Meu celular estava vibrando.
Era Laura, ligando.
Atendi:
- Alô?
*Tomas?*
- Sim.
*Por favor, venha cá. É urgente!*
- Calma, Laura. O que houve?
*Não posso explicar por aqui, apenas venha!*
- Ok, já estou indo.
Desliguei.
Fui as pressas até sua casa, no qual encontrei Laura chorando em frente ao portão.
- O que aconteceu?! - perguntei-a.
- Ela já sabe de tudo! - disse-me.
- Quem?
- Minha mãe!
Fiquei pálido.
- Ela sabe que nós tr...
- Sim!
- E agora?
- Não sei!
- Ta, Laura. Te acalma. O que ela disse?
- Que não esperava isso de mim. Também disse que quer falar com você.
- Comigo?
- Sim. Estou com medo de que ela não me deixe te ver mais.
- Não fala isso, vai dar tudo certo.
Abracei-a, temendo ser um dos últimos abraços que poderia dá-la.
- Não sei o quê fazer, Tomas. - disse apoiando sua cabeça em meu ombro.
- Vamos lá falar com ela, pode ser? - falei acariciando seu cabelo macio.
- Uhum.
- Ela está em casa?
- Sim.
Fomos até a porta da frente.
- Qual o nome dela mesmo? - perguntei-a.
- Fabiane.
Entramos e lá estava ela, sentada no sofá da sala em frente à tv.
- Com licença... Fabiane, certo?
- Sim. Quem é você e por quê está em minha casa?
- Sou Tomas. Receio que a senhora queira falar comigo, não?
- Quero sim. Pode sentar-se se quiser.
- Obrigado. - disse sentando-me no sofá.
Fabiane: Vejo que é um rapaz bem direto, que sabe o que quer. - continuou.
Eu: As vezes é preciso ser.
Fabiane: Estás a fazer algo de mal para minha filha?
Eu: Nunca! A última coisa que quero é vê-la mal.
Fabiane: E por quê achas que você seria bom para ela?
Eu: Não sei como foram os relacionamentos passados dela mas de uma coisa eu sei, essa garota me fez de um cara totalmente solitário, isolado do mundo, à um cara com um propósito.
Fabiane: E esse propósito seria a minha filha.
Eu: Exato.
Sem dizer nada, apenas continuou a observar-me.
Eu: Faço de tudo para vê-la sorrir, para diverti-la. Ela é tudo para mim.
Fabiane: Mas você só tem 15 anos!
Eu: E?
Fabiane: Mal sabe o que quer da vid...
Eu: Pode parando por aí! Com todo o respeito mas a senhora não sabe o que passei nem quem sou! A única coisa que quero desde a morte da minha irmã é alguém que me ame! Que me entenda! Que me acolha em momentos difíceis! É pedir demais?
Ela levantou-se do sofá e apontou para a porta. Em seguida, disse-me:
- Você pode sair agora.
Não quis descutir, apenas saí.