Capítulo um

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Esta é uma adaptação do livro "De Luvok, Com Amor" Para o universo Abo e Camren.



Depois de cair de bunda no chão cinco vezes seguidas, percebi que era hora de parar. Pelo menos, por hoje.

Minhas nádegas poderiam aguentar mais duas horas de queda amanhã. Elas teriam que aguentar, se eu não descobrisse o que estava fazendo de errado, caramba! Aquele era o segundo dia consecutivo que não consegui dar uma droga de um salto.

Girando para o lado da bunda sobre o qual caí menos vezes, soltei um suspiro de frustração, enquanto conseguia manter o filha da puta que eu realmente queria gritar dentro da minha boca. Inclinei a cabeça para trás e fiz caretas para o teto, descobrindo quase imediatamente que a decisão era um erro, porque eu sabia o que estava pendurado no teto em forma de cúpula do complexo. Na maioria das vezes, era a mesma coisa que eu vi nos últimos treze anos.

Banners.

Banners pendurados nas vigas.

Banners com o mesmo nome idiota em todos eles.

LAUREN JAUREGUI. LAUREN JAUREGUI. LAUREN JAUREGUI.

E mais LAUREN JAUREGUI.

Havia outros nomes ali ao lado do dela ― outras almas miseráveis com quem ela se associou ao longo dos anos ―, mas era o dela que se destacava. Não porque seu sobrenome fosse o mesmo de uma das minhas pessoas favoritas no mundo, mas porque o som do seu primeiro nome me remetia a Satã. Eu tinha certeza de que seus pais tinham adotado aquela alfa diretamente do inferno.

Mas, naquele momento, nada mais importava além daquelas faixas penduradas.

Cinco banners azuis diferentes, exaltando cada um dos campeonatos nacionais que ela ganhara, dois vermelhos para cada campeonato mundial, dois banners amarelos para cada medalha de ouro. Um prateado para comemorar a única medalha de prata em um campeonato mundial, que está exposta na galeria de troféus na entrada da instalação.

Aff. Brilhante. Idiota. Babaca.

E, graças a Deus, não havia banners para todas as Copas ou outras competições que ela vencera ao longo dos anos, caso contrário, todo o teto seria coberto de cores, e eu vomitaria diariamente.

Todos aqueles banners... e nenhum deles mostrava o meu nome.

Nem unzinho. Não importava o quanto eu tentasse, o quanto treinei, nada. Porque ninguém se lembrava do segundo lugar, a menos que você fosse Lauren Jauregui. E eu não sou ela.

Uma inveja que eu não tinha o direito de sentir, mas que não conseguia ignorar, perfurava cada canto do meu peito, e eu odiava.

Odiava isso. Preocupar-se com o que as outras pessoas estavam fazendo era um desperdício de tempo e energia; aprendi isso na infância, quando outros ômegas tinham roupas mais bonitas e patins mais novos do que eu. Ser invejosa e amarga era coisa de pessoas que não tinham nada melhor para fazer. Eu sabia disso. Ninguém faz nada com sua vida se passá-la comparando-a à de outras pessoas. Eu também sabia disso.

E eu nunca quis ser essa pessoa. Especialmente alguém tão idiota.

Eu levaria meus três segundos de inveja comigo para o túmulo antes de contar a alguém o que essas faixas faziam comigo. Foi com esse lembrete que eu me virei para ficar de joelhos e parar de olhar para os pedaços de pano idiotas.

Colocando as mãos no gelo, grunhi quando comecei a me pôr de pé ― afinal, equilibrar-me nas lâminas era algo natural para mim ―, e finalmente me levantei. Novamente. Pela quinta vez em menos de quinze minutos. Meu osso do quadril esquerdo, nádega e coxa estavam doendo, e piorariam no dia seguinte.

De Jauregui, Com AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora