Foram os gritos que acordaram Gabriela. Quando ela chegou em casa já passavam das 3 da manhã. Ela foi direto para seu quarto, se jogou na cama planejando só se levantar depois de pelo menos 12 horas de sono.
Ela leva alguns minutos para se situar do que está acontecendo. Primeiro, ela pega o celular e verifica o horário 13:47. "Nem de longe as 12 horas que eu queria." Pensa ela levantando-se revoltada.
Ela para pra escutar e ao ouvir novamente o som de múltiplas vozes gritando no andar inferior, ela se levanta da cama pronta para encerrar seja lá o que esteja acontecendo.
Ela para na porta, volta para o lado da cama, abre a gaveta da mesa de cabeceira, puxando de dentro dela a adaga que recebeu de presente de Morgana e um revólver. Ela põe um de cada lado da cintura por dentro do short de pijama e desce em direção a fonte dos gritos.
Enquanto se aproxima da escada ela ouve o som de coisas se quebrando e isso a faz puxar o revólver. No meio da escadaria a cena que ela está vendo é tudo, menos o que ela esperava. Em um dos lados da sala, Morgana segurava os braços de Lauren para trás, imobilizando-a. Enquanto a híbrida se debate furiosa, tentando se libertar. Cerca de 3 metros a frente delas, no outro lado, está ninguém menos que Amaya al Fahrek. a vampira está sendo contida por um homem de terno, mas não parece muito preocupada em se soltar. Finalizando a situação, em frente a escada, encostada na porta, está uma mulher que ela nunca viu na vida gritando com seu tio Ramon.
Isso não seria tão alarmante se não fosse o fato de enquanto grita ela disfarçadamente estar levando a mão até uma faca na cintura. Gabriela não precisa pensar duas vezes após ver isso.
Ela mira o revólver e faz um disparo. O silêncio toma conta da sala, enquanto os seis procuram a origem do disparo.
A jovem Blackword termina de descer a escada ainda com o revólver em punho e ainda mirando na direção daquela que antes estava gritando com seu tio.
- Não sei quem você é, mas se não afastar a sua mão dessa faca, a próxima bala vai ser entre os seus olhos. Capiche? -pergunta ela enquanto encara a garota.
- Gabriela?
- Bom dia. Tio, tias, Amaya.
- Você tem fôlego menina. -diz a vampira.- Depois de tudo que passamos ontem achei que ia estar dormindo.
- Eu estava. -ela diz seca.- a gritaria de vocês me acordou. Achei que era algo sério e aqui estou eu.
- Vai dormir menina. -diz Ramon calmamente.- a gente não pode morrer, lembra?
- Você e a tia Morgana não podem ser mortos, não temos essa certeza sobre a tia Lauren e eu não tô afim de ver essa teoria ser testada.A desconhecida abre um sorriso ao ouvir o discurso da herdeira Blackword. Seus olhos azuis-elétricos brilham, enquanto uma neblina toma conta da sala tornando impossível enxergarem uns aos outros.
- Bela jogada, princesa. Quero ver tentar agora, que não pode ver.
- Quem é você garota? E porque está na minha casa?
- Meu nome é Emanuelle Agnarr Klink. -a voz dela ecoa por todo o cômodo.- Eu sou uma ventanti, o povo do vento. Apesar de não parecer, eu fui convidada a estar aqui. Deveria ter uma reunião entre mim e o seu pai hoje, mas quando eu cheguei ele já
estava ocupado.A névoa começa a se dissipar deixando tudo às claras novamente. Todos estão nos mesmos lugares que estavam, com apenas uma exceção. Emanuelle, que antes estava no meio da sala ao lado de Ramon, agora está em frente a Gabriela com a faca desembainhada e prestes a acertá-la.
- Quem sabe assim eu não consigo chamar a atenção dele.
Ela golpeia Gabriela, que se defende usando o braço. A Blackword ignora a dor e pula sobre a adversária caindo no meio da sala. Ela prende o cabelo, põe a arma em cima da mesa e puxa a adaga.
Ela encara a adversária: Os cabelos cinza tempestade vão até o meio das costas; os olhos azuis elétricos brilham como relâmpagos; na mão ela segura a faca de caça com firmeza e sorri mostrando os caninos mais afiados do que os de uma pessoa normal.

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Blackword
FantasíaFamília, segredos, poder, dinheiro, magia. Gabriela Blackword, sempre soube como era ser diferente. fosse a tensa relação entre os pais separados, fosse o fato de que o relacionamento dos Tios, sempre foi liberal demais, fosse a cor unica dos olhos...