Pesadelo

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– Como assim, não sabe quem é o pai? Me pegou pelo braço e me fez o olhar.

– No meu aniversário. Gaguejei.– Eu menti para você!

– Explica direito Amanda! Se sentou em minha cama e passou as mãos no rosto.

– Eu fui para um barzinho com o Matheus. E eu acordei na cama dele, ele disse que a gente fez, mas eu não lembro de nada. Ai comecei a sentir esses enjoos e fui fazer o teste e deu positivo.

– Esse cara com certeza te drogou. Se levantou e deu um murro na parede.– De qualquer forma, duas semanas é pouco tempo. Esse filho tem que ser meu.

– Brooke, perdão. Abaixei a cabeça.

– Onde é a casa dele, vou ter uma conversinha com ele. Chegou perto de mim e levantou meu rosto.

– Não Brooke, por favor, não quero mais confusão. Ele acariciou meu rosto.– Eu deveria ter te escutado desde o início. Ele então me beijou, eu me sentia muito bem perto dele, mas ainda sim achava que não deveríamos ter nada; parei o beijo e ele saiu do quarto quieto. Me deitei na cama e passei a mão na barriga, com pai ou sem pai esse filho seria muito bem recebido.

    Meu celular tocou e quando fui ver era uma mensagem do Matheus: "Esse filho é meu! Você é minha, não adianta fugir!" Me arrepiei toda com aquela mensagem, eu realmente não conhecia o Matheus tão bem quanto achei que conhecia.

    Tomei um banho e fui jantar com Brooke, ficamos quietos diante a mesa, não falamos nenhuma palavra e depois que ele terminou foi diretamente para seu quarto. Quando acabei, lavei a sujeira que havíamos feito, e peguei Arthur, dei sua mamadeira e o deitei junto a mim. O fiz dormir primeiro e depois cai no sono.

    Acordei no dia seguinte sentindo um pouco de tontura, mas mesmo assim, me levantei e fui me arrumar para a faculdade. Deixei o Arthur deitado na cama e fui me arrumando. Em seguida comi alguma coisa e peguei meu material, coloquei o Arthur ao lado do Brooke e fui para a faculdade.

    Chegando lá, eu até avistei o Matheus, mas não falei com ele, o mesmo ficara me olhando com uma cara de psicopata.

    Entrei na sala e sentei em meu lugar. Logo depois ele entrou e todos foram entrando, a aula começou e eu tentei prestar atenção, mas meus pensamentos estavam em outro lugar.

    Quando eu estava saindo, senti um puxão. Olhei para trás e era o Matheus, ele me olhava estranho, e não soltava meu braço de jeito nenhum.

– Me solta Matheus! Tentei me soltar dele.

– Você está carregando um filho meu.

– Esse filho não é seu, agora me solta! Fui indo com toda minha força para o lado de fora já que o lado de dentro estava quase vazio. Ouvi então uma voz de fundo mandando que ele me soltasse.

– Larga ela! Vi Brooke ir para cima dele e lhe dar vários socos até que Matheus caísse no chão.

– Brooke larga ele! Gritei tentando tirar ele de cima do Matheus.

– Não chega perto da Amanda tá ouvindo? Você não sabe o que eu sou capaz de fazer! Brooke o largou e o mesmo ficara rindo. Puxei Brooke e fomos para o carro.

– Ela é e sempre será minha! Gritou, Brooke quis voltar lá, mas eu não permiti. Então ele se dirigiu para casa com muita raiva.

– Você terá de mudar de faculdade. Ou parar! Estacionou o carro e me olhou soltando um longo suspiro.

– As transferências de faculdade demoram para serem feitas. Eu vou ficar esse tempo todo sem frequentar a facul?

– Eu irei te levar e te trazer, e por favor, qualquer coisa, não importa a hora que seja, me liga! Passou a mão em meu rosto, ele me olhava diferente, com amor, com carinho e ternura.

    Passou a mão devagar em minha barriga e me deu um selinho. Subimos para o apartamento, e enquanto Brooke preparava o almoço eu brincava com o Arthur.

– Mamã. Pronunciou com dificuldade olhando para a TV.

– É o que Arthur? Sorri o pegando no colo e o fazendo olhar para mim.

– Mamã! Me abraçou. Me emocionei tanto por ouvir ele dizer aquelas palavras que comecei a chorar, ele não parava de repetir mamã, era muito lindo e fofo.

– O que aconteceu Amanda? Brooke veio correndo e pegou o Arthur no colo.

– Ele falou mamã. Sorri e o Brooke sorriu também olhando para ele.

– Agora falta falar papai! Jogou ele pro alto e o pegou.

– Mamã! Repetiu abrindo os bracinhos para mim.

– Já já vai estar pedindo água, comida. Sorri o pegando no colo, almoçamos muito entusiasmados pelo fato de Arthur ter dito sua primeira palavrinha. Depois do almoço eu dormi e Brooke ficou com o Arthur mexendo no computador.

Tive um pesadelo horrível, no qual Matheus era o pai de meu filho, e o meu maior medo era esse, que ele fosse o pai...

***

    No dia seguinte, me levantei cedo e me arrumei para mais um dia de estudos, Brooke levantou cedo também para me levar a faculdade, colocamos o Arthur na cadeirinha que ainda dormia. Brooke me deixou em frente a faculdade e eu entrei. Fui para minha sala e as pessoas foram entrando, Matheus entrou e me encarou, quando me arrepiei por inteira.

Ao decorrer da aula, senti um pouco de tontura e então abaixei a cabeça, descansei os olhos por uns 5 minutos e levantei a cabeça. Quando me veio uma ânsia muito forte. Pedi para a professora que eu me retirasse e ela permitiu, fui ao banheiro e vomitei. Lavei meu rosto e fiquei me olhando no espelho, esperei um pouco para ver se ânsia não voltava.

Quando sai, bebi um pouco de agua e senti algo pontudo tocar minhas costas, quando olhei para o lado, Matheus estava lá, segurou firme em meu braço e começou a me guiar até a saída da faculdade.

– Se você gritar ou tentar fugir, eu tenho uma faca... você vai perder seu adorável bebe, e vai ficar com marcas que nem o tempo, nem a medicina poderá apagar. Sussurrou em meu ouvido. Engoli seco e ele foi me guiando até seu carro, me jogou lá dentro e entrou do outro lado.– Seremos muito felizes em outro lugar, bem longe daqui.

Me apavorei toda e tentei sair do carro quando ele me agarrou e tapou minha boca com a mão, pegou um pano em seu bolso e colocou em meu nariz, era um cheiro muito forte que me fez desmaiar em instantes.

O PadrastoOnde histórias criam vida. Descubra agora