― Amiga eu vou infartar, eu vou surtar, chorar, cair no chão em posição fetal e ficar assim para sempre.
Eu não estava achando a roupa perfeita para ir para a corrida de hoje, e tudo apenas piorou quando minha amiga do outro lado da linha contou que eu tinha esquecido meus anéis na casa que nós dividiamos.
Thalia também é minha melhor amiga, mas ela não trabalha comigo e dividimos uma mansão em Salvador a três anos. Eu a conheço desde dos meus dezessete anos, quando acabei dividindo mesa com ela durante as aulas de arte, filosofia e estética na faculdade. Eu fazia artes visuais enquanto ela fazia design, mas depois de dois anos ela largou e começou a fazer economia. Com vinte e um anos, tivemos a brilhante ideia de comprar uma mansão e morar juntas, eu já tinha casa própria, mas era em Londres, e ela também, mas era no México, seu país natal, então acabamos entrando em um consenso.
E no final de tudo, só nos víamos depois das seis da noite ou quando eu não estava viajando pelo mundo.
― Calma, respira fundo que eu te ajudo! Sabe aquele vestido de crochê branco que você levou? Usa ele, não seja nem tão discreta mas também nem tão chamativa. Se ele te ver com um saco de batata, é capaz de ainda dar em cima de você. - explicou, ajeitando o celular para focar em seu rosto.
― Mas eu nunca usei ele, nem sei se cabe em mim!
― Tenta a sorte, uai.
Eu respirei fundo, tentando não surtar. Peguei aquele vestido, entrei no banheiro e vi como ficava. Eu parecia que iria casar? Parecia. Mas isso não importa.
Irei ser a noiva do século.
― Agora é só chegar nele e chamar ele de cão chupando manga que você vai ser a manga chupada dele. - escutei sua voz por traz da porta do banheiro, rindo.
― Vá pra casa do cabrunco!
O sol de meio dia de São Paulo era insuportável. Nem o meu óculos de sol sustentava para que eu não ficasse cega por aqueles raios escaldantes, eu passava caminhando rápido pelo Paddock para chegar na garagem mercedista o mais rápido possível. Nos meus fones de ouvido, que estavam no máximo, tocava uma música do Tim Maia, o que não combinava nada com a situação.
Realmente uns nasceram pra sofrer enquanto o outro ri, porque pelo amor de Deus o que eu fiz pra merecer isso?
Finalmente uma sombra, finalmente cheguei ao meu destino, mas tinha tanta gente em um lugar só que parecia que aquele negócio abafado ia me matar sufocada.
O ar condicionado ajudava bastante, e sentir aquele ar frio batendo contra minha pele foi um alívio.
E pensar que o calor de Sergipe é mil vezes pior.
Quando tive oportunidade, apoiei meu corpo em uma mesa que havia lá e peguei meu celular, mandando mensagem para minha mãe.
mainha 🤍
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BUTTERFLY EFFECT ⸻ LEWIS HAMILTON
FanfictionUYARA ALVES É uma artista de vinte e quatro anos que a única coisa que procura é a própria estabilidade, entretanto, isso era algo que ela nunca iria achar, e que nunca esteve presente em sua vida desde de seu nascimento conturbado. Nascida e criad...