17- Fantasias

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Quando se é imortal não tem muita coisa que surpreenda, mas um caminho secreto dentro do Vesúvio conseguiu ser uma exceção. Vários corpos fossilizados, levando uma para uma das primeiras construções do mundo, literalmente da para sentir a energia em pleno ar.

Odan praticamente consegue sentir o sabor da vitória. Amaya está ao lado dele, olhando o corredor de corpos fossilizados com olhos cheios de fascínio.

-É incrível… Quase como se fosse proposital.
- Amor, seu gosto para decoração é mórbido, para dizer o mínimo e provavelmente, deve haver um campo ao redor daqui, de certa forma foi proposital.
- Odan, é aquilo?

Ele se vira para frente e encara algo que ele não imaginou de maneira nenhuma. Oco, o monte é oco, algum tipo de magia poderosíssima mantém aquele oco a sua frente, dentro do próprio monte.

Uma ponte de pedra se estende a sua frente e no final dela a torre. a famosa torre de Babel. Foram séculos sem saber onde estava o que procurava, finalmente depois de séculos conseguiu as respostas que procurava e agora após meses de pesquisa e busca aqui está ela, somente a alguns metros.

-Nós conseguimos.
- Você duvidou?
- Com você ao meu lado? Jamais.
- Aqui estamos nós, vocês podem sentir também, não é? -ela muda para um tom rígido, quando fala.- Bárbara.

Os outros cinco não entendem por um momento e aproveitando disso a súcubo, puxa o rifle e dispara. Primeiro contra Trixx, depois dois seguidos contra Marcela. Henrique reage chutando o rifle das mãos dela e acertando um golpe em seu estômago.

Gabriela ergue as mãos, enquanto invoca um feitiço.

-ITÖS QY, JVSEI! -o comando faz um muro de terra se erguer entre eles e os traidores.
- Não vai durar muito. -Henrique fala encarando a barreira.- Não contra Odan, Amaya e balas infernais.
- E porque a gente devia te escutar? -pergunta Emanuelle furiosa.
- Se você não viu, eu também estava na lista de tiro ao alvo.
- Você não é leal ele. -fala Gabriela como se só agora percebesse isso.
- Todos estavam sendo pagos, esqueceu? Bárbara foi que me surpreendeu.
- Aliança temporária, até eles estarem fora de jogo? -propõe Emanuelle, segurando ambas as katanas nas mãos.
- Eu topo. -Henrique fala guardando a moeda no bolso.

Gabriela explode o muro, arremessando as pedras contra eles. Emanuelle arremessa um relâmpago pelas espadas na direção de Henrique que reflete e arremessa com potência máxima contra Bárbara que cai longe e inconsciente.

-Querida, vou pegar seu presente. -Odan fala, abrindo as asas.- Tudo bem?
- Relaxa. -seus olhos ficam vermelhos e suas presas crescem, enquanto ela sorri e diz.- Eu cuido das crianças, bebê.

Ele voa na direção do topo e ela avança na direção dos três. Ela desvia de Emanuelle, acerta um chute no peito de Henrique fazendo com que ele vá para trás. Ela soca na direção do rosto da Gabriela, que desvia, se abaixa e sopra na direção dela.

-ISÖG!

Um jorro de chamas sai da mão dela em direção a vampira, que se joga para o lado. Com as mangas das roupas levemente queimadas e um olhar furioso no rosto.

-Nunca ouviu dizer que as crianças são fogo na roupa, Amaya?
- Eu estou viva a mais de 4500 anos garota tola. Acha mesmo que tenho medo de você?
- 4500 anos? Já passou da validade, não acha, Emanuelle?
- Com certeza.

O próximo comentário é interrompido pelo som de algo, que parece uma mistura de farfalhar de asas e o guincho de alguém em agonia.

Todos olham para o alto e veem Odan cercado por um fluxo de energia negra, parece que vários seres de várias direções, estão atingindo ele ao mesmo tempo. Então ele é repelido
em alta velocidade contra o chão.

- Milhares de pessoas fossilizadas em agonia e terror, uma construção amaldiçoada pelo próprio Deus, uma enorme concentração de energia demoníaca, tudo isso ao redor do objeto mais poderoso e mais bem protegido da existência. E você realmente achou que ia conseguir simplesmente voar até lá? Você é realmente hilário. Aliás, curti o visual.

Odan se ergue do chão e olha para o próprio corpo, o braço esquerdo está três vezes maior do que o normal a partir do ombro e vai diminuindo até o pulso que está em um tamanho normal. O braço direito está mais fino. Só pele e osso, além disso o membro está completamente cinzento.

- O que..? O quê você fez?!
- Eu? -Henrique fala rindo.- Infelizmente não sou tão poderoso assim, "anjo".

Odan claramente tenta absorver as asas, mas ao invés, ele solta um grunhido e se curva de dor. As duas asas estão quebradas, a da esquerda está "apenas" com alguma penas faltando e ferimentos espalhados pelo membro, mas a da direita está distorcida. Não apenas quebrada e com cortes, mas partes dela estão parecendo couro de cor preta, com veias alaranjadas e espinhos cônicos.

Sem nenhuma dúvida o que mais chama a atenção é o rosto dele, embora a parte da metade direita esteja normal, a esquerda está negra. Ela parece ser feita de pedra vulcânica, seu olho é vermelho como sangue, em suas têmporas tem pequenos espinhos cônicos, semelhante a chifres, sua orelha está colada ao crânio e é longa e pontuda.

- VOCÊ ESTÁ MORTO, PIRRALHO!!!!

Ele salta em alta velocidade contra Henrique com o punho estendido. Só que antes de atingi-lo, o feiticeiro segura o punho dele e o arremessa longe. Sorrindo, ele olha para as garotas e pergunta:

- Vocês cuidam delas?
- Vai lá. -responde Emanuelle.

Henrique vai na direção de Odan, que se ergue e encara o adversário com raiva. Ele tenta agarrar o feiticeiro, mas Henrique se desvia e acerta um golpe nas costelas dele fazendo com que o anjo se choque contra a parede da caverna fossilizada.

- Aposto que não esperava por isso, né, "Odan"? -ele faz as aspas com os dedos quando fala o nome do adversário.
- Quem é você?
- Eu sou exatamente o que você queria, "um homo magi pelos nove círculos apaixonado". Eu sou um soldado que sabe o significado da palavra lealdade. Sou aquilo que você não é.
- O que você sabe de mim, inseto? Eu sou mais do que você jamais será! EU SOU UM ANJO!!!
- Não, você não é. Não mais -sua voz transborda ódio e ele estende a mão na direção do outro que se ergue.- Está na hora de se lembrar disso. POEQ.

Odan grita de dor e cai no chão. Henrique se aproxima e chuta ele, fazendo com que ele atinja a outra parede.

- Agora, acho que não posso falar para você tirar seu disfarce e continuar com o meu.

Ele abre os braços e uma onda de energia púrpura flui do peito dele se espalhando em várias direções, mudando a aparência dele. O cabelo longo, antes em um rabo-de-cavalo, agora está solto, liso e castanho chegando na altura dos ombros. Os olhos verdes, se tornam pretos, no rosto uma barba bem feita, as tatuagens sumiram, e seu rosto e sua pele ganham as características de um morador do oriente médio.

Sua roupa ainda é o mesmo estilo, calça jeans, coturnos pretos com bico de metal, regata e sobretudo aberto de couro, todos na cor preta e sem estampas. Na sua mão um cajado feito de prata, com um globo negro recoberto de símbolos brilhando em púrpura.

- Agora podemos continuar.

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