Não Mereço Ser Acordada

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Saio completamente atordoada do vestiário masculino. Não acredito que o cretino me seguiu naquela droga de noite e não disse nada a polícia, na verdade eu nem sei se acredito nessa história dele ter ido atrás de mim.

Mas se o imbecil me viu achar o corpo e guardou segredo, é porque está protegendo alguém, ou talvez ele tenha sido cúmplice. De qualquer forma o Dylan sabe de alguma coisa, algum podre da criatura odiosa, e com certeza é algo que o afeta.

Mil pensamentos explodem na minha cabeça. Sigo pelas ruas totalmente perdida, depois de várias horas vagando pela cidade, buscando respostas no meu inconsciente, decido ir para casa. Quando viro a esquina da minha rua vejo uma viatura da polícia estacionada na minha porta. Merda!

Entro e me deparo com o detestável do detetive Hill, o policial inútil que me interrogou. Ele está de pé perto da bancada que divide a sala e a cozinha, minha mãe está sentada no sofá e ao seu lado está uma policial que eu não conheço.

Quando mamãe me vê, se levanta e vem na minha direção com uma cara séria.

_Mas que diabos Brianna, por onde você andou?

_Eu passei no jornal da escola, peguei material para um trabalho e depois dei uma volta pela cidade! O que ele está fazendo aqui? - digo olhando na direção do detetive.

_Quanto tempo Brianna! Mas eu sabia que nos veríamos de novo! Está é a policial Lancaster, ela vai me ajudar no seu caso!

A policial Lancaster, está usando o uniforme da polícia de Mackenzie, diferente do detetive que usa um terno barato. Ela se levanta do sofá e também vem em minha direção.

_Policial Diana Lancaster, muito prazer! - a mulher levanta a mão para mim, mas quando eu não retribuo a gentileza ela a abaixa.

_O que vocês querem?

_Não se faça de desentendida, estamos aqui porque um dos seus colegas da escola deu uma entrevista sobre você e ainda por cima nos chamou de inúteis - detetive Hill arrogante como sempre.

_Ele fez isso para chamar atenção, eu não fiz nada contra ele - digo tentando não demonstrar minha instabilidade momentânea.

_Ele disse claramente que você o ameaçou, e para quem acabou de sair do reformatório, devo lembrá-la que o caso Mackenzie ainda não foi encerrado.

_Ou seja, vocês ainda estão de olho em mim, mas devo te lembrar que sou inocente e por isso estou livre.

_Entretanto, mais um passo em falso e vai voltar para o buraco de onde saiu!

_Não fale assim com a minha filha, para quem está reclamando de uma ameaça você parece muito ameaçador! Agora saía da minha casa, sem um mandato você não entra aqui mais! - intervém minha mãe irritada e com uma voz autoritária.

_Tal mãe, tal filha, e para o seu governo eu não ameacei a garota, foi só um aviso!

_Somos muito parecidas sim, e me orgulho disso! Agora se retirem! - ela abri a porta e aponta para fora.

O detetive passa do meu lado e coloca seu dedo perto do olho, depois o aponta para mim, num gesto de ''tô de olho em você'' e sai sem disser mais nada.

_Tenham uma boa noite! - fala a policial Lancaster ao passar pela porta e a fechar.

_Tenham uma boa noite bem longe da gente - vocifera minha progenitora batendo a porta atrás deles.

_Odeio ele!

_Ele não pode vir aqui falar que vai voltar para o reformatório só por que aquele babaca disse que você o ameaçou! Agora me explica porque ele foi até a televisão falar aquilo?

A Noite Dos PavõesOnde histórias criam vida. Descubra agora