𝖠𝖬𝖠𝖭𝖳𝖤 𝖠𝖬𝖠𝖣𝖮.

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O barulho irritante do toque do meu celular ecoou pelo quarto assim que acordei, piscando os olhos para conseguir enxergar o nome minúsculo na tela. Meu corpo parecia que carregava um quilo nas costas, tão pesado e cansado. O peso da mão de Lewis estava em volta do meu corpo, me abraçando e sentindo sua respiração batendo contra meu pescoço. Algumas memórias da madrugada foram as primeiras coisas que decidiram tomar conta da minha mente naquela manhã. Eu não havia dormido nem duas horas e já tinha que escutar a voz da minha irmã completamente estérica, o que me despertou automaticamente.

― Eu estou a meia hora te esperando aqui no hospital e nada! Cadê você? Teve alguma coisa? - vociferou.

― Houve um emprevisto de madrugada, coisas a ver com meus trabalhos na Inglaterra, mas não se preocupe que daqui a pouco tô por aí. - bocejei e desliguei a ligação sem esperar sua resposta, me deitando de novo.

― Pelo visto seus trabalhos na Inglaterra são bem prazerosos, eu diria. - Lewis disse com seu sotaque britânico completamente marcado na sua voz rouca.

Aquele sotaque carregado maravilhoso que me arrancava suspiros.

― E pelo visto você é o meu trabalho. - apontei para ele, brincando, e escutei sua risada.

Meu corpo e minha alma implorava para eu continuar dormindo, e mesmo sentindo minhas pernas formigando, me pûs a levantar e caminhar até o banheiro, sentindo o olhar de Lewis me acompanhando. Eu tenho o costume de dormir sem roupas, e não seria hoje que isso mudaria.

― Sua mãe te ligou? - ele perguntou, entrando no cômodo.

― Minha irmã, tenho que ir para o hospital. - respondi, abrindo o box.

― Eu vou com você. - segurou a porta de vidro e entrou comigo, sentindo a água gelada nos acertar rudemente as cinco horas da manhã.

― Não precisa, minha irmã te odeia, minha mãe não te conhece e talvez minha família venha para visitar meu pai. Não seria um encontro familiar em circunstâncias muito... agradáveis. - falei, chateada. ― Vá para o seu hotel e aproveite a cidade.

― Não. Eu faço sua irmã mudar de ideia, sua família me conhece e todos eles começam a me amar. - piscou para mim. ― Não importa as circunstâncias, eu entendo a dor que vocês estão passando e quero fazer o possível para ajudar de alguma forma. - segurou meus ombros, olhando em meus olhos. ― Quero estar ao seu lado nas horas complicadas, mesmo que você não queira.

― Obrigado, de verdade. - agradeci, abraçando seu corpo molhado de baixo do chuveiro e sentindo a água batendo em meu rosto.

E ele não disse mais nada, e aliás nem precisava, sua companhia ao meu lado a todo instante já indicava tudo. Seus olhos doces me olhavam e me abraçavam. E nem sabia que isso era possível, até conhecer Lewis Hamilton.

O cheiro de hospital era horrível, aquelas paredes sem vida e aqueles médicos correndo de um lado para o outro, desesperados, me dava calafrios

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O cheiro de hospital era horrível, aquelas paredes sem vida e aqueles médicos correndo de um lado para o outro, desesperados, me dava calafrios. Eu abria a porta do quarto em que meu pai estava lentamente, respirando fundo, esperando o momento que minha irmã ia começar a estranhar o homem ao meu lado.

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