AMANDA
Brooke morreu e eu estava sem acreditar que aquilo havia acontecido, Deus por que matar as pessoas que amo, que gosto? Por mais que Brooke tenha errado, ele não merecia a morte... Estava arrumando as malas quando Gui me interrompeu.
- Para onde vai Amanda? Disse desesperado.
- Vou para o Brasil.
- Mas você acabou de voltar de lá.
- Guilherme eu vou ao enterro do Brooke, ele é pai dos meus filhos, me entenda.
- Amanda! Bateu a mão por cima da mala com raiva.- Ele já está morto!!! Vai lá para quê? Sofrer mais?
Eu fiquei o olhando, Guilherme teria razão no que falava, mas algo me dizia que eu tinha que ir... Suspirei e me sentei na cama.
Ele me abraçou e eu arrumei o guarda-roupa. Guilherme estava certo, eu sofreria calada, mas o que eu diria a Arthur? Ele sentia tanta falta do pai.
Guilherme jantou comigo e foi para sua casa.
Dormi com o coração apertado aquela noite, eu sentia falta do Brooke, muita falta, eu tentava disfarçar ou até mesmo me afastar, mas por mais que ele tenha errado, eu o amava com todas as minhas forças, afinal todo mundo erra.
Aquela noite tive um sonho, não sei se bom ou ruim, era minha mãe, estava de preto me chamando, e toda vez que eu ia ao seu encontro, era Brooke que eu encontrava. Ele tentava me puxar, mas caia em um buraco e eu não conseguia o pegar. Acordei diversas vezes aquela noite porém, sempre ao cair no sono, novamente tinha aquele sonho terrível.
***
Acordei pela manhã cansada, pois não tinha dormido quase nada durante a noite. Olhei para o berço e a Clara estava de pé me olhando, sorri e me levantei, peguei ela no colo e a levei para cama, precisava colocar o berço dela no quarto do Arthur, mas ainda não tive oportunidade para isso, quem sabe hoje.
Ela sentia falta do pai, dava pra ver em seu olhar brilhante e sua ternura sensível, ela estava carinhosa e meiga, se encolhia ao deitar em meu colo, igual fez quando sentiu o colo de Brooke pela primeira vez.
A deitei na cama e puxei seu berço e fui levando até o quarto de Arthur, ele ainda estava dormindo, todo encolhido também e abraçado a um urso. Acordou com o barulho do berço, arrumei o mesmo e o peguei no colo. Levei para o quarto e ficamos todos juntos. Tentei me manter forte na frente de Arthur, mas estava difícil, tudo nele lembrava-me de Brooke. Eles eram "idênticos"...
Dei banho nos dois e dei café da manhã, os levei no parque e os deixei brincando lá com as outras crianças enquanto os observava de longe com o pensamento bem distante também, essa hora Brooke já deveria estar enterrado. Onde será que o enterraram...?
Almoçamos na rua mesmo e quando chegamos em casa amamentei a Clara, estava esperando alguma ligação, alguém que pudesse me dizer o que estava acontecendo. Mas ninguém ligava e eu só ficava naquela espectativa em vão.
A noite foi caindo e eu alimentei as crianças, coloquei em um filme e elas ficaram assistindo, na verdade até eu assisti, era um desenho bem legal. A campainha tocou e eu fui correndo atender. Abri a mesma e era o Guilherme que logo foi entrando!
- O que foi? Algum problema? Disse trancando a porta e voltando a me sentar no sofá.
- Não, tá tudo certo, só vim ver como você tava! Se sentou ao meu lado e me abraçou.
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O Padrasto
RomanceAmanda tinha apenas 10 anos quando vivenciou o Luto pela primeira vez. Após aos 18, levara uma vida pacata ao lado de sua mãe e padrasto, que até então eram noivos. Uma reviravolta acontece em sua vida e agora ela tenta driblar os obstáculos que ins...