TWENTY FOUR

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Logan Family

Eu sou um gênio.

E olhando para uma Rachel, possível arrependida de ter me dado ouvidos ao meu lado, tenho ainda mais certeza disso. Sorrio tranquilo, para ela achar que estou tentando ajuda-la. Quando na verdade, tudo o que eu quero fazer é rir dela. Me aproximo e passo meu braço sobre seus ombros. Minha "namorada" encara a porta da minha casa tão concentrada, que nem percebe o que eu fiz. Ainda bem, se não já teria levado um soco.

- Fica tranquila Rae Rae, minha família não vai te morder. - digo observando seu rosto petrificado.

- Eu não deveria estar aqui. - sussurrou ela. Então se vira e tenta voltar para o carro, mas como estou com o braço em seus ombros, consigo segura-la antes de sair correndo.

- Agora é tarde de mais.

A segurando com um pouco mais de força, toco a campainha. Mas ela acaba surtando e tenta se afastar de mim para fugir. Com o braço livre, agarro sua cintura e a prendo contra o meu corpo. Não queria ter feito isso, pois agora nos dois estamos vermelhos e nos encarando com raiva. Em minha defesa, era o único jeito que encontrei para não deixa-la escapar.

Antes que pudesse começar a me xingar e bater, alguém ouviu a campainha e abre a porta. Sorrio assim que vejo quem é.

- Meu filho! - exclama minha mãe, assim que abre a porta. Abro a boca para lhe cumprimentar, mas a mesma se vira para dentro novamente eufórica.

- Steve, seu molenga. Venha logo! Garfield voltou! - gritou para que todos que estão dentro da casa a ouçam, mas ela gritou tão alto, que não duvido que o bairro todo tenha escutada. Mas não ligo para isso, estou feliz em vê-la ao vivo e a cores novamente.

Pensei que estudar naquela escola seria fácil, já que meus pais sempre me fizeram estudar muito. Porém, o problema não foi os meus estudos. Pelo contrário, tenho tirado notas excelentes. Nunca pensei que tiraria um B em matemática, fiquei bem surpreso quando vi a prova.

A parte difícil mesmo, foi ficar longe da minha família. Mesmo nos falando por chamada de vídeo todos os dias, ainda sinto que não é o suficiente.

Sou tirado dos meus pensamentos ao escutar pequenos passos apressados se aproximando da porta. Já sabendo quem é, meu sorriso cresce ainda mais.

- Gafi, voltou! Gafi, voltou! Gafi, voltou! - gritou o pequeno ser ainda correndo até a porta, assim que me vê, um grande sorriso banguela surgi em seu rostinho. Que saudade desse sorriso!

Mas seu sorriso diminui um pouco, ao ver que estou acompanhado.

- Quem é ela? E porque estão grudados? - perguntou confuso, olhando para mim e Rachel. E é só agora que percebo que ainda estou segurando sua cintura, fazendo parecer que estamos abraçados.

Nos afastamos no mesmo instante, ambos com o rosto vermelho. Pelos céus que vergonha, sei que teremos que ficar assim algumas vezes, por causa do nosso namoro falso. Mas falar é muito mais fácil do fazer.

Limpo a garganta, tentando me recompor.

- Que tal entrarmos primeiro, garotão? Está chovendo bastante e ainda quero um abraço seu.

Minha mãe, que estava apenas nos observando com um pequeno sorriso, percebe o tempo feio e logo nos empurra para dentro de casa. Já correndo até a cozinha para pegar algo quente para nós bebermos, mesmo que não esteja tão frio para isso, não a impeço de ir.

Fico é agradecido, porque sei que explicar para Nick sobre eu e Rachel não vai ser muito fácil. Já que o mesmo vive grudado em mim e morre de ciúmes quando alguma garota chega perto. O fato da minha "namorada" não ser muito simpática também ajuda muito.

Aposto que meu irmãozinho vai olhar para ela e dizer "Sai de porto de mi hermano, niña fea!" como sempre diz para as garotas que chegam perto de mim. E demorei meses para descobrir o que ele estava falando.

Me abaixo para ficar da sua altura, enquanto seus olhinhos ainda estão presos em Rachel. Mas não dizer se isso é bom ou ruim, as vezes não consigo entender essa criança.

- Esta é Rachel. Rachel, esse é o meu irmão mais novo, Nick. - digo nervoso, temendo por sua reação.

Ele não diz nada, nem ao menos olha para mim. Apenas vai até ela, agindo como um adulto sério e pega sua mão.

- Vamos, vou te mostrar mi cuarto. - disse a puxando pelo braço. Ela olha para mim desesperado, mas não faço nada. Permaneço abaixado observando a criança em choque.

Ele já está crescendo tão rápido! Parece que foi ontem que o mesmo tentou falar meu nome pela primeira vez, mas não conseguiu, então passou a me chamar de Gafi. Que é o apelido mais fofo que já me deram.

Se bem, que não recebo apelidos bons. Os de Victor são um ótimo exemplo! Como cabeça de alface, brócolis ambulante, Hulk falsificado. Tudo isso porque pintei as pontas do cabelo de verde. Mas o que posso fazer? Amo verde!

- Campeão! - exclama meu pai, me tirando dos meus pensamentos. Percebendo que eles já foram, me levanto e cumprimento ele.

Hoje estou muito distraído, deve ser pela curiosidade. Queria tanto estar naquele quarto, e se Rachel se estressar com ele. Caramba, se meu irmãozinho se estressar com ela a casa pega fogo!

- Dick me mandou um vídeo seu treinando com o time, está melhorando cada vez mais!

- É bom saber, pelo menos estarem quase me matando no treino não está sendo em vão.

- E é melhor me ajudarem agora com o almoço, se não os dois estarão mortos! - disse minha mãe, enquanto meu pai ri. Dou um pequeno sorriso e vou até ela.

Depois de nos dizer o que fazer, mamãe começa um assunto que não queria entrar tão cedo.

- Então... ela é a famosa Rachel? - perguntou ela me olhando pelo canto do olho. Meu pai para o que estava fazendo no mesmo instante.

- Rachel? Ela está aqui? - perguntou ele, olhando para mim e para mamãe confuso, esperando um explicação.

- Sim, é ela e está aqui. A gente meio que está namorando agora. - digo tentando parecer confiante, mesmo que por dentro eu não esteja.

Acho que eu deveria ter dito isso com um pouco mais de calma. Mamãe deixa a faca que estava usando para cortar o alho cair no chão, quase me deixando sem pé. E o meu pai acaba engasgando com o pedaço de queijo que estava comendo.

Minha mãe corre até ele, ignorando a faca no chão e bate em suas costas com um pano de prato. Mas apenas piorou a situação. Agora eu corro até ele e o abraço por trás, pressionando as mãos contra seu peito. Tomara que funcione, aprendi em um filme.

- Gafi a sua namorada é muito... - disse Nick chegando na cozinha feliz e contente, mas logo fica confuso ao ver a cena caótica a sua frente. Até Rachel fica confusa.

-... legal...

Até que meu pai começa a tossir, fazendo eu me afastar. E em meio a tantas tosses, o pedaço de queijo finalmente sai da sua garganta. O mesmo, caiu no chão, completamente mastigado e nojento.

Todos olham para o queijo no chão, horrorizados e enjoados. Então, tento amenizar um pouco o clima.

- Bom, pelo menos ninguém morreu engasgado.

Mas sei que não amenizei nem um pouco o clima, pois no mesmo instante Rachel belisca meu braço. Um pedido silencioso pra que eu calasse a boca.

E é exatamente o que eu faço.







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