Capítulo 7

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Ele observou a mulher naquela cama com satisfação: seus cabelos longos e macios, sua pele e seu corpo. Ela dormia serenamente, sem preocupações. Max se levantou e se arrastou até uma porta de vidro de onde podia observar o jardim. Estava cansado. No andar de cima estava a razão de sua insônia. Max se virou para uma mesinha de mogno ao lado da cama e pegou seu celular, procurou um contato e discou, passou alguns segundos até o outro lado da linha emitir um som nada animado.

- Tchs! É bom que você tenha um bom motivo para me ligar a essa hora da madrugada, Max.

- Louise está aqui! – Contou. – Está dormindo serenamente no andar de cima da minha nova residência.

A linha ficou muda por um instante.

- Não vou perguntar como você sabe que ela está dormindo serenamente! – Comentou. – Ela já sabe que você é um dos sócios daquela empresa? – Perguntou.

Max soltou um palavrão ao telefone.

- Não! Mas vou contar... Em breve. Tenho que ir com calma, Cristian, prometi aos pais dela que cuidaria da situação e ela é... Difícil!

- Boa sorte, amigo! Pelo que soube, ela tem um talento nato para descobrir podres! – Afirmou. – Seus pais vão matar você se algo acontecer com ela, e a imprensa terá grandes manchetes de fofocas para contar depois.

Max suspirou cansado. Cristian era seu melhor amigo e um dos melhores advogados que ele já conheceu, mas não era exatamente o mais positivo dos homens.

- Preciso que cuide de tudo para mim, vou passar uns dias recluso, tenho que preparar o terreno, ou acabarei arrumando um inferno pessoal.

Cristian sorriu do outro lado da linha, e Max ficou tentado a finalizar a ligação sem qualquer educação.

- Não sei se sabe, amigo, mas ela é perita, além de ser mulher! Não vai conseguir esconder tudo dela, e quando ela descobrir, eu não quero estar perto!

- Ótimo! E eu achando que você seria um bom amigo para este homem cansado e manipulado pelos pais!

- Vá dormir! Eu cuidarei dos seus assuntos por enquanto, ó homem cansado!

Max finalizou a ligação e resistiu à vontade de lançar o celular na porta. Iria amanhecer em breve, e ele deveria se preparar, para uma guerra talvez? Ele não sabia. Mas estava preocupado. Louise estava em sua casa, e ele agora sentia-se realmente responsável por ela.

Ele esticou os braços e se alongou antes de se deitar do lado vago da enorme cama. Precisava descansar. No fim, ele não estava relaxado; estava apreensivo. A mulher em sua casa não era como as outras. Ele a viu crescer, conviveu com ela até seu aniversário de vinte e três anos, quando a viu se envolver com um idiota qualquer que ela conheceu. Max tinha tantas lembranças com ela e sua família que chegava a ser estranho. Ele bocejou e cobriu os olhos com a mão. O sono chegou leve, relaxante, e ele se afundou na escuridão dos seus sonhos, esquecendo-se de que a garota mais irritante e admirável estava no andar de cima sem saber que ele também estava envolvido naquela investigação, pois ele era um dos sócios anônimos da empresa e também o culpado por seus outros sócios terem descoberto quem era Louise Williams. 

Uma noite de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora