Capítulo 12

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Acordei com uma voz calma, soando em meu ouvido esquerdo:
- Moço, você está bem?
Estava meio sem entender, mas, respondi:
- Acho que sim. Quem é você?
- Ah, me desculpe. Sou sua nova vizinha. Vi você deitado aqui e imaginei que estivesse desmaiado ou algo do tipo.
- Não, não. Estou bem, obrigado.
De repente, senti uma sensação horrível, como se estivesse esquecendo alguma coisa.
- O que foi? Você ficou pálido do nada. - ela perguntou.
- Não sei, acho que estou esquecendo de alguma coisa.
Parei um pouco e me lembrei.
- Mimi! - falei.
- Quem é Mimi?
- É a minha gata, ela estava comigo. Deve ter saído na hora em que acabei dormindo.
- Como ela é?
- Gorda, preta com as patas brancas, tem um dos olhos verde e o outro azul e está com uma coleira roxa.
- Tem alguma noção de para onde ela pode ter ido?
- Pior que não.
Dei um suspiro e disse:
- Não acredito que a perdi.
- Calma, vou te ajudar encontrá-la. - ela disse colocando sua mão sobre meu ombro.
Subi em minha cadeira de rodas e fomos procurá-la.
- Mimi! Mimi! - a chamamos.
Nada.
Ficamos andando por horas pela cidade e nada.
Estava muito frio, mal dava para andar.
- Mimii!! - gritei como uma última tentativa de chamá-la.
Com o canto do olho, pude ver um vulto preto.
Mas quando me virei, percebi que era só um saco de lixo que jogaram no chão.
- Olhe lá! Não é ela? - ela disse, apontando para o meio rua.
- Não tenho certeza, está meio longe. - respondi.
- Mimi? - chamei-a de novo.
No momento em que ouviu minha voz, ela veio correndo e pulou em meu colo.
Abracei-a com força.
- Que bom que achou sua gatinha. - ela disse.
- Nem sei como agradecê-la. - respondi.
- Não precisa, sei que você faria a mesma coisa por mim.
Sorrimos.
- Está ficando tarde, não quer ir lá em casa um pouco?

A vida e morte de TomasOnde histórias criam vida. Descubra agora