Um Ótimo Ator

998 97 2
                                    

Eu acabo de descobrir que a pior sensação do mundo é a de estar sendo seguida, quando você se sente indefesa. E a pessoa misteriosa de capuz está chegando cada vez mais perto.

Me pergunto se a Mackenzie sentiu seu assassino se aproximando por trás e teve essa mesma sensação. Fico imaginando se ela viu o rosto da pessoa antes de morrer, se ela sentiu que não havia mais escapatória. É simplesmente horrível!

Já estou totalmente em pânico, e o medo me faz virar na rua errada, quando percebo meu erro tento voltar para o caminho certo mas dou de cara com meu perseguidor. Ele tira o capuz e segura meu braço.

_Aaron?! - exclamo surpresa ao ver aqueles olhos pretos me encarando.

_Fique quieta!

_Me solta! Agora!

_Eu só quero dar uma palavrinha com você! - diz ele com um sorriso diabólico.

_Não, está de noite! Você pode conversar comigo na escola! Você não estava em campo?!

_Sai antes da apresentação das torcedoras e te vi lá fora! Quero falar com você e eu não estou pedindo - e o sorriso diabólico desaparece da sua face, dando lugar a uma expressão furiosa.

_O que você quer? Me matar, igual você fez com a Mackenzie? - digo tentando não deixar o medo transparecer.

_O que você disse?! Você quer me culpar por algo que você fez? Não tente reverter o jogo sua cadela invejosa! - ele grita praticamente cuspindo em meu rosto, apertando ainda mais meu braço.

_ Não finja que eu não sei! Você sempre foi enganado e agora vem querer fingir que se importava com ela?! - acuso.

_Eu a amava! E não preciso provar isso a ninguém! Agora de você, não posso dizer o mesmo, ou será que posso?! Na verdade eu acho que você a amava tanto que queria ser ela, mas quando viu que isso não era possível, fez o que fez.

_Pare de alucinar garoto! Você só pode está cheirando cocaína estragada, ou você nasceu com um cromossomo a mais, porque não existe alguém tão otário! - agora eu fiquei furiosa, quem ele pensa que é?!

_Me chame do que quiser, mas pelo menos quando eu deito minha cabeça no travesseiro, a culpa de um assassinato cruel não cai sobre mim! - ele me solta, eu penso em correr, mas sinceramente preciso ouvir o que esse esquizofrênico tem a dizer.

_Pare de fingir seu cretino! Não me venha dar uma de puritano!

_Te digo o mesmo, não venha fingir inocência quando está claro que você a matou! Estou aqui pela justiça, e vou lutar até o fim para ver você pagar e quero que esteja ciente disso!

_Mas que merda, pare de atuar, ela te traia e quando você descobriu acabou com a vida dela assim como ela acabou com a sua! Pronto isso foi o que aconteceu! - a raiva sumiu do seu rosto, ele ficou totalmente branco, eu pude ver a confusão nos seus olhos era como se ele estivesse perdido, como se o mundo tivesse desabado aos seus pés. Cara esse garoto merece um Oscar de melhor atuação do ano, do século na verdade.

_Da onde você tirou essa ideia?

_É óbvio não é, o que mais ela estaria fazendo nas horas que sumia?! Eu sei o que era e você também sabia.

_Você está inventando! Só para me fazer sentir mal, porque quer ver todos mal a sua volta!

_Pare de se enganar, não finja que nada aconteceu! Eu já descobri sobre o amante dela e fiquei um pouquinho surpresa, agora imagino como você ficou quando soube, eu diria que furioso! Ai a luz caiu naquela noite e a chance de acabar com a raiva e o sofrimento apareceu e você aproveitou!

A Noite Dos PavõesOnde histórias criam vida. Descubra agora