𝖦𝖨𝖱𝖠𝖲𝖲𝖮𝖨𝖲 𝖣𝖤 𝖵𝖠𝖭 𝖦𝖮𝖦𝖧.

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Sábado de qualificação em Interlagos. Eu nunca havia pisado aqui antes, eu nunca assisti uma corrida antes, e eu estava perdida com um crachá que indicava que eu tinha passe livre para tudo, por ordem de Toto Wolff.

Meus olhos passavam pelos prédios das equipes procurando a Mercedes, cheios de curiosidade e brilhando, encantados. Esportes envolvendo ricos europeus não eram meu forte, mas eu acho que consigo entender o que é uma curva e uma reta. E explicar o que ocorreu em 2008 com Massa e Hamilton.

Suponho que estava distraída demais para perceber alguém que passou correndo perto de mim e esbarrou contra o meu corpo, me fazendo cair no chão com um capacete personalizado em mãos, completamente assustada. Meus olhos arregalados olharam para o indivíduo que pedia desculpas diversas vezes, parecendo apressado e com um pouco de... raiva?

― Me desculpe, realmente. - sua voz saiu arrastada, sua mão estendida para me ajudar a me levantar. Seu olhar caiu até o objeto em minhas mãos e pareceu se fixar no símbolo da Mercedes, mas voltou a olhar para mim.

Ele era loiro, sua pele era tão tão branca que o sol parecia refletir, mesmo que estivesse coberto por um macacão com o símbolo de Red Bull. Não pensei muito antes de pegar sua mão e me levantar, ele me puxou muito forte e quase que caio de novo, sorte que não estou de salto hoje.

― Sem problemas, hm... você parece apressado mas, tem como me informar onde fica a garagem da Mercedes? - sua boca entortou quando eu disse o nome da Scuderia, acho que eram rivais. ― Mas assim, caso não saiba responder tudo bem...

― É só andar reto e estará a sua esquerda, ali. - apontou para a garagem preta com um símbolo prata enorme. ― Me surpreenda que não tenha reparado antes.

Ok, eu estou nervosa. Muito nervosa. Entretanto, disfarcei, dando um sorriso sem graça para ele e agradecendo. Quando ele saiu, foi praticamente correndo na mesma velocidade antes de esbarrar em mim. Quem era aquele moleque? Ele parecia pelo menos uns cinco anos mais novo que eu.

Andei na direção que ele havia dito e minha santa Irmã Dulce dos Pobres, que bagunça era aquela?

Era um cara correndo com dois pneus nas mãos para lá, outro gritando algo sobre aerodinâmica do outro lado, Toto simplismente gritando que não era assim que fazia, e Lewis estava sentado em um banco no canto, tomando água e mexendo no próprio celular.

Que caos do cão.

― Finalmente consegui chegar! Aqui é enorme, quase parei na garagem da Ferrari. - falei para Lewis, ele pareceu surpreso e deu um pulo de susto ao me ver.

Ele ficava bem melhor com aquele macacão marcando aquele corpo dele, ai Deus será que é hoje que eu infarto?

Se bem que se eu nunca infartei vendo um jogo do Bahia, não infarto mais.

― Não sei se seria legal para você ir para a garagem da Ferrari com um capacete com o símbolo da Mercedes. - soltou uma risada, analisando o objeto que agora estava em suas mãos, admirado.

Seus olhos pareciam brilhar, uau.

― Realmente espero que tenha gostado. - sorri para ele, estava orgulhosa do meu trabalho.

― Está perfeito, muito obrigado mesmo. Eu já te paguei, certo?

― Sim! Não se preocupe com isso.

― Se bem que eu posso te pagar com outra coisa também. - ele sorriu, deixando o capacete de lado e cruzando os braços, suas costas contra a parede.

― E com o que seria especificamente, hm?

― Sai comigo e você descobre.

― Acho que seria muito fácil assim. - sorri de canto.

― Quer colocar dificuldade onde não há? Isso não é um convite. - agora seu sorriso que estava puxado para o lado, seus bíceps marcados pelo macacão branco.

BUTTERFLY EFFECT ⸻ LEWIS HAMILTON Onde histórias criam vida. Descubra agora