Insistindo no Amor

49 - Olívia

Uma semana depois
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- Como você está hoje? - Sarah perguntou com aquele olhar carinhoso.

- Cansada... Não dormi bem... De novo.

Entrei na minha sala e vi um buquê de rosas amarelas, meu coração disparou e meu corpo começou a tremer. Eu tinha deixado as últimas flores que Simon me deu secarem, um reflexo do nosso relacionamento e uma lembrança dele. Será que ele tinha vindo até aqui? Me aproximei e procurei algum bilhete mas não tinha, olhei para nossa foto e toquei no rosto de Simon, ficamos tão lindos nessa fotografia, desejei voltar no tempo e ter aproveitado mais esse dia.

- As flores são minhas... Achei que precisava de uma cor aqui.

Sarah falou entrando na minha sala, engoli o choro e sorri. Ela tem se tornado uma amiga maravilhosa, Sarah tem cuidado de mim de uma forma que nem Ava que é minha irmã cuidou. Me lembro de sua reação ao me ver chegando no trabalho em frangalhos depois que Simon terminou comigo.

Nos primeiros dias, eu sentia tanta dor que eu mal conseguia respirar, não consegui dormir e logo vieram as crises de ansiedade à noite, liguei para Sarah e ela veio ficar comigo. Agora eu sinto dores pelo meu corpo todo, como se eu estivesse resfriada, me sinto cansada e sem ânimo para trabalhar ou fazer qualquer outra coisa. Minhas olheiras estão fundas e eu perdi peso, em resumo, estou quase virando um zumbi.

Estou há uma semana sem Simon e não estou melhorando, eu sinto tanta a falta dele que meu coração doi. Simon me amou da forma mais pura e completa, ele cuidou de mim, me mimou, me valorizou, me fez sentir desejada e me desejou ardentemente. Fui feliz ao seu e hoje eu percebo isso, fui mais feliz com Simon do que com qualquer outra pessoa, incluindo o David, ninguém me completou tão bem quanto Simon Clarckson e ele me deixou.

- Sarah... Nem sei como agradecer tudo o que você está fazendo por mim. - ela sorriu.

- Não precisa agradecer... Eu gosto muito de você Olívia.

- Pode me chamar de Liv agora... Eu também gosto muito de você.

Nos abraçamos e voltamos ao trabalho, apesar de não ter ânimo, meu trabalho está me mantendo ocupada. Tive uma manhã ocupada, pulei mais uma vez o almoço, além de não ter fome, tinha receio de encontrar Simon, não sei como reagiríamos ao nos encontrar. Às três tive um pequeno intervalo e saí do hospital para ir comprar um café, estava na fila quando o moço que estava na minha frente virou de repente e o seu café acabou derramando um pouco em mim.

- Merda! Me desculpe... Sou desastrado e não vi você aí.

- Não tem problema.

Olhei minha roupa e vi que o estrago foi apenas no meu cachecol, o moço pegou um guardanapo e tentou limpar, o encarei e vi um par de olhos azuis lindos e me afastei um pouco constrangida. Peguei o guardanapo de forma gentil e tentei amenizar o estrago mas no fim decidi tirar o cachecol.

- Sinto muito mesmo. - ele falou e ficou vermelho.

- Relaxa, derramou apenas no cachecol.

- Meu nome é Joshua Collins... Mas pode me chamar de Josh.

- Oi Josh... Sou Olívia. - ele apertou minha mão e sorriu.

Comprei meu café e vi que ele ainda esperava, começamos a andar de volta para o hospital.

- Você é médica também?

- Sou... Oncologista e você?

- Sou o novo neurocirurgião do hospital, comecei semana passada.

- Ah... Seja bem vindo.

- Obrigado.

Andamos pelos corredores conversando, Josh é de Chicago mesmo mas passou dois anos em Nova York, ele me parece ser bem legal e comentou que ainda não fez amigos. Ele me acompanhou até a recepção da oncologia e depois seguiu seu caminho. Tinha acabado de atender um paciente quando a diretora Marshall entrou na minha sala, fiquei de pé e fui cumprimenta-la.

- Olá Olívia... É bom te ver.

- Igualmente... No que posso ajudar?

- Eu vim só entregar o seu convite para a festa anual do nosso hospital, sempre fazemos no fim do ano como uma forma de celebrar e você agregou muito ao nosso hospital desde que chegou.

- Obrigada... Fico feliz em saber disso.

A diretora saiu e eu abri o convite, o evento vai em um mês, fiquei contente por receber, na descrição diz que é traje formal, imediatamente pensei em Simon, será que ele foi convidado? Imaginei ele usando um smoking e meu coração se apertou só de pensar nisso, ele ficaria lindíssimo.

Às cinco da tarde, dei meu dia por encerrado, sinto que tenho um limite do que consigo fazer durante o dia e hoje cheguei no meu limite. Saí do hospital e andei até meu carro, meu coração acelerou um pouco ao ver o Lexus de Simon estacionado ao lado do meu, toquei de leve no capô e fiquei ansiosa só de saber que ele estava perto. Entrei no meu carro e fui para casa, ao chegar no apartamento, a vontade de chorar veio com força, está sendo muito doloroso ficar aqui onde tudo tem a presença de Simon, olhei a luminária de led que dei de presente e ainda tinha o último recado de Simon

" Fiz o seu preferido, me deve um beijo!"

Simon tinha feito um waffle com banana e mel para o meu café da manhã e saiu correndo para pegar sua mala. Foi antes dele me deixar, agora eu só tenho um monte de lembranças, arrependimento por não ter dito como me sentia e dor, muita dor. Andei até meu quarto, suas roupas ainda estão no closet, tomei um banho, peguei uma de suas camisas, vesti e deitei na cama, só adormeci depois que chorei, como todas as outras noites anteriores.