Capítulo 23

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O dia amanheceu com um lindo sol que brilhava intensamente no céu. Maxwell acordou como de costume, arrumou-se e saiu de casa com sua carranca costumeira. Tudo tinha voltado ao normal; ele não precisava se preocupar com sua casa ou com seus carros. Não precisava checar a segurança de todo o perímetro de sua residência e não precisava se preocupar com sua hóspede indesejada. Sua vida estava perfeitamente comum e rotineira, e ele não tinha mais nenhuma obrigação a cumprir. Sentia-se leve e despreocupado. Agora, só precisava continuar seu plano; iria pôr um fim na ligação entre a sua empresa e a Eclatcare. Deixaria seu pai fora de perigo e conseguiria, de alguma forma, provas que pudessem fazer Livia e Hector pagarem por seus crimes.

-Tem certeza que deseja trabalhar hoje, Max? – Perguntou Davi, observando-o pelo retrovisor do carro.

Max se remexeu inquieto.

-Eu não pago você para fazer esse tipo de pergunta, Davi! - Murmurou.

Davi sorriu.

-Não, mas como seu segurança, eu também cuido de seu bem-estar. E no momento você não parece bem. – Comentou.

-Estou ótimo! – Esclareceu. Suas preocupações são infundadas.

Mas na verdade não eram. Max sabia que sua aparência não era das melhores. Sua barba estava para fazer, duas manchas escuras tinham aparecido abaixo de seus olhos, e seus cabelos, antes perfeitamente alinhados, agora estavam sendo penteados apenas pelo vento.

Maxwell apenas suspirou e ignorou o amigo ao volante. Quando seu carro parou em frente ao edifício majestoso, ele desceu imediatamente e, sem cumprimentar ninguém, se dirigiu a sua nova sala no décimo quinto andar. Aquela era sua vida: trabalho, festas e prazer. Ele abriu um site de notícias no celular; a foto dele e de Jessica estampava a capa de fofocas que especulavam o relacionamento dos dois. Max bufou, desligou o aparelho e o jogou sobre a mesa sem nenhum esmero. Aquele era o quinto dia. Ele observou o calendário sobre sua mesa de mogno com detalhes finos entalhados. Faziam cinco dias que Louise deixara sua casa, e ele não conseguia evitar aquela sensação irritante e perturbadora. Tinha voltado a frequentar boates e a vida noturna, além de retomar seu caso passageiro com Jessica, que adorava a atenção dos fofoqueiros. Nada parecia suficiente, embora já tenha sido. Ele esfregou o rosto. Sua mãe agora evitava falar sobre Louise e, embora ele quisesse notícias dela, estava resistindo bem a àquele impulso ensandecido.

Maxwell observou pela janela de sua sala o céu azul não muito típico do inverno. Precisava focar no trabalho, mas sentia-se completamente disperso. Estava tão concentrado em seus pensamentos que quase saltou da cadeira quando Davi entrou bruscamente em sua sala, esbaforido e sem pedir permissão.

-Mas que droga! Bater na porta é sinal de educação! – Avisou Max, um pouco mais irritado do que antes. -Eu deveria demitir você!

Davi sorriu largamente.

-Mas não vai. Além de eu fazer um ótimo serviço, você precisa de mim!

Max cruzou os braços com uma careta.

-Sua coragem é admirável, Davi. Se não fosse meu amigo há tantos anos, eu faria questão de demiti-lo agora só para provar o contrário.

-Não é da minha demissão que precisamos falar agora, Max! – Disse sério. -Louise está aqui!

Max se levantou da cadeira tão abruptamente que Davi fez uma careta nada discreta para ele. Louise não poderia estar ali.

- O que diabos essa mulher veio fazer aqui na toca dos dragões? - Perguntou Max, apertando os punhos.

Uma noite de InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora