Dias, semanas, meses se passaram.
Definitivamente não sei como continuava vivo.
Não comia, não bebia, nem se quer saía de casa.
Parei de frequentar a escola.
Sem minha mãe, não tinha o que fazer.
Se eu já estava perdido antes, quem dirá agora.
Pensei várias vezes em ligar para alguém, mas não queria encomodá-los nem preocupá-los comigo.
Sem namorada, sem pai, sem mãe.
Sem o carinho que eu tanto precisava.
Se bem que nunca tive um pai. Nunca recebi um conselho paterno, nunca fui seu orgulho. Certamente, ele nunca foi o meu.
Que vontade que tenho de desistir de tudo, porém, sou covarde. Não consigo.
Minha tendência é pensar demais, por isso não consigo.
~ Amanhã vou acabar com esse sofrimento. - pensei.
Esse pensamento surge em minha mente dia após dia, mas nunca conseguira realizá-lo.
Conforme o tempo passa, vou perdendo o pouco que me resta. Minha banda, já não existe mais. Faltei aos ensaios e não tive coragem de contar-lhes o motivo. Por fim, acabaram por encontrar um novo vocalista. Perdi contato com todos, não falo com ninguém a semanas.
E não para por aí. Fui expulso da escola pois ultrapassei o número de faltas.
A única coisa que fazia-me levantar todos os dias, sorrir, e, até mesmo, rir, era a minha mãe.
~ Se não fosse aquele desgraçado. - pensei.
Descontei minha raiva em mim mesmo, atirando-me várias vezes contra a parede.
Sim eu sei, é burrice. Mas, e daí? Perante todo o ocorrido, ser inteligente não era mais uma preocupação, nem se quer pensava nisso.
Todas as noites eram iguais, debatia-me diversas vezes na cama mas nunca conseguira dormir.
Meus sonhos, tornaram-se pesadelos.
Estou em um mundo repleto por monstros, essa é a verdade.
Engraçado, lembro de como eu era inocente, apenas uma criança. Uma criança sonhadora.
Meu sonho era um tanto incomum. Queria ter a capacidade de voar apenas usando... ãhn, bem... meus gases naturais.
Acreditava que com isso, conseguiria salvar todas as pessoas onde quer que elas estivessem.
Até tinha um nome, o super gás. Ok, o nome não é lá grande coisa. Mas o quê você espera de uma criança com 5 anos de idade?
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A vida e morte de Tomas
Ficção AdolescenteAnjos não morrem, apenas voltam para casa.