A Small Favor
Ela desmaiou.
Sabe aquele ditado, "Tal mãe, tal filha"? Ele se aplica exatamente em Rachel e sua mãe estranha. Pois quando ela soube que teria que estudar comigo, desmaiou. Quando a mãe dela soube que eu seria seu genro, desmaiou. Será que é algo de família? Vou perguntar para ela mais tarde.
Quando a diretora desmaiou, fui até ela no mesmo instante. Tentei carrega-la, mais a velha é muito pesada!
Pedi a ajuda de Rachel, mas ela insistiu que poderíamos deixa-la lá. Deitada no chão, mais parecendo morta do que viva. E como o bom genro que sou, a levei para a enfermaria, mesmo sem a ajuda de Rachel. E sabem como fiz isso? Simples! A arrastei pelo chão, segurando seu pé. Foi até mais rápido do que eu imaginei.
Como a maioria dos alunos, e até funcionários, estão fora da escola não tivemos problema algum em arrasta-la pelos corredores. No caso, apenas eu, pois Rachel não parava de rir da situação deplorável da mãe. Não a julgo, pelos poucos minutos que estive com ela, já pude perceber que ela não é uma boa mãe. Algo que me fez ter um pouco de pena da minha "namorada".
Não sei o que seria de mim sem minha mãe, Rita. Sem toda a minha família, na verdade. Eles são o motivo de eu ainda estar aqui, batalhando pelo meu futuro. Se eu dia eu os perder, com certeza vão precisar me levar para um hospital psiquiátrico, porque vou ficar louco. E não estou brincando. Já perdi muitas pessoas durante a minha vida, não posso perder mais ninguém.
Olho para Rachel, que está sentada em uma cadeira a minha frente, contra sua vontade. Por isso está com uma cara de quem vai matar alguém, talvez ela tente me matar com uma vassoura novamente. Olho ao meu redor preocupado. Mas não há nenhuma vassoura na enfermaria, menos mal.
Já que não tem uma vassoura aqui para ela me matar, posso brincar um pouquinho com a morte.
– Então, "namorada". Pode me explicar o porque de ter mentido para ela? – pergunto com meu famoso sorriso em meu rosto, apontando para a diretora desmaiada na maca. Rachel revira os olhos.
– Se embarcou nesta mentira comigo, deve saber o porque fiz aquilo. – disse ela, olhando para todos os lados, menos para mim. Acho que alguém está um pouco nervosa...
– E eu sei, mas quero ter certeza de que estou certo. – digo me inclinando para frente, encarando seu rosto. Então, seus olhos finalmente se encontram com os meus, me causando uma estranha sensação no estômago. Deve ser gases.
– Quero escutar a explicação para tudo isso saindo dos seus lábios.
O que eu lhe disse, deve ter desconfigurado ela. Pois a mesma desvia seus olhos dos meus e encara o nada durantes alguns minutos, enquanto suas bochechas ficam vermelhas. Uau, eu preciso fazer isso mais vezes. Seja lá o que for, apenas para vê-la assim mais vezes.
Depois de voltar ao normal, ela limpa a garganta e tenta falar de forma fria. Mas não consegue.
– Eu apenas... queria deixa-la furiosa, assim como ela me deixou furiosa a alguns dias. Queria ter minha vingança. – disse Rachel, com um sorriso cruel enquanto olha para sua mãe. Isso me deixou com medo, mas ao mesmo tempo admirado. E não me pergunte o porque, nem eu sei.
– Rachel Roth... você é muito cruel.
– Obrigada pelo elogio.
E tudo estava indo bem, até a diretora decidir ressuscitar dos mortos.
Ela respira profundamente, causando um grande barulho. Igual a mascara do Darth Vader. E se senta na maca rapidamente, com as costas retas.
Enquanto eu levava um grande susto com a sua ação, um susto tão grande que caio da cadeira que estava sentado. Um susto tão grande, que ainda estou procurando minha alma. Se vocês a verem por aí, digam para ela voltar para o meu corpo. Eu agradeço.
Tentando não rir, agora dá minha situação, Rachel vem até mim e me ajuda a ficar de pé
Ignorando completamente sua mãe que voltou dos mortos.Assim que a diretora me vê, começa a gritar e a me xingar de todos os nomes que existem e os que nem ao menos existem.
A enfermeira Lee chega na mesma hora com uma injeção na mão. Ameaçando demitir a enfermeira se lhe encostasse um dedo, Rachel vai até a diretora e segura seu corpo . Então, a Sr. Lee injeta o líquido que estava na injeção em seu corpo. Aos poucos, minha "sogra" começa a se acalmar e desmaia novamente.
Feliz pela velha voltar para a tumba, Rachel larga seu corpo adormecido na maca e me arrasta para fora da enfermaria. Agradecendo a Sr. Lee por tê-la calado.
Assim que atravessamos a porta, tento processar tudo o que aconteceu. Mas não consigo, sinto que minha mente vai explodir!
Olho para Rachel. A mesma se encosta em um parede com um pequeno sorriso nos lábios, fazendo aquela sensação estranha no meu estômago volta. Droga de gases!
Espero que ela esteja feliz com essa vingança contra a mãe, porque graças a isso é bem provável que eu perca minha vaga nesta escola. Agora ela deve querer me vigiar vinte quatro horas, e se eu der algum deslize, a mesma vai esfregar isso na minha cara. Resumindo, minha vida vai virar um inferno. E é aí que uma ideia louca me vem em mente.
– Sabe, "namorada"... – começo a dizer me aproximando dela. Seu pequeno sorriso se vai e Rachel se vira para mim entediada.
– Já que eu a ajudei na sua pequena vingança, agora minha vida vai se tornar um inferno, pois sua mãe me odeia. Então, você me deve mais um favor. – digo sorrindo. Ela revira os olhos.
– E qual seria esse favor?
Sorrio ainda mais.
– Nós dois vamos sair desta escola e ir para a minha casa, meus pais estão me cobrando uma visita desde que entrei aqui. E porque não aproveitar essa visita para apresentar a minha mais nova "namorada", para a família toda?
Seu rosto se torna sombrio no mesmo instante e me tento me controlar para não sair correndo. Mas tenho que me lembrar da minha vingança, com nós dois fingindo um relacionamento, terei várias desculpas para passar um tempo com ela. Vamos acabar nos aproximando e meu plano vai funcionar perfeitamente.
E ir para a minha casa é apenas o começo.
– Não.
Meu sorriso se desfaz.
– E porque não? – pergunto sério, me aproximando ainda mais. Mas ela nem ao menos se importa com isso, apenas está interessada em me olhar com frieza. E eu, como uma criança, a encaro de volta.
– Por que isso é loucura, já vou ter que fingir ser sua namorada na frente da minha mãe. Conhecer sua família está fora de cogitação!
– Você me deve um favor. – tento retrucar, mas apenas isso não vai convence-la de ir comigo para a casa dos meus pais. Então, faço a mesma coisa que os meninos fizeram comigo para me convencer a ir a balada com eles, eu a desafio.
Me aproximo ainda mais, e quando percebo, estamos a poucos centímetros de distancia um do outro. E isso me afeta, muito.
Mas finjo que não me afetou.
Ergo a cabeça, e meus olhos vão instantaneamente para seus lábios. Apoio meus braços na parece em que ela está encostada, a prendendo. Mas para a minha infelicidade, seus olhos também vão até meus lábios.
– Você vai comigo ou será uma covarde? – sussurro, ainda focado em seus lábios. Então, olho para a sua galáxia, que já estava a minha espera. Um pequeno sorriso cruel retorna em seu rosto, me deixando hipnotizado.
– Acho que você ainda não percebeu. Mas eu não sou uma covarde, e nunca serei, "namorado". – sussurrou ela de volta, me deixando completamente sem chão.
Rachel empurra meu ombro, fazendo com que eu me afaste. E é o que faço. Ela desencosta da parede e caminha pelo corredor.
– Você não vai vir? Não posso deixar a família do meu "namorado" esperando. – disse a mesma se virando para mim. Na mesma hora, corro até ela e caminhamos juntos para fora da escola.
Esquecendo completamente da diretora enlouquecida dentro da enfermaria.
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BROKEN HEART
RomanceQuem poderia imaginar que uma simples cerveja ruim e uma balada nova na cidade, poderiam mudar tanto a vida de alguém? Bom, Garfield e Rachel não imaginavam, mas foi exatamente isso que aconteceu. # 1 - bbrae (14/01/24) # 2 - bbrae (07/01/24) # 3...