5 meses

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    Os homens que trouxeram as coisas, nos ajudaram a por tudo no lugar, e o pessoal da loja que compramos as coisas do Arthur, montaram seu quartinho. Quando acabamos, já eram quase 21h.

Eu não estava com fome, então subi e entrei em meu novo quarto para arrumar os detalhes que faltavam. Acabei adormecendo em meio a bagunça.

***

    Recebemos uma ligação na manhã seguinte do hospital, informando que o Arthur estava de alta e que poderíamos buscar-lhe. O fizemos e voltamos para a casa nova.

    Eu acho que a partir dali eu teria de mudar por completo, teria que começar a me dar bem com Brooke, esquecer todas as desavenças e tentar formar uma família feliz.

     Assim que chegamos, Brooke pediu para que eu fizesse Arthur dormir já que ele ainda não tinha muito jeito com as crianças, eu claro amei ter ficado mais tempo ao lado do meu irmão, iria trata-lo como se fosse meu filho.

    Beijei sua testa e o deitei no berço.

    Estava tudo quieto, acho que Brooke havia saído, mas não, ao passar em frente ao seu quarto, a porta estava meio aberta e Brooke se secava, ele tinha um corpo dos deuses e eu fiquei ali por alguns minutos o observando.

    Mas pera ai, o que eu estava fazendo? Ele era meu padrasto, eu não deveria estar ali o olhando, dei uns tapas na cabeça e fui tomar um banho, logo depois fui para meu quarto. Agora, grande e espaçoso, diferente do outro.

    Me deitei na cama e fiquei pensando, na verdade pensei muito, tudo o que acontecia... Eu teria um novo recomeço.

***

    Três meses se passaram e hoje Arthur completava 5 meses, e também faziam 5 meses que minha mãe havia morrido. Brooke resolveu fazer uma festinha aqui em casa, só para os familiares mais próximos, hoje era sábado e estava um frio de lascar.

— Já encomendou o bolo? Brooke perguntou enxendo algumas bexigas.

— Sim, chegará às 17h. Olhei no relógio enquanto dava mamadeira pro Arthur.

— Às 22h a gente encerra, não pode ficar com barulho no prédio até tarde. Me olhou.

— Essas eram as vantagens de morar em uma casa. Revirei os olhos.

— Me dê aqui o Arthur, você sabe fazer arco? Com as bexigas? Se levantou e pegou o mesmo com jeitinho no colo.

— Sei sim! Peguei as bexigas e comecei o arco. Passamos a tarde toda ajeitando a casa. Ah eu tinha várias coisas pra falar, eu havia começado a faculdade de publicidade. Eu e o Guilherme tínhamos resolvido dar um tempo na nossa relação, mas eu gostava dele e sentia que ele gostava de mim, ele estaria aqui hoje. Pedi para que o Brooke fosse pegar o bolo e os salgados enquanto eu me arrumava, e arrumava o Arthur.

    Coloquei um macacão bem quente no Arthur depois de ter lhe dado banho, e uma touquinha branca, coloquei luvinhas em sua mão e o deitei no centro de minha cama. Entrei no banheiro e tomei um banho bem quente também.

    Sai e estava a me secar no quarto quando ouvi o barulho da porta, Brooke havia chegado, procurei uma roupa em meu armário, e assim que fechei a porta do mesmo, Brooke estava atrás dela, levei um susto e dei alguns passos para trás.

— Se você continuar me assustando desse jeito, vai ter um dia que eu não estarei mais aqui, entre vocês. O olhei segurando a toalha.

— Desculpe, já peguei tudo, ta na cozinha. Vou tomar um banho! Disse tirando sua camiseta e eu suspirei.

— Ok, obrigada, posso me vestir agora? O olhei.

— Sim cara dama. Se aproximou de mim e senti que o mesmo cheirava meu pescoço, fechei os olhos e o mesmo me deu um beijo no ombro.– Fique linda!

Despertei de meus pensamentos quando ouvi alguem bater na porta do banheiro.

— Vamos Amanda, já já os convidados chegam. Não acredito que eu tava pensando no Brooke, por que aquilo? Sai mais do que de pressa do banho e fui correndo para o quarto para que eu não encontrasse com ele no meio do caminho.

    O Arthur estava tão quentinho na roupa que coloquei que acabou dormindo. Beijei sua testa e coloquei minha roupa. Primeira vez que me arrumei após a morte da minha mãe.

    Deixei meus cabelos soltos, e me perfumei, peguei o Arthur e fui para a sala, dois amigos de Brooke já haviam chego, e estavam bebendo já, até que eram bonitos mas o Brooke era mais...

— Essa é a Amanda. Me apresentou para eles e eu sorri amigável. – Fica aqui com eles enquanto eu tomo banho. Os convidados estão prestes a chegar!

    Brooke saiu da sala bebendo e eu me sentei no sofá. Tive que acordar o Arthur, a festa era dele né e eu que estava sendo o centro das atenções. A campainha tocou e eu me levantei para abrir.

— Olá, entrem! Abri um sorriso, eram os tios do Brooke, Guilherme vira logo atrás, me deu um abraço apertado e um beijo no canto da boca. A tia do Brooke pegou o Arthur no colo e os convidados começaram a chegar, alguns tios da mamãe e uns amigos de Brooke, logo a casa já estava cheia.

    Brooke saiu do quarto todo arrumado, vestia uma calça jeans lavagem escura, um tênis casual e uma camisa rosa bebê com alguns detalhes brancos.

— Obrigado por terem vindo, hoje meu filhote completa 5 medes e apesar de ser um mês de dor também, pela minha mulher, eu quero comemorar cada momento por ela ter me dado esse príncipe. Abraçou Arthur e lhe deu um beijo na testa.

    Servi os salgados e quando fora umas 20h cantamos parabéns e comemos o bolo, peguei meu celular e tinha uma mensagem da Laura: "eu não pude ir, minha mãe esta meio doente e pediu para que eu ficasse em casa cuidando dela, desculpa amiga, beijo".

    Depois que a mamãe morreu eu comecei a beber. Sempre que Brooke comprava cerveja eu bebia juntamente a ele, igual nesta festa, eu bebi muitas cervejas e quando Brooke abriu a vodka eu resolvi experimentar. A primeira dose caiu rasgando sobre minha garganta, mas era gostosa, ficava um gosto bom na boca, e eu fui bebendo mais. Vi a tia do Brooke levar o Arthur para o quarto e agradeci por isso, visto que não teria condições de fazer isso se bebesse um pouco mais.

    Depois de uma hora mais ou menos, todos foram embora, e Brooke tbm já estava de cara cheia, fui para meu quarto e tirei aquela roupa, coloquei uma camisola de pano fino e fui para a cozinha beber agua, Brooke estava lá.

— Boa noite! Sorri e bebi o copo de água, e ele ficou me olhando.– O que foi? Ri.

— Nada, hoje a festinha foi ótima. Se espreguiçou, deixando seus músculos à mostra. Ele estava só de bermuda sem camisa nem nada. Passei as mãos nos braços.

— Ta frio, vou deitar boa noite. Me virei e senti ele puxar meu braço com força, me pegou pela cintura e me sentou na mesa.

— Esqueceu do meu beijo de boa noite, e eu posso te esquentar. Colocou suas mãos sobre minhas coxas.

— Brooke... Antes de eu falar ele me beijou, eu não sabia o que fazer... Só aceitei, passei minha mão sobre sua nuca e o beijei intensamente, sua lingua passeava sobre a minha. Senti suas mãos subirem sobre minha coxa e apertarem meu quadril, parei o beijo mais do que de pressa, o empurrei e corri para meu quarto, trancando a porta.

    Meu Deus, o que foi isso? Passei meus dedos sobre meus lábios, e sorri boba, chacoalhei a cabeça e fui deitar, me cobri ate a cabeça, fechei os olhos com força e senti meu rosto queimar, eu estava morrendo de vergonha. Fiquei pensando naquilo até cair no sono.

O PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora