Pai

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Acordo na enfermaria da escola, vejo minha mãe, a enfermeira, a Candice e o diretor, todos em volta de mim.

_Ai céus, finalmente você acordou querida! - diz a minha mãe com a voz embargada.

_O que houve? - pergunto, pois lembro apenas que estava indo embora da biblioteca, depois as memórias se embaçam.

_Você caiu na piscina do segundo prédio! - diz o diretor.

_Depois que você foi embora da biblioteca eu ouvi um barulho de algo caindo na água. Eu sabia que era hora do almoço e que não havia ninguém treinando, então desci correndo e a vi boiando. Pulei na piscina e te tirei de lá! - diz Candice e quando eu vejo que ela está molhada me lembro da queda.

_Eu lembro mais ou menos, acho que passei mal e cai!

_Brianna você deu muita sorte! Mas o que você estava fazendo lá? - o diretor me encara sério ao fazer essa pergunta.

Ainda me sinto enjoada e fraca, não sei o que responder, não tenho uma resposta concreta que justifique a minha presença naquele maldito lugar. Então fico calada e olho para minha mãe suplicando ajuda com os olhos, ela interfere.

_Por favor Mr. Sullivan ela acabou de acordar, dê um tempo para se recuperar! E você tem que me responder algo também, porque diabos aquela porta estava aberta se não havia ninguém lá? - ela fala com uma postura séria e vejo que herdei esse talento de inverter as posições dela.

_Ela deveria estar fechada, não sei por que estava aberta e com certeza vou verificar onde foi nossa falha com sua filha! - ele responde.

_Espero que medidas sejam tomadas! - acrescenta minha mãe.

_Não tenha dúvidas quanto a isso! E Brianna você está liberada para ir para casa, agora me deem licença que eu preciso resolver umas coisas! - responde o diretor e em seguida deixa a sala.

_Obrigada Candice! Obrigada do fundo do coração! - digo agradecida, em direção à moça encharcada na minha frente.

_Por nada! E olha você nos deu um tremendo susto, depois que eu a tirei da água e tomei as providências de socorro, você ainda ficou inconsciente por um bom tempo!

_Acho que foi porque eu desmaiei ao cair na água!

_Deve ter sido!

_Senhorita Collins vou lhe dar um pouco de soro, para evitar qualquer desidratação e depois já te dou alta! - fala a enfermeira que até então estava calada.

A mulher baixinha e gorducha me traz um copo cheio de soro que mais parece um jarro.

_Você não perdeu líquido, mas engoliu muita água, então beber um pouco do soro vai te fazer sentir melhor.

Bebo tudo em um gole para poder sair depressa. Para o meu azar, quando ligaram para minha mãe, ela saiu correndo e veio de à pé, pois a escola é perto de casa. Então logicamente sou obrigada a voltar caminhando. Vamos o trajeto todo em silêncio, ela não faz perguntas, mas sei que isso é só por um tempo, em breve ela virá com o interrogatório.

Chegamos em casa e ela me faz uma canja de galinha, como e me sento na varanda. Estou um pouco sonolenta, mas me recuso a dormir, não quero ter pesadelos. Fico ali a tarde inteira pensando no quanto fui idiota por ter entrado no local onde a Mackenzie foi assassinada. Juro que quando eu estava lá dentro, não pude sair, era como se ela quisesse que eu ficasse, dava para sentir sua presença me perturbando.

Quando o sol está quase se pondo ouso a Charlotte chamando na porta.

_Ela está lá no fundo Lotte! - ouso minha mãe dizer.

A Noite Dos PavõesOnde histórias criam vida. Descubra agora