Uma história tragicamente engraçada!
Quando eu tinha vinte anos eu comecei a trabalhar na Norton.
Foi nessa mesma idade também que eu aceitei Jesus e virei evangélico da igreja Renascer, que era a igreja mais moderna na década de noventa, pelo menos na aparência.E lá no trabalho tinha um cara muito legal, divertido e engraçado, o Isaías.
Eu gostava muito dele.
Ele me chamava carinhosamente de "amebinha", porque ele achava que eu fazia o trabalho com preguiça e errado.
O dia de trabalho passava que eu nem percebia, tamanha era a diversão.Mas... Um dia, numa segunda feira, eu disse pra todas as pessoas que trabalhavam comigo:
"Ontem eu fui no Parque São Jorge, lá no ginásio de esportes do Corinthians."
Todos ficaram me olhando com curiosidade.
Aí eu disse:
"Não fui assistir uma partida de futebol de salão, vôlei ou basquete.
Fui assistir um culto da igreja Renascer.
E no final do culto perguntaram quem queria aceitar a Jesus.
Eu fui lá na frente e aceitei a Jesus.
Agora eu sou crente!"Todos me deram parabéns, com exceção do Isaías, que me chamava de amebinha.
Achei estranho...
Porque eu sabia que o Isaías era crente da Congregação Cristã do Brasil.
Foi só depois de muitos anos que eu fui descobrir, que para os irmãos da Congregação Cristã do Brasil, os outros crentes, não são crentes de verdade, não passam de um tipo de primo distante.As brincadeiras, as zueiras continuavam no trabalho, mas agora a gente tinha um novo assunto: falar de Deus, religião e igreja.
E foi nessas conversas de Deus, religião e igreja, que eu ouvi as histórias mais absurdas, estranhas e até engraçadas, sobre o que Deus fazia com quem se dizia crente, mas que não obedecia a Deus.O meu amigo Isaías era o que mais contava essas histórias absurdas, estranhas e engraçadas.
Uma vez ele disse muito sério e olhando pra mim:
"Você fica brincando, fazendo piadas aqui no trabalho, ser crente é algo muito sério."
E antes de começar a contar uma história absurda, estranha e tragicamente engraçada.
Ele disse pra mim:
"Pensa que qualquer um pode virar crente assim fácil de um dia para o outro."Aí o meu "primo distante" me conta essa história pra provar pra mim, que não era tão fácil assim virar crente, ele diz:
"Uma mulher da nossa igreja tinha um cabelo cumprido, mas ela com muita vaidade, quis cortar dois dedinhos do seu cabelo.
Todas as pessoas da igreja aconselhou ela a não fazer isso, porque se não Deus ia pesar a mão."
Mas ela dizia: 'É apenas dois dedinhos!'O meu ex amigo e agora primo distante continuou a história:
"Um dia ela estava trabalhando na fábrica, e foi cortar uma peça para um serviço que ela estava fazendo.
Ela se distraiu por um segundo, e a máquina cortou os seus dois dedinhos.
A mulher desesperada e chorando, disse:
'Por que Deus você fez isso comigo?'
E Deus com muito sarcasmo respondeu:
'É apenas dois dedinhos!
Nem vai fazer falta!'
Entendeu como não é fácil ser crente?"
E ele terminou a história com aquele ar de super santo, que a maioria dos crentes fazem.Eu fiquei em choque e desesperado, e pensando por muito tempo:
"Eu não quero mais ser crente!"
Mas, graças a Deus eu não desisti de ser crente.
E hoje conheço o amor e a graça de Deus.
Mas, aquela história me arrepiou até os pelos da minha bunda, de tanto medo e pavor que eu fiquei de Deus.Hoje essa história pra mim, é apenas uma piada que eu faço brincando com as pessoas, que me diz que Deus tá tocando o coração pra fazer algo, mas que tá com dificuldade pra obedecer.
Aí eu conto essa história com tom de piada, dizendo pra pessoa que não quer obedecer a Deus:
Depois quando Deus pesar a mão e der algo errado na sua vida, não vai ficar perguntando pra Deus:
"Por que Deus?"
Se não você pode ouvir de Deus:
"É apenas dois dedinhos!"
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FILÓSOFO DE FACEBOOK
No FicciónA vários anos que diariamente, faço textos de reflexões sobre filosofia, psicologia e religião. Também sobre espiritualidade e sobre o que aconteceu de diferente na sociedade que chamou a atenção. Então nesse livro você vai encontrar muitos desses...