Capítulo 44

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Já na cama, despertei ao ouvir o som de um raio caindo bem próximo ao meu quarto.
Não tinha luz, estava tudo escuro.
Com medo, levantei da cama, abri a porta do quarto e andei pelo corredor.
Admito, tenho medo do escuro.
Pode parecer infantil, porém, fui ao quarto de minha mãe pedir conforto e companhia para ela.
Sinceramente, não me importo se meus atos são de uma criança de 6 anos. Sei que não terei minha mãe para sempre, portanto, não quero me arrepender de não ter passado tempo o suficiente com ela.
Deitei-me ao seu lado, de frente para suas costas.
Mãe: Tomas?
Eu: Hm.
Mãe: Está com medo?
Eu: Sim.
Mãe: Do que está com medo?
Eu: De tudo.
Voltou-se para mim, estávamos cara a cara.
Acariciou meu rosto e disse:
- Não precisa ter medo, querido.
Eu: Não sei mais do que temer. Tudo parece tão injusto, um movimento em falso e te matam.
Mãe: Quem te disse isso?
Eu: Meu subconsciente.
Mãe: É mesmo? O que mais ele te diz?
Eu: Não devemos confiar em ninguém, todos querem o seu fracasso.
Mãe: Acho que você precisa de ajuda, querido.
Suspirei.
Eu: Eu sei. Estou perdido.
Mãe: Shh, você não está perdido, Tomas.
Eu: Não?
Mãe: Não. Só precisa de alguém.
Eu: Quem?
Sorrindo, afirmou:
- Eu posso ser esse alguém.
Sorri devolta, acariciando seu cabelo.
Eu: Claro que pode.
E aconchegado em seu abraço, dormi.

A vida e morte de TomasOnde histórias criam vida. Descubra agora