seu corpo mais uma vez e a abracei apertado, depois a encarei e passei os dedos em seu rosto.

- Eu estarei lá... Pode acreditar, amor.

- Eu sei.

Ela confirmou e seus olhos encheram de lágrimas, eu sabia que apesar de tudo, ela ainda tinha medo, devido aos seus traumas passados, sabia que precisava afirmar com todas as letras que eu iria ficar. Beijei seus lábios mais uma vez e me afastei, andei até meu quarto. Me troquei e deitei na cama, sabia que não iria conseguir dormir, eu estava sentindo muitas coisas, mas ainda não acreditava que iria me casar com a mulher da minha vida, sou muito sortudo mesmo, dei um sorriso enorme e fechei os olhos ansioso por esse novo capítulo da minha história.