Capítulo 4

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Depois que acordei, percebi que alguém estava batendo na porta do meu quarto.
- Entra. - falei.
Era minha mãe. Ela parecia feliz, sorrindo, enquanto caminhava em minha direção.
- Você poderia fazer isso mais vezes. - afirmei.
- O quê? - ela perguntou.
- Sorrir. Depois que a mana... - travei.
Ela olhou para mim, fez um carinho em minha cabeça e disse:
- Eu sei, querido. Mas, as vezes, temos que superar e seguir em frente.
- Você está certa, mãe
- E quando que não estou?
Risos.
- Mas, mãe?
- Fala.
- Por que está tão feliz? Digo, tem alguma novidade?
- Ué, não se lembra mais?
Fiz que não com a cabeça.
- Hoje você vai se apresentar no show de talentos da escola.
- Ah é, tinha esquecido.
- É, percebi.
Risos.
- Mas ainda não entendi o porque está tão feliz com isso.
- Simplesmente porque eu vi você tocando com a sua banda, e tenho certeza que vai ganhar.
Um sorriso se formou em meu rosto.
- Ok, filho. Ande logo, vai se atrasar.
Ela foi em direção a porta.
- Mãe, espera!
- O quê foi, filho?
- S-sabe que eu te amo muito né?
Ela sorriu e disse:
- Sim, querido.
Fez uma pausa e continuou:
- E eu também te amo.
Quando ela saiu do quarto, levantei e fui em direção ao armário para me arrumar.
Peguei meu blusão do Pikachu, uns tênis vermelhos e uma calça jeans preta.
Sou o primeiro a confessar que ter um cabelo emo não é fácil.
Escovei, fiz chapinha, passei spray e ainda fiquei arrumando com a mão.
- Tomas! Anda! Você vai se atrasar!
- Já vou, mãe!
Peguei minha mochila e fui até a cozinha pegar meu lanche.
- O quê fez para hoje, mãe?
- Nada demais. Um sanduíche simples de presunto e queijo. E aliás, não acha que está na hora de você começar a fazer seus lanches, mocinho?
- Hm, vou pensar no seu caso.
Risos.
- Ah, mãe?
- O quê, querido?
- Pode me levar para a escola hoje?
- Mas você já tem 15 anos, Tomas. É capaz de andar 1 km.
- Ta bom, mãe.
- Tchau, filho. Se cuida.
- Pode deixar, mãe. Tchau.
Após um abraço, abri a porta e fui caminhando para a escola.
Durante o caminho, vi umas garotas me olhando e fofocando.
Provavelmente estão falando sobre o meu cabelo ou sobre os meus piercings.
Ignorei e continuei andando.
Quando entrei na sala, todos ficaram me encarando e comentando.
Novamente, ignorei e continuei andando até a minha classe.

A vida e morte de TomasOnde histórias criam vida. Descubra agora