Capítulo 6

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E o silêncio aconteceu. Max lançou um olhar duro e frio na sua direção. Ela queria recuar; sentia-se nervosa. Algo naquele homem, algo no seu olhar, era intensamente desconcertante. Tudo nele havia mudado, de um menino modelo e um jovem magricela extremamente correto e rabugento, para uma pessoa totalmente nova. Louise inspirou; ela não tinha muitas opções. Maxwell tinha seguranças, vivia na mídia e nos sites de fofocas; ele era uma figura conhecida. Tudo que acontecesse com ele ou com alguém próximo seria noticiado. Louise esfregou as têmporas; seria mais difícil algo acontecer enquanto estivesse ali.

- Eu aceito sua proposta, Maxwell. – Disse derrotada.

A expressão dele mudou para um meio sorriso triunfante, embora não parecesse nada convencido.

- Eu vou me arrepender de perguntar, mas... Sempre tem um "mas"...

Ela assentiu.

- Mas você não vai se meter na minha vida; posso ficar aqui por um tempo, mas não vou admitir que você me dê ordens e...

- Francamente, Louise. – Interrompeu ele. – Eu não sou mais aquele menino que precisava se mostrar totalmente correto. Não pretendo me envolver na sua vida; aliás, minha função é somente evitar que você se mate.

Louise bufou; ele a encarou com uma expressão absurda. Ele estava mentindo, é claro!

- Vou me arrepender disso, eu tenho certeza! – Murmurou ela.

Max deu de ombros.

- Seu quarto é lá no segundo andar; amanhã buscaremos suas coisas. Agora, se me dá licença, você poderia ir para o andar de cima descansar, pois vou receber uma visita muito importante que me deixará algumas horas ocupado.

Louise piscou confusa.

- Como é? Você está me mandando ir dormir? Como uma criança?

- Sim! – Concordou ele. – Estou na minha casa, afinal. A não ser que você queira participar. – Insinuou ele com uma careta. – Você deve saber se divertir às vezes, não é?

A insinuação sexual fez Louise sorrir exasperada. Ela estava enganada; ele continuava o mesmo.

- Desculpe recusar seu convite, Maxwell, mas eu posso me divertir sozinha ali no andar de cima da sua casa. Aliás, essa será minha casa também, não é? – Perguntou ela com um semblante inocente. – Seria terrível se suas acompanhantes descobrissem sobre sua cueca do Ursinho Pooh. Você tinha quantos anos mesmo? Dezoito, dezenove?

Louise sorriu quando o semblante de Max se tornou sombrio.

- Você não se atreva, Louise! – Ameaçou.

Ela quase gargalhou; isso trazia muitas lembranças. Ela sempre conseguia algo contra ele, mesmo ele sendo um símbolo de perfeição para sua família.

- Vou seguir seu conselho, vou para meu quarto no andar de cima, deixar você à vontade para se divertir. Tente não gritar muito alto, eu tenho um sono pesado.

Louise apertou os lábios com força diante da reação dele; ela tinha esquecido como era divertido irritá-lo.

- É só subir e virar à esquerda, a segunda porta. – Informou ele. – Não se preocupe, meu bem, o som emitido fica só entre duas pessoas.

Ela deu de ombros, se virou e seguiu conforme a orientação de Max; seu quarto era pequeno, mas delicado, sem roupas ou nada pessoal. Ela apenas tirou seu casaco quentinho e se jogou na cama. Por algum motivo, ela sentia sono e desconfiava que finalmente dormiria bem. Aquela seria uma noite tranquila de sono profundo, algo que ela não vinha tendo. Louise sentiu o colchão macio com as mãos, e então seus olhos se fecharam com naturalidade, cedendo ao cansaço, à apreensão e à sensação familiar daquela casa e daquele homem.

Uma noite de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora