Estamos Desmoronando

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 No final da aula ouvi uma garota perguntando para o Marcel se o Dylan e o Aaron tinham brigado. Ele respondeu da seguinte maneira;

_Ontem a tarde o Aaron foi na casa do Dylan todo estressadinho e parece eles acabaram saindo no braço.

Não consegui escutar o resto da conversa porque a garota e o Marcel saíram porta a fora e eu tinha detenção. Na verdade também tenho uma seção com a psicóloga, mas decido não desobedecer ao diretor. De qualquer jeito eu vou estar o desobedecendo, primeiro, porque ele me mandou para psicóloga depois também me mandou para detenção. Como não consigo estar em dois lugares ao mesmo tempo, escolhi a detenção e o senhor Sullivan que resolva o problema que arrumou com meus horários.

Sou basicamente a primeira a chegar à sala, que está quieta e tristemente vazia. Sento na primeira cadeira ao lado da parede e fico olhando para o nada.

Sinto-me solitária sem a Charlotte, minha única companhia é um fantasma que só sabe me aborrecer. Não falo com o Elliot há alguns dias, ele nem sabe sobre a festa e que estou de castigo. Vou ver se compro uma ficha de orelhão para ligar para ele, mas isso vai ter que ficar para manhã.

Continuo pensando sobre a vida e meu castigo injusto até o Aaron chegar. Ele está com a boca cortada e com umas olheiras gritantes.

Sou surpreendida por ele, que pega uma cadeira e se senta ao meu lado. Viro o rosto em sua direção e o encaro com a sobrancelha arqueada.

_É o seguinte, preciso do diário de volta!

_Não!

_Você não está entendendo eu não estou pedindo!

_E estou falando que não vou dar! Quem que não está entendendo?

Ele chega mais perto de mim e como estou escorada na parede não tem como recuar.

_Olha não estou de brincadeira, na porra daquela noite eu não tava pensando direito! Mas agora estou, então ou você me entrega por bem ou vou virar essa sua mochila de cabeça para baixo!

_Pode jogar tudo no chão, você não vai achar nada! Eu não sou idiota a ponto de virar outra Sasha que carrega de tudo consigo! - digo por que ele está muito bem guardado na minha casa.

O garoto segura meu braço com força e me prensa na parede. Posso ver seus olhos queimarem, uma mistura de ódio e desespero. Uma centelha de medo me atinge, pessoas a beira do abismo geralmente não tem nada a perder! Entretanto, no mesmo instante, Dália, Landon, Jeff e Jully entram na sala e o Aaron me solta ao vê-los

_Uou, o que tá acontecendo aqui? - diz o Landon primeiro.

_Esse maluco estava me assediando! - digo.

_Sei! - fala a Jully, com um sorriso sem sentido no canto da boca.

_Se fazendo de vítima! E eu que pensei que você não pudesse ser mais desagradável! - o Aaron se levanta e senta do outro lado da sala.

_Faço suas palavras minhas! - grito para ele.

O professor entra na sala e outros se sentam. O Aaron continua me olhando com cara feia.

_Boa Tarde crianças! Façam um círculo!

Me recuso a fazer um círculo não estou com mínima vontade de ser sociável. Se alguns minutos atrás eu estava me sentindo sozinha agora é assim que quero ficar! Por sorte o homem não liga para minha resistência.

A Noite Dos PavõesOnde histórias criam vida. Descubra agora