Ele observou seu rosto se contorcer; aquilo era prazeroso, ele nunca tinha visto aquele lado feminino dela, e aquilo era empolgante de uma forma estranha.
- Você está agindo assim porque se deu conta de que sou um homem agora? -Provocou.
Louise o encarou sem jeito. Aquilo estava ficando divertido.
- Max, se você se deu conta de que é homem agora, isso é problema seu. – Ela pigarreou. – O que quero saber é: por que diabos você está aqui agora, depois de tantos anos?
- Estou aqui porque seus pais estão loucos por sua causa, e meus pais estavam me deixando louco por sua causa também. – Max fez uma pausa e a observou com cuidado. – Seu segurança foi morto, Louise, pelo amor de Deus, poderia ter sido você!
- Eu sei, eu estava lá! – Respondeu ela de imediato.
Max ponderou; algo na voz dela parecia diferente. Mas aquela era Louise, nada a abalava, ela era forte. Então, por que diabos ele tinha a impressão de que ela parecia querer chorar?
- Seus pais pediram ajuda aos meus, e então eu estou aqui, querendo ou não, eu posso te ajudar.
- Não se eu não quiser! – Esclareceu ela. – Eu sei da minha situação, mas isso não me impede de não aceitar sua ajuda. Aliás, eu e você nunca concordamos com nada, isso não vai mudar agora.
Ele quase gargalhou; eles nunca concordaram, nunca se acertaram, nunca se gostaram; no entanto, estavam ali. Dois adultos completamente diferentes unidos por suas famílias.
- Vou ser direto, Louise. – Disse ele se aproximando involuntariamente. – Você, minha querida médica, com um ano de exercício criminal, ganhou mais inimigos do que um cartel de tráfico, e agora está sozinha, tendo que lidar com pessoas perigosas que claramente querem te matar, e eu sou o único disponível que aceitou te ajudar.
Ela sorriu.
- Eu me protegi até agora, Max. O que te faz pensar que pode me proteger só porque tem mais dinheiro que eu? Está se achando o Tony Stark?
Max quase gemeu; ela era difícil. Ele tinha feito um grande esforço procurando por ela, e por mais que doesse admitir, não gostaria que ela se ferisse.
- Eu sei que você se culpa por causa do incidente, sua mãe me contou que você tentou salvar aquele homem.
Aquilo pareceu surtir efeito; ele viu a cor sumir do rosto de Louise e ela se enrijecer. Max não queria usar aquele assunto; ele sempre soube que Louise tinha um forte senso de justiça, porém, ao se tornar médica e perceber que ela não poderia salvar a todos, algo nela se partiu.
- Minha mãe não tinha o direito de...
- Não! – Interrompeu ele. – Ela não tinha, mas ela tem razão, não pode se culpar, ele aceitou cuidar de você sabendo dos riscos.
- Eu sou médica, Max. Meu trabalho é tratar e salvar pessoas.
- Não sei o que deu na sua cabeça para escolher esse tipo de profissão. Podia ter seguido seu pai e se tornado uma ótima arquiteta.
Ela o encarou feroz. Ele deveria ter imaginado que ela escolheria uma profissão perigosa.
- Minha mãe te contou por que estou nesta situação? – Perguntou ela cerrando os olhos.
Max assentiu. Louise Williams era perita criminal, uma das mais jovens e melhores. Um ano antes, ela começou a trabalhar em um grande esquema que envolvia uma empresa grande de cosméticos; vários assassinatos aconteceram e um polêmico produto fora lançado no mercado. Muitos afirmavam que o produto era fruto de testes, tanto em animais quanto em humanos, que ficaram terrivelmente doentes. Louise participou ativamente de toda investigação, até ser envolvida diretamente ao presenciar um assassinato. A empresa nada sofreu, apenas menções na mídia, mas Louise passou a ser protegida e a fugir.
- Louise, você é inteligente. – Começou ele. – Vou te dar duas opções: saia daqui e fuja como um filhotinho amedrontado que sabe que será caçado e, consequentemente, pego, ou fique aqui em segurança enquanto resolve sua situação catastrófica. – Ela suspirou. – Não sou um homem que obriga uma mulher a fazer algo!
Ela fez uma careta de desdém.
- Que ótimo, Max, vejo que você realmente sabe o que fazer com uma mulher!
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Uma noite de Inverno
Chick-Lit(Todos os Direitos Reservados e Resguardados. Plágio é crime punível por lei.) Maxwell sempre teve tudo o que quis. Ele foi uma criança prodígio e um adolescente modelo. Rico, bonito e desinibido, ele se tornou um homem implacável que nunca era desa...