Max afundou na cadeira do seu escritório pesadamente. Um suspiro escapou de seus lábios enquanto ele encarava seu amigo e segurança, que pela primeira vez transparecia nervosismo.
- Você está me dizendo que a mulher a quem você pediu em casamento meses atrás é amiga de Louise? - Perguntou com uma careta.
- Sim! – Respondeu Davi, esfregando as têmporas visivelmente abalado. – Max, tem ideia do problema que isso se tornou? Helene é extremamente impulsiva e maluca!
Max sorriu.
- E acha que Louise é completamente sã? – Perguntou. – Era só o que me faltava, sua noiva ressentida ajudar Louise nesse caso perigoso.
- Ela é promotora, Maxwell! – Informou Davi com desgosto. – Aquela mulher consegue fazer um velho dar cambalhotas só com as palavras!
Max passou as mãos pelo rosto. Davi era o chefe de uma agência de segurança pessoal, mas ele mesmo tinha se oferecido para protegê-lo até que as coisas ficassem menos perigosas. Eles se conheciam desde a faculdade, e Max sabia que o homem era completamente louco por Helene. Namoraram durante quatro anos, então ele a pediu em casamento. No entanto, a garota acabou flagrando Davi em um bar com umas amigas de Jessica que não eram conhecidas por serem contidas. Max sabia que nada havia acontecido e que ele jamais a trairia; tudo não passou de um mal entendido, mas a garota simplesmente o deixou e foi embora.
- O que pretende fazer? - Perguntou Max.
- Vou falar com ela. – Respondeu. – Não me agrada a ideia dela se envolver nessa história. Já tenho muita dor de cabeça cuidando de você!
Max piscou e se levantou.
- Então, você sabe onde ela está? E Louise?
Davi sorriu com a reação do amigo.
- Eu tenho uma ideia de onde elas podem estar. – Ele fez uma pausa com uma careta zombeteira nada comum para um homem como ele. – Então, vai atrás da sua garota? – Perguntou.
Max se ajeitou.
- Louise não é minha. Aliás, ela só me deu dor de cabeça desde que nasceu.
Davi bufou com meio sorriso.
- Isso é o que elas fazem, amigo, e no fim, temos que admitir que elas nos completam!
- Fale por si mesmo! – Comentou Max. – Às vezes você passa dias sem dizer uma única palavra, no entanto, hoje parece realmente disposto a conversar.
- Sou segurança, não seu psicólogo, Max! – Respondeu. – Além disso, está estampado nessa sua cara feia que você a considera sua.
Max apenas balançou a cabeça em negação. Louise não era sua. Ela jamais seria sua garota; no entanto, ele a teve em seus braços uma vez, e a lembrança ainda causava certas sensações nele que ele preferia esconder.
Não demorou muito para que ambos saíssem dali. Davi foi diretamente para uma rua tranquila onde havia um pequeno prédio. Max notou claramente a apreensão do homem ao volante do carro. Quando estacionaram, não demorou até uma mulher alta com um olhar hostil aparecer. Seus cabelos dourados como ouro escorriam em ondas por suas costas e ombros, mas ela não parecia satisfeita, tampouco calma. Max não reparou mais, pois ele se pôs a se mover para dentro de um portão alto. Ele atravessou o corredor e pegou um lance de escadas. Ao chegar na porta informada por Davi, ele bateu uma, duas, três vezes; na quarta, ouviu o barulho de chaves e um resmungo seguido de um palavrão.
- Helene, por que diabos você saiu correndo como louca, esquecendo até a chave? Quem afinal te chamou na...
A porta se abriu, e sua voz sumiu. Ela arregalou os olhos e se moveu rapidamente para fechar a porta, mas Maxwell já estava preparado. Ele a empurrou para dentro e fechou a porta atrás de si mesmo com agressividade.
- Não vai fugir, Louise. – Avisou. – Você vai me ouvir!
- Você invade minha casa e quer que eu te ouça? – Perguntou. -Francamente, Maxwell. Peço gentilmente que se retire; não tenho mais nada para falar com você!
Ele se aproximou dela com rapidez.
- Eu gentilmente recuso. Eu preciso... – Max parou por um momento, observando-a. Tinha as bochechas coradas e a ponta do nariz; seus lábios fartos estavam projetados para frente em um bico nervoso. Ele ergueu a mão e pousou sobre o rosto dela, que observou o movimento com uma careta de surpresa. Quando foi que começara a achar Louise tão bonita?
- Max! - Chamou ela confusa.
- Eu sou um idiota. – Admitiu ele. – Eu esperava convencer você a parar de se envolver nessa história perigosa, e agora sua amiga, que é o amor da vida do meu amigo, retorna, e temos duas mulheres para proteger.
Louise recuou dois passos, mas Max a seguiu como se precisasse daquela proximidade.
- Não preciso da sua proteção, Maxwell! – Avisou. – Não preciso de mais nada que venha de você!
- Mas eu preciso proteger você! – Declarou. – Tem ideia de como eu fiquei preocupado? Tem ideia de como aquela casa se tornou deprimente?
- Porque eu sou uma obrigação para...
- Para os diabos, minha obrigação! – Rugiu. - Não consigo pensar em você se machucando, Louise, não consigo ficar em paz, porque você perturba meus pensamentos o tempo todo como um tormento.
Louise apenas o encarou confusa. Nem mesmo Max sabia do que estava falando. Ele se aproximou ainda mais até encurralar Louise em uma parede cor de rosa.
- Max! O que pensa que está fazendo? – Perguntou ela erguendo as mãos para afastá-lo.
Max segurou as mãos dela e as colocou sobre seu peito.
- Só sairei daqui quando me prometer que não fará o que fez novamente! – Determinou ele. – Não vai voltar àquele prédio e não vai, em hipótese alguma, se encontrar com Livia e Hector!
Louise balançou a cabeça.
- Eu não vou prometer nada; você não pode vir aqui e...
Maxwell não conseguia pensar em duas coisas ao mesmo tempo; sua concentração estava nos lábios dela, então mal ouviu o que ela disse. Quando percebeu, seu corpo já estava pressionando o dela, e sua boca já estava sobre ela, interrompendo qualquer linha de raciocínio. Ele a beijou como um homem faminto. Suas mãos deslizaram pelos braços de Louise, pelos ombros, e então, com a mão direita, ele tomou seu rosto, enquanto a esquerda descia por seu corpo, deixando um rastro febril. Ela se afastou e arfou; Max aproveitou a oportunidade para enfiar seu rosto no pescoço dela, distribuindo beijos por sua pele e sentindo o cheiro de seu shampoo. Ele a agarrou pelo pescoço e trouxe a boca dela até a sua novamente, grunhindo de satisfação. Então, suas mãos continuaram o trajeto de seus ombros até sua cintura e, depois, com um movimento, puxou suas pernas para cima, fazendo-a abraçá-lo. Ele a apertou contra seu corpo excitado e recebeu com felicidade um ruído de prazer que ela emitiu.
Buscando o ar, ambos se afastaram, mas continuaram a se olhar até se beijarem novamente. A mão de Max adentrou no tecido quente e delicado de sua blusa, e o toque de pele com pele eletrizou seu corpo. Ela reagiu projetando seu corpo para frente, enquanto suas pernas apertavam Maxwell contra si. Ele queria arrancar cada peça de roupa dela até ela chamar seu nome envolvida em prazer, mas, por fim, a contragosto, ele juntou suas testas e inspirou, vendo-a fazer o mesmo.
- Você não faz bem para minha sanidade, Louise Margaret! - Revelou ele.
- Você me faz esquecer como é ter sanidade, Maxwell James! – Retrucou ela.
Max fechou os olhos por uns segundos, e então, quando eles se abriram novamente, ele a pôs no chão com cuidado e se afastou alguns centímetros.
- Essa é a última vez, Louise! – Afirmou ele, fazendo-a o fitar com aqueles grandes olhos cor do céu. – Não se aproxime daquela empresa, ou de Livia e Hector... Ou de mim!
- O quê? – Perguntou ela confusa e visivelmente abalada pelo beijo.
Maxwell sorriu tristemente.
- Fique longe de mim, Louise, porque eu fui o responsável por todo esse infortúnio em sua vida, e não quero ser responsável pela sua morte também!
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Uma noite de Inverno
ChickLit(Todos os Direitos Reservados e Resguardados. Plágio é crime punível por lei.) Maxwell sempre teve tudo o que quis. Ele foi uma criança prodígio e um adolescente modelo. Rico, bonito e desinibido, ele se tornou um homem implacável que nunca era desa...