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Simone

Fechei a porta e voltei para onde Soraya estava, segurei seu rosto entre minhas duas mãos e um sorriso bobo surgiu ao ver a mulher maravilhosa que tenho em minha vida; mas ainda sim ela estava insegura com o acontecimento de alguns minutos atrás, mesmo sem saber que eu vi e eu não vou tocar no assunto também.

- Está tudo bem minha princesa? - Perguntei e a mesma respondeu apenas com aceno de cabeça.

- Vamos terminar minha sessão e assistir um filme, só nós duas; o que você acha?

- Acho ótimo Sisa, mas podemos assistir tomando sorvete? - Me pediu com uma voz manhosa e um biquinho tão lindo, que me derreteu toda.

- Podemos tudo o que você quiser! - Deixei um beijo em sua testa e outro em seus lábios, e assim fomos terminar com a fisioterapeuta.

Soraya escolheu um filme todo cheio de romance clichê, se acomodou no meio das minhas pernas com a cabeça em meu peito; não deu nem 5 minutos de filme e a bonita já estava dormindo com o sorvete na mão. Desliguei a TV, coloquei o sorvete na mesinha ao lado, puxei a coberta cobrindo nós duas e a abracei; adormecendo com o calor de seu corpo, seu cheirinho doce e as mechas loiras espalhadas em meu peito.

E nossa semana se seguiu assim, fazendo mais algumas sessões com a fisioterapeuta e passando todo tempo de qualidade possível, juntas; na segunda já tínhamos planejado retornar para as atividades normais. A empresa estava um caos e a Soraya essa semana estava tão sensível e chorona, para ela tudo é motivo pra chorar; imagino ser a TPM já que tem embalagem de pelo menos uns 10 chocolates no móvel ao lado da nossa cama.

Agora pela manhã temos uma reunião com os mesmos empresários que encontramos em Seattle, porém dessa vez quem vem são eles; tanto eu quanto Soraya ainda não conseguimos entrar em um avião ou em um helicóptero. Falta de terapia? Talvez; fui desperta dos meus devaneios com um furacão passando pela porta da minha sala, era Soraya e estava chorando de novo.

- O que aconteceu, meu amor? Por que está chorando? Vem aqui vem. - Abri meus braços a chamando para sentar em meu colo, o que a mesma fez sem pensar duas vezes.

- Eu quero ter filhos com você, quero mini cópias nossas correndo pela casa.

- Então não tem motivos para chorar, já não tínhamos conversado sobre casar e ter nossos filhos? - Fiquei sem entender nada.

- Sim, mas eu não quero casar e depois ter filhos, eu quero ter agora; quero hoje. Mas e se até o casamento eu engravidar e estiver gorda e feia, e aí você não me quiser mais? - Então essa é a preocupação dela, eu não a querer mais.

- Meu bem, olha bem aqui no fundo dos meus olhos e escuta o que eu tenho para te dizer; se o que você quer é ter filhos agora, pois então bem. Vamos marcar uma consulta para você ainda hoje e fazer tudo o que for necessário, porque eu também quero ter filhos com você; não me importa se vai ser agora, amanhã, semana que vem ou daqui 2 anos. O que eu quero é construir toda minha vida ao seu lado, ter minha família e todo meu império com você e nossas filhas ou filhos. E nunca, nunquinha mesmo nessa vida, eu vou deixar de te querer por peso ou aparência; e outra, se você não estiver satisfeita com seu corpo depois dos filhos, sempre podemos pagar o tratamento que você quiser. Agora para de chorar, eu te amo demais minha loirinha!

- Você realmente acha isso tudo, vida? - Me perguntou chorando ainda mais.

- Claro que sim boba, seu corpo é um templo e não merece ser apreciado por qualquer um. - A apertei forte contra meu peito e ficamos ali até ela se acalmar.

Seguimos nosso dia normalmente, na parte da tarde fomos a consulta para iniciar todo o tratamento para ter nosso primeiro bebê, Soraya vai ser quem vai gerar nosso primeiro neném; não me sinto preparada para fazer isso no momento. Amanhã cedo iremos colher o sangue dela e fazer todos os exames solicitados, começar a tomar todas as injeções necessárias e escolher nosso doador.

Após a consulta decidimos passar em uma lojinha de bebê perto de casa, fiquei encantada com as roupinhas de menina; os lacinhos, faixas de cabelo, carrinho de bebê e um berço neutro. Já a Sory, se encantou pelas roupinhas de menino e em um sapatinho azul que confesso ter me encantado também; não compramos nada por ainda estar muito cedo.

Fomos para casa que hoje estava vazia, Leila e Eliziane iriam dormir fora para atender um pedido meu; pediu para elas organizarem meu quarto com velas, pétalas de flores e que nos deixassem a sós por essa noite. Queria ter uma noite romântica com a Sory, afinal, desde o acidente não transamos nenhuma vez. E tá tudo bem, até porque relacionamento não é só sexo; temos passado muito tempo juntas, tomando banho juntas, cozinhando e vendo filmes.

Parei o carro na garagem de casa e pedi para ela esperar, desci e dei a volta até a porta do passageiro; abri a porta e estendi a mão para ajudá-la descer. Passei meu braço ao redor de sua cintura e seguimos até a porta, a abri e gesticulei para que ela entrasse primeiro; entrei logo depois dela e me surpreendi com o que vi. As meninas fizeram algo ainda mais incrível do que eu tinha pedido.

Por toda sala tinha pétalas de rosa, velas aromatizadas trazendo um cheiro agradável ao ambiente; tinha uma trilha de pétalas que levava até o quintal na parte de trás. Soraya abriu um sorriso tão iluminado que aqueceu meu coração, entrelacei nossas mãos e seguimos a trilha que levava até o fundo da casa no quintal.

Tudo estava de tirar o fôlego, no meio de tudo; tinha uma estrutura de madeira rodeada por cortinas na cor branca, um sofá que imagino ter sido comprado hoje como todo o resto, estava a frente da cama e logo ao lado tinha uma mesa com nosso jantar.

- Está tudo maravilhoso, você fez isso tudo para gente? - Me perguntou com lágrimas escorrendo pela 10000006° vez só hoje, mas dessa vez eram lágrimas de felicidade.

- Bom, eu pedi para Leila e a Eliziane; mas elas fizeram muito melhor do que eu pedi. Espero que tenha gostado, meu objetivo é te fazer feliz. - Colei seu corpo ao meu e lhe dei um beijo apaixonado.

- Eu não gostei, eu amei; tudo está impecável. Obrigada por tanto! - Encheu meu rosto de selinhos.

- Vem, agora vamos jantar antes que eu não resista e pule para a sobremesa. - Dei uma olhada de cima a baixo em seu corpo e puxei uma cadeira para ela se sentar.

 - Dei uma olhada de cima a baixo em seu corpo e puxei uma cadeira para ela se sentar

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APENAS MAIS UM ROUBO - Simone e SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora