Que Comece o Show

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Mamãe tirou uma foto minha e da Jully para que eu nunca me esqueça da vez que tinha dezessete anos e fui ao baile da escola vestindo a mesma estampa da minha amiga nanica. Além claro, de ficar reclamando incansavelmente que se meu namorado não fosse um marginal sem consideração ele estaria indo comigo. Assim que entramos no carro sinto meu celular vibrar, mensagem do Elliot. Só porque minha mãe estava falando nele...

Já mudou de ideia em relação a sair hoje? Ainda dá tempo de irmos ao lago!

Coloco o celular em cima do banco e não respondo, acho melhor fingir que nem cheguei a ler isso.

_Brianna, quero você em casa às 12h ok?

_Ok!

_Não implique com ninguém, não beba, não vá atrás de ninguém! E o principal, não se envolva em outro assassinato.

_Nunca me envolvi em um assassinato, eu fui envolvida a ele!

_Não importa, quero que você saiba que não sou a favor de você está indo a essa festa. Só não te proibi porque é também seu baile de formatura, e acredito que isso servirá como uma despedida para que consiga seguir em frente!

_Também penso assim mãe!

_Não se preocupe Trice eu vou cuidar dela! - diz a Jully.

_Trice?

_Ela me disse que podia chama - lá assim não foi?

_Foi sim querida!

Nos aproximamos da escola e como naquela noite minha mãe segue pela rua lateral, a que dá direto no ginásio. A fila de carros está gigantesca, e anda em ritmo de funeral, o que me deixa ainda mais nervosa e hesitante. O barulho que vem lá de dentro já se faz ensurdecedor, a música ultrapassa as vozes, sinto como se estivesse indo para a boca de um vulcão em erupção, e o pior de tudo o assassino está me esperando lá dentro. Fecho meus olhos e visualizo o bilhete;

[...]A porta do refeitório estará aberta!

Não pretendo ir até o prédio principal essa noite, darei meu jeito de descobrir quem é sem precisar me colocar na mira do tiro. Hoje eu usarei a razão, pensarei duas vezes antes de tomar uma das minhas atitudes tolas.

Paramos, Jully sai primeiro, eu pulo em seguida, minha mãe exclama um "juízo garotas" e segue de volta para casa. Olho para o prédio, dessa vez não puseram um retroprojetor na fachada. Há apenas um grande tapete vermelho de veludo, que vai da rua até a entrada e no gramado foram postas luzes de led brancas que clareiam todo perímetro. Não que eu esperasse grande coisa, afinal de contas a mente brilhante por trás das festas do Good Citizien não está mais nessa dimensão.

_Achei bonito! Todas essas luzes lembram o tapete vermelho do Oscar! - diz a Jully ingênua, observando a mesma coisa que eu, só que com uma interpretação diferente.

_Se você tivesse visto a estrutura colossal que usaram no último baile acharia isso aqui brincadeira de principiante!

_Pare de comparar Brianna, aquele baile foi organizado por outra pessoa e teve um final trágico, talvez esse seja mais simples, mas extremamente divertido!

_Espero que a Megan não termine esfaqueada como a última! Não que ela vá fazer falta!

_Que comentário maldoso! Largue de implicar com a garota!

_É inevitável!

_Ei vocês duas! Tão fechando a passagem! - diz uma voz feminina atrás de mim.

Nos viramos e vemos um casal olhando para nós de cara feia. A garota usa um vestido tubinho verde, e seu namorado suspensório e camisa polo.

_Eu fecho a passagem o quanto quiser! Não gostou, dê a volta pelo gramado!

A Noite Dos PavõesOnde histórias criam vida. Descubra agora