Capítulo treze

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- Você não precisa vir comigo - eu disse a Lauren quando saltamos do carro dela, estranhando o formigamento na minha garganta que estava me incomodando o dia todo. Eu me culpei por deixar minha garrafa de água no carro e não ter a chance de correr para pegá-la, ou então enfrentar a ira de Ally Brooke.

Ela bufou, e eu jurava por Deus que ela revirou os olhos.

- Eu já disse que faria.

- Eu sei disso, espertinha, mas você ainda pode desistir. Minha irmã ou o marido dela podem me dar uma carona mais tarde, se você quiser ir embora - sugeri, esperando por ela no caminho até a casa da minha irmã, já que o lado do passageiro estava mais perto do meio-fio.

Lauren deu de ombros e balançou a cabeça de cabelos negros.

- Eu não estou desistindo. É só... quanto tempo você disse que seria? Três horas?

- Quatro horas - eu a corrigi.

Ela pareceu pensar nisso quando se aproximou de mim antes de inclinar a cabeça para o lado, chegando a qualquer conclusão.

- Eu passo quatro horas te erguendo, são apenas duas crianças, não pode ser tão difícil.

Obviamente, aquela alfa nunca havia tomado conta de uma criança antes, se achava que não era tão difícil, mas eu não estava disposta a dizer isso a ela. Eu estava ansiosa para vê-la lidar com uma criança e um bebê.

- Tudo bem, não diga que eu não te avisei.

Lauren torceu o rosto perfeito e simétrico quando paramos em frente à porta.

- Me dê algum crédito, vamos apenas cuidar de crianças. Não é ciência de foguetes.

Eu a cutuquei com o cotovelo antes de estender a mão e bater na porta.

Ela me deu uma cotovelada de volta.

Como diabos chegamos a esse ponto?
Meu maldito carro não pegou. De novo. E meu tio não atendeu ao telefone quando liguei e eu não podia me dar ao luxo de ligar para um reboque. Havia passagens de avião e quartos de hotel para os quais eu estava tentando economizar, e comida, seguro, uma conta de energia elétrica que pagava como minha parte nas despesas de casa e outras contas diversas que recebia todos os meses. Bem na mesma hora que eu estava debatendo sobre para quem ligar para ir me buscar, surgiu o desagradável som de buzina que durou talvez dez segundos e me fez pular quando tocou pela primeira vez, vinda de um carro preto elegante.

Seguindo a buzina, uma janela do lado do motorista estava sendo aberta e um rosto muito familiar espiou por cima da borda do vidro.

- Problemas com o carro de novo? - Lauren perguntou do seu lugar ao volante com os óculos escuros cobrindo os olhos.

Suspirei, depois assenti.

- Você precisa de um novo.

Eu só olhei para ela.

- Ok, isso eu já entendi.

Ela fez uma careta de volta.

- Entre.

- Eu não vou para casa - disse a ela.

Aqueles óculos de sol pretos foram apontados diretamente para mim quando sua mandíbula se contorceu em uma careta. Então, ela falou:

- O quê? Você tem um encontro?

- Não, idiota. Vou ser babá hoje à noite.

A expressão no rosto dela mudou instantaneamente, mas não pensei nisso.

- Vou para a casa da minha irmã - terminei, lembrando-a sobre o que Ruby e eu conversamos na frente dela há uma semana.

Lauren empurrou os óculos logo acima dos olhos com a ponta do dedo.

De Jauregui, Com AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora