De um abraço apertado e reconfortante, acordei desprotegido e sozinho.
Apalpei a cama a procura de minha mãe, mas ela já não estava mais ali.
Sentei-me e esfreguei meu rosto com minhas mãos.
Levantei, fui em direção ao corredor.
Parado diante de um espelho, pude observar-me cada vez mais deteriorado, como uma fruta, na qual vai apodrecendo pouco a pouco.
Eu: Mãe? - chamei-a.
Não obtive resposta. Presumo que ela deve ter saído para trabalhar.
Estava quase na hora das aulas começarem, tive que me apressar.
Após arrumar-me, peguei uma maçã e fui comendo-a durante o caminho para a escola.
Entrei na sala que, aparentemente, estava vazia.
Sentei-me na minha classe e peguei um caderno para desenhar.
Fiz alguns rascunhos, nada demais.
Conforme o tempo foi passando, mais e mais alunos começaram a entrar.
Em silêncio no meu canto, fui pego desprevenido pelo meu amigo, Bryan.
Bryan: Tomas! Nunca mais nos falamos, você está bem?
Eu: Sim, Bryan. Desculpe ter me afastado, as coisas estão difíceis.
Bryan: Entendo. De certa forma, se precisar de algo estou aqui para ouví-lo.
Sorri e agradeci.
De repente, com o canto do olho, noto a chegada de Laura à sala.
Ela olha diretamente para mim e, ao notar que percebi, desvia rapidamente o olhar.
No recreio, fui com Bryan ao bar, estava morrendo de fome.
Aquele cheiro de pães frescos estavam mexendo com minha cabeça.
Após comprarmos dois sanduíches e um suco, nos sentamos próximos à mesa.
Bryan: Alguma novidade?
Eu: Quer saber mesmo?
Bryan: Uhum...
Eu: Laura e eu terminamos.
Boqueaberto, respondeu:
- Capaz! Você tá zoando, Tomas.
Eu: Bem que eu queria estar.