A recuperação

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Quando acordei, Brooke estava conversando com dois homens no quarto, tirei o tubo de ar que se encontrava em meu rosto e o chamei baixinho. O mesmo se virou e viera até mim:

- Amanda, finalmente você acordou!!! Pegou em minhas mãos e as beijou. Esses dois são policiais e estão aqui para poder colher seu depoimento. Você estava em coma induzido por uma semana, mas já se recuperou bem dos traumas visíveis.

Se afastou e os policiais se aproximaram, um perguntava e o outro anotava. Disse tudo um pouco confusa por tudo o que estava acontecendo e de acordo com o que eu lembrava.

- Por que ele não ficou preso? Suspirei.

- Senhorita, o estupro e a agressão não foram em flagrante, então temos de esperar o exame de corpo de delito, e o sequestro... bom o advogado dele conseguiu o habeas corpus e ele está no momento respondendo em liberdade.

Os policiais foram embora e o Brooke tinha uma cara de cansado.

- Brooke... e o Arthur, como está? O olhei.

- Desesperado, tadinho. Não dorme, te chama a noite toda. Passou as mãos no rosto.

- E com quem ele está?

- Com a tia. Se levantou, e se aproximou.

- Pede para ela trazer ele aqui? Estou com muita saudade.

- Tá bom. Pegou o celular e ligou para ela. Conversou com ela por um tempo e ela disse que ia leva-lo.

Ele chamou a enfermeira e eu tomei um banho com a ajuda dela, eu ainda sentia algumas dores por conta das agressões do Matheus. Ela me ajudou a voltar para cama e lá eu fiquei esperando o Arthur chegar.

Quando ele chegou foi uma festa e só, ele estava cabisbaixo e ao me ver ficou todo feliz e alegre, eu amava tanto aquele menino.

- Mamã! Praticamente pulou do colo da tia do Brooke para o meu, me deu o abraço mais apertado do mundo. Sorri e o abracei, estava cheiroso e mais carinhoso que o normal.

Fiquei um tempo com o mesmo lá e prometi que voltaria logo para casa, ele me abraçou e foi chorando para a casa por não poder ficar mais comigo. Eu jantei uma sopa que a enfermeira me trouxe e dormi.

***

Três dias se passaram e o médico estava lá no quarto, conversando com o Brooke. Fiquei entusiasmada porque provavelmente eu sairia hoje.

- Amanda, você apresentou uma leve melhora, dormiu sem os equipamentos de respiração, mas ainda não está pronta para ir para casa, e ficara mais uns 3 dias aqui, para garantirmos que está bem.

– Doutor! O chamei antes que ele pudesse sair do quarto. – E minha gravidez?

– Ele e Brooke sorriram e o Dr veio em minha direção. – Está tudo bem com ele. Por sorte ou milagre de Deus, nada aconteceu e ele está em perfeito estado. Você está com quase três meses de gestação.

– Isso quer dizer que esse filho é meu Amanda! Se aproximou sorrindo. Sorri de volta e passei a mão na barriga que mal era aparente.

***

    Fiquei triste e cabisbaixa por não poder sair, mas eram só mais três dias, logo eles passariam.

    Aquele hospital era um tédio, não tinha nada para fazer, só assistir TV. Até o Brooke estava entediado, mas também, o coitado não tirou o pé de perto de mim, ficou lá o tempo todo. Quanto mais ele se aproximava, mas eu percebia o quanto fui injusta ao falar que não gostava dele.

    Eu só tinha medo, de assumir um relacionamento com alguém que já namorou com minha mãe, ou até com alguém mais velho como ele. Mas eu sei também que estava sendo imatura por não me permitir pensar nas possibilidades.

O PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora