alívio

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Laila Paz

De longe observo Raphael conversando horrores com meu pai e meu irmão, como se, se conhecessem a anos... e eu e minha mãe, conversamos mais ainda.

A temperatura em São Paulo caiu e está uma chuva danada lá fora, clima que eu adoro, e que combina perfeitamente com um chocolate quente. Quando eu ainda morava na Espanha, toda vez que eu e minha mãe sentávamos na mesa pra tomar chocolate quente, conversas divertidas saiam de lá. Como se fosse eu e uma melhor amiga.

-Vamos tomar chocolate quente.- Falo pegando os ingredientes.  

Enquanto se preparava, observei minha mãe olhando para a sala, onde eles estavam sentados. Ela parece feliz em estar aqui, na minha casa... sempre tive esse sonho, de ter minha carreira profissional, ter minha casa do jeitinho que sempre sonhei... é prazeroso.

-Ele é seu namorado mesmo?- Ela pergunta e eu rio.

-Obvio que não mãe...-falo tombando minha cabeça pro lado sorrindo.- Você sabe como é, não vou namorar alguém que conheço a um mês.- Respondo e ela apoia o cotovelo na bancada, virada pra mim.

-Mas ele parece ser um rapaz bom...-ela responde analisando ele novamente.- Pra você.- ela conclui e sinto um arrepio percorrendo meu corpo todo com a última parte.

-Bom, ele tem tudo o que eu gosto.- Respondo e ela ri. -Mas é lógico que eu vou manter minha super postura.- Falei despejando o líquido na caneca.

-Super postura?- Deu uma pausa.- Só pelo jeito que você fica perto dele, dá pra ver que sua postura já foi embora faz tempo dona Layla.

Mãe sabe o que fala né? Mas não precisa jogar assim na minha cara, não sabia que estava tão nítido...

-Tem chocolate quente na mesa.- Aviso em alto e bom tom para que os "meninos" de 19 pra mais escutem. Logo eles aparecem na mesa e Raphael se aproxima de mim por trás, despejando um beijo em meu ombro.
 E é óbvio que se eu não vacilar, não é a Layla. Enquanto coloco o chocolate na caneca, derramo um pouco na minha mão.

-Merda...- Exclamo indo com pressa até a pia, ligando a água gelada. A dor é insuportável. -Pega gelo pra mim Rapha...- Falo tentando controlar a dor. E ele parece fazer o contrário do que pedi, ao invés de pegar gelo, ele abre todas as gavetas possíveis, pega uma gaza, pomada de queimadura e sono fisiológico em uma rapidez de cair o queixo.

-Gelo queima mais ainda princesa.- Respondeu se aproximando pra me ajudar. -Dói?- Perguntou ao limpar a queimadura com o soro e a gaza.

-Um pouco.- Respondo observando a delicadeza com que ele faz o procedimento. 

Não consegui bolar uma teoria sensata que explique o momento exato em que ele entrou na minha vida. Só me lembro de alguma coisa atravessando meu peito no lado esquerdo, alguma coisa criando raiz ali dentro e provocando aquela situação gostosa que repuxa o riso.

-Prontinho.- Falou ao terminar de passar a pomada.

-Obrigada..- Agradeci, e sem pensar juntei nossos lábios em um selinho.

Fomos até a mesa e ele retirou a cadeira para que eu pudesse sentar, e ficamos ali jogando conversa fora, em família... como se ele fosse parte da família.

Raphael Veiga

Me pegou super despreparado? Sim

Nem por um segundo imaginei que conheceria os pais de Layla tão cedo. Sei que não foi como se nós estivéssemos em um relacionamento, mas por um momento me senti um deles. 

Parece que estou num momento de delírio, como se eu estivesse lendo um livro de romance e sonhando com o que eu li. As coisas vêm fluindo rápido entre a gente, mesmo eu não sabendo definir ao exato o que está rolando.

-E vocês se conheceram como, hein?- O pai perguntou, não olhando pra ela, mas pra mim. Puta que pariu...

-É Raphael, fala aí...- Ela disse me cutucando.

-Ela me viu treinando no ct e gamou no jogador aqui.- Falei tirando onda e o pai me repreendeu com o olhar, ela apenas riu. 

-Que mentira Raphael, nossa...-falou me deu um tapa no ombro.

-Foi sim no ct, mas não foi eu que fiquei gamadinha...- Ela respondeu cruzando os braços e me encarando.

-Eu já até sabia o porque de você querer fazer jornalismo Layla...- Dessa vez foi o irmão que respondeu. Eu poderia ver a cara dela ficando vermelha de vergonha...

-Desse jeito parece que eu sou uma interesseira que só quer ficar no meio de um bando de homens...-Respondeu o encarando. -Vivi.- Completou, e quem ficou vermelho dessa vez foi ele, acho que esse tipo de apelido era pra ser algo interno dos dois. Tento segurar o riso, mas é quase impossível não rir com o caos que virou essa conversa. 

Ficamos ali por um bom tempo, conversa foi o que não faltou... Por um lado fico feliz de ter sido recepcionado dessa maneira com a família dela, mas pelo outro, também fico preocupado com o que vem pela frente... Mas afinal , o que será daqui pra frente não é certo, mas em momentos assim, isso é o que menos importa. 

{...}

-Que merda é essa, Raphael?- Layla perguntou franzindo o cenho tentando adivinhar minha imitação. 

-É fácil cara...- Falei voltando a imitar uma galinha e depois um gavião. Inspiração pro jogo de amanhã.

-isso daí é um passarinho ou um dragão?- Gavi perguntou e eu ri. Não chega nem perto de ser um dragão.

-Ele não pode falar cabeça.- Augustus respondeu com um tapa na nuca do filho.

-É uma galinha, certo?- Layla perguntou e eu assenti com a cabeça. Começo a imitar um gavião abanando os braços, e andando de um lado pro outro. Me sinto uma criança de 7 anos dando a vida pra conseguir fazer uma mímica, e Layla se irrita por não conseguir adivinhar.

-É UM GAVIÃO?- Depois de tantos achismos, o irmão chuta e eu assinto, logo em seguida dando um toquinho de mão.

-HAHAHAHA SUA BESTA.- Ele começa a zoar ela, que se coloca de pé.

-Pensa...- falou pedindo calma com as mãos.- Se primeiro ele imitou uma galinha e depois um gavião...- Parou pra pensar. -Ele tava descrevendo o Corinthians lerdo- Falou pegando uma almofada e jogando no mesmo. - Você é péssimo nisso.- Continuou sentando ao meu lado, ainda rindo.

-Não enche hein?!- Falei a puxando pra encostar no meu peito.

Me sinto realmente parte da família... a maneira como nós estamos todos sentados na sala, jogando papo fora, rindo por coisas bobas... os detalhes mínimos são aqueles que significam mais. O alivio que eu sinto agora é inexplicável, algo que eu não senti a muito tempo veio a tona novamente com alguém que eu nunca imaginei, muito menos esperei.

Por mais Laylas no mundo, por favor...

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Olá amigooss!!

A meta do outro capítulo não bateu, mas preciso mover a fic.

Por favor, assim como foi dito no aviso, senta o dedo pra comentar e votar nesse cap gente!!
Esse Raphael tá muito soltinho pro meu gosto hein? Até entrar pra família entrou, não oficialmente, mas entrou...

E o melhor foi a Marie acabando com a pose da Layla KKKKKKKKKKKKKK, não aguento essa família, serio!!

Até o próximo capítulo amores!! beijoooosss

até você chegar.Onde histórias criam vida. Descubra agora