APENAS MAIS UM ROUBO - Simone e Soraya

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Soraya

- Vamos, atenda e coloque no viva voz. Janja já fez a parte dela, agora é minha vez. – Simone falou me encarando.

- Deixa eu recusar a chamada e conversar com você primeiro, por favor Simone. – Olhei para ela com um olhar de súplica, que apenas assentiu com a cabeça e pegou o celular da minha mão.

- E então, o que deseja? Espero que tenha um bom motivo para ter me convencido a adiar essa ligação, não brinque comigo Thronicke; porque se essa for uma tentativa de me fazer desistir do plano, saiba que não vai funcionar.

- Não é, prometo que não. Apenas queria saber se não teria como fazer uma mudança de planos, não diga nada, apenas me escute primeiro.

Simone me olhou de cima à baixo com um olhar de desconfiança e permaneceu em silêncio para que eu continuasse, e assim eu fiz, não tinha certeza se era o certo; mas sabia que era o que eu queria e nem ao menos sabia o porquê, só queria continuar ali com ela.

- Não sei se compartilha dos mesmos sentimentos que eu, mas quero que saiba que gostei muito desses 3 dias que estou aqui com você. No início eu sei que trocamos muitas farpas e diversas alfinetadas uma com a outra, porém eu não quero ir embora, eu quero continuar aqui com vocês e fazer parte do grupo; não precisa desistir de todo o dinheiro que iria pedir ao meu pai pelo resgate, só quero que me deixe ficar.

Simone

Me encontro sem palavras nesse exato momento, como assim ela quer continuar aqui? E o mais importante, por quê é que eu estou considerando essa ideia; eu não posso. Esse não era o plano, já saímos muito do planejado; mas tenho que admitir que estou adorando ter a companhia da loira durante esses dias, talvez até demais. Já tinha dias que eu não dormia tão bem igual dormi nessas 2 últimas noites, e o sexo com ela também, é simplesmente divino. Preciso falar alguma coisa, não posso continuar em silêncio e deixar ela me encarando com essa cara de cachorro pidão.

- Vamos supor que eu esteja cogitando aceitar essa sua ideia maluca, como eu me beneficiaria nisso tudo? E o que o seu pai, um dos empresários mais influentes de Los Angeles faria ao ver que foi enganado, que ele não vai receber a filha de volta e ainda perdeu uma quantidade significativa de dinheiro? Não é tão simples assim, docinho. – Segurei firme em seu queixo e encarei seus lábios.

- Me ter somente para você, ter alguém para dormir de conchinha e mais uma pessoa para ajudar vocês com os roubos, não é o suficiente? Olha pra mim e me diz que não curtiu tanto quanto eu curti os momentos que tivemos nesse curto período de tempo, me diz que quer que eu vá embora quando ele pagar o resgate. E por eu ser advogada, posso muito bem largar meu emprego na empresa dos meus pais e arrumar outros clientes; o que também implicaria em achar novos alvos para nós. – Ela falou se aproximando ainda mais e colando nossos lábios em um selinho demorado, e meu Deus, só de estar no mesmo ambiente que Soraya, já sinto um calor inexplicável por todo meu corpo.

- Para não levantar suspeitas sobre nada, posso voltar por alguns dias e fingir que está tudo bem e logo depois falar que conheci alguém e que estou indo embora viver minha vida. Não vão me questionar sobre isso e vamos todos sair ganhando, eu consigo o que eu quero, você também e ainda me ganha como um bônus adicional. O que acha, Sisa? – Ela passou os braços ao redor do meu pescoço e se sentou em colo aguardando uma resposta, essa mulher ainda vai me enlouquecer usando a sedução para me convencer a fazer o que ela quer.

- Admito que não são ideias ruins, porém nós somos um grupo; não posso negar e nem acatar nada sem o consentimento das meninas também, então precisamos conversar com elas sobre isso. – Bem hipócrita da minha parte falar que não posso aceitar nada sozinha, logo depois de sequestrar a menina sem ter consultado ninguém e ainda ter feito todas aceitarem; mas Soraya também não precisa saber disso.

- Então faça uma reunião com elas, vou falar a mesma coisa que falei pra você para convencê-las e até implorar se for preciso; só preciso de uma oportunidade e não farei você se arrepender por me deixar ficar.

- Certo, vou ligar para elas e logo faremos essa reunião; mas quero que esteja ciente de uma coisa, não vai usar com elas a mesma técnica que usou agora aqui comigo, você é minha e só minha. Me prometeu, então agora cumpra. – Retirei ela de cima de mim e levantei indo em direção ao meu escritório para falar com as meninas.

Menos de 1 hora depois, todas estavam ali reunidas na sala de minha casa e escutavam atentamente o que a loira dizia. Me senti meio apreensiva com o pensamento delas recusarem e eu não poder continuar com Soraya, não é só ela que não quer que ela vá para a casa; ter ela aqui comigo em cada mínima situação dos meus dias me cativa de uma forma que não sei explicar. Os sapatos espalhados pelo meu quarto, roupas em tudo que é canto porque eu não deixei um espaço para ela em meu closet, as provocações dela todo instante, fazer café da manhã e me preocupar se ela vai gostar do que fiz, lavar as louças juntas, acordar e ver aqueles cabelos loirinhos espalhados na minha cama, o cheiro dela nos lençóis, travesseiros e cobertas. Fui desperta desses pensamentos com Eliziane me chamando e todas me olhando como se soubessem tudo que acabei de pensar.

- Simone?! Onde é que você estava com a cabeça? Aqui que não era. Escutou o que nós te perguntamos?

- Não, perdão; repitam por gentileza.

- Você está de acordo com essa ideia absurda? Sabe muito bem quanto qualquer uma de nós que as coisas não são tão simples assim, nem tudo sai perfeito, os riscos são muitos altos. Está mesmo disposta a arriscar tudo assim do nada? Sabe muito bem que não precisamos desse dinheiro, temos dinheiro para ficarmos sem fazer nada o resto da vida se quisermos; principalmente você. – Não vou negar que ela está certa, não mentiu em nada do que disse; mas ainda assim eu quero arriscar para poder ter essa loira comigo; ela me despertou algo que não sei explicar, mas quero tentar.

- Se for o que você realmente quer, nós vamos aceitar; mas pensa direito, não se deixe levar pelo calor do momento. – Disse Leila me encarando e as outras assentiram me mostrando que agora a decisão estava em minhas mãos. Soraya apenas observava tudo em silêncio, apreensiva igual eu estava alguns minutos atrás; diante disso tudo, minha resposta só poderia ser uma.

- Então é isso que nós vamos fazer, precisamos reorganizar cada parte já planejada e encaixar essa nova parte. Por enquanto, vamos seguir com a parte de atender o telefone e pedir o resgate; o restante veremos amanhã. – Todas concordaram e agora estavam indo embora, fui acompanhá-las até lá fora; todas entraram no carro, exceto Gleise, que colocou a mão nos meus braços e sussurrou no meu ouvido:

- Si, tem certeza que vamos fazer isso mesmo? Certeza que está fazendo isso por dinheiro e benefícios ao nosso grupo e não porque desenvolveu sentimentos por ela? Só quero ter certeza que não está metendo os pés pelas mãos e que se arrependa lá na frente.

- Tenho certeza Gleise, não se preocupe. – Sussurrei de volta e lhe dei um abraço para que ela entrasse e fosse embora junto com as outras.


Mas agora à questão é, será que Gleise realmente está certa e eu estou desenvolvendo sentimentos por Soraya e por isso concordei com essa ideia absurda só para tê-la aqui comigo e também não deixar que ninguém se aproxime dela e ela seja somente minha. Se for verdade, espero que ela sinta o mesmo e seja tudo recíproco; entrei e andei em direção a loira que me olhava sorridente e depositei um beijo em sua cabeça.

- Sory, agora vamos ser sinceras uma com a outra, qual foi o real objetivo de você escolher ficar? Tenho certeza que não foi somente porque gostou daqui, curtiu alguns momentos que tivemos e quer ajudar com os outros roubos no futuro. – Perguntei para ela enquanto segurava suas mãos, passando confiança e lhe olhando de forma carinhosa.

- Tudo o que me disse sobre te ter somente para mim e todo o resto, é realmente verdade?- Continuei segurando suas mãos à espera de uma resposta.