Casa Do Elliot

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O sábado chega a uma velocidade surpreendente e eu estou empolgada com a ideia de invadir o banco de dados da escola. Almoço com a minha mãe e a aviso que vou sair.

_Daqui a pouco eu vou ir para casa daquele garoto, o que veio aqui aquele dia! A gente tem que terminar o trabalho!

_Uhn não sei não, onde ele mora? - pergunta desconfiada.

_Na saída leste da cidade! - minto.

_Não gosto muito dessa ideia, você mal o conhece! É melhor ele vir aqui para casa!

_Combinamos que revezaríamos as casas mãe!

_Então porque não pode ser na casa da Charlotte? - pergunta provavelmente se lembrando de que a Lotte também estava aqui naquele dia.

_A mãe dela anda estressada! Parece que os pais da Charlotte andam se desentendendo muito! A Elizabeth não quer visitas! - falo e em algumas partes falo sim a verdade.

_É mesmo, será que eles estão se separando?

_Isso eu já não sei!

_Faz um tempo que eu não vejo a Elizabeth, então também não sei de nada! - diz a minha mãe e rapidamente ela se esquece do outro assunto e foca apenas na nova fofoca (que eu nem sei se procede, talvez a Lotte disse isso apenas para justificar o fato da mãe dela ter sido grossa comigo).

Depois que comemos os sanduiches que dono Beatrice fez eu vou para meu quarto tomar banho. Visto uma calça soltinha preta com uma regata azul escura e pego minha mochila

Desço a escada e vejo minha mãe parada olhando para dentro da geladeira.

_Eu preciso ir no supermercado comprar umas coisas! - diz ela.

_Traz daqueles cookies para mim!

_Trago, ei você já vai?

_Vou!

_Quero você de volta cedo e nem pense em virar amiguinha daquele garoto, porque eu não fui com a cara dele!

_Ok mãe, tchau! - digo e saio em disparada antes que ela invente de me levar lá.

Vou para o ponto e logo o ônibus se aproxima. Eu me sento em um banco ao fundo e vou ouvindo Arctic Monkeys, uma das minhas bandas favoritas.

Não sou muito fã de ônibus e odeio o transporte público. Por sorte Mackenzie é uma cidade pequena onde se pode ir e vir facilmente a pé ou de bicicleta. Eu queria dirigir, mas não tirei carteira, quando fiz dezesseis, eu estava sendo acusada pela morte da vadia.

Espero chegar à cidade vizinha para pedir ao motorista que me deixe na porta de WhiteCane. Não demora muito e ele me avisa que já chegamos.

Fico totalmente sem palavras quando vejo o condomínio, ele tem uma guarita de entrada enorme e seu muro branco com pilastras é alto demais e imponente. Por trás das grades de ferro ornamentado eu posso ver algumas casas, que na verdade se encaixam melhor na categoria mansões.

Dou uma olhadinha nos porteiros com pinta de seguranças, que estão me encarando e decido que vou ligar primeiro para o Elliot, antes de me aproximar.

_Elliot? - digo assim que ele atende.

_Oi, aonde você está?

_Eu já cheguei, estou aqui na porta, será que dá pra você vir me buscar? Acho que os seguranças estão pensando que eu vou tentar roubar aqui, porque estão me olhando de cara feia.

_Eu vou, espera só aí um minutinho!

Aguardo um tempinho e vejo-o vindo na rua principal. Aproximo-me da guarita e um homem mal encarado se dirige a mim.

A Noite Dos PavõesOnde histórias criam vida. Descubra agora